terça-feira, 20 de setembro de 2011

Complexo




















Já havia lido algo sobre isso nos últimos dias.

Uma verdadeira bomba.

Nos próximos dias, a Lügner, uma conceituada publicação alemã de automobilismo,
estará nas bancas com a manchete exclusiva.

Ayrton Senna na verdade teria nascido na cidade de Posadas, localizada ao norte da  
Argentina, próximo a fronteira do Brasil, Paraguai e Uruguai.

E somente depois de alguns dias a família do famoso piloto teria retornado ao Brasil.

O semanário afirma ainda possuir documentos com registros do acontecimento.

Nossos hermanos estão atordoados com os boatos da notícia.

Afinal passarão a ter oito títulos na principal categoria do automobilismo, lembrando dos
cinco de Juan Manuel Fangio.

E a novidade começa a fazer efeito.

Vários críticos ferrenhos do agora ex-piloto brasileiro, ao saberem da nova, passaram a
rever seus conceitos.

Dizem que o que importa foram seus feitos nas pistas.

Reconheceram que a garra e a sede de vitórias de Senna refletia o espírito de luta argentino.

O maior exemplo: o choque em Prost para se tornar bicampeão em Suzuka.

Sangue latino puro correndo nas veias.

Em alguns blogs, andaram colocando em cheque até mesmo os sete títulos mundiais de Michael Schumacher.

O alemão não teria essa moleza toda se tivesse enfrentado o argentino Ayrton.

Tiveram até a ousadia de dizer que Senna foi um piloto superior a Alain Prost e Nigel Mansell.

Talvez alguns dirão que tenha sido melhor até que Nelson Piquet.

Um exagero.

Se bem que Piquet é brasileiro...

Tudo bem.

Não faz  mal nenhum destacar agora suas qualidades.

Descobrimos agora que ele era argentino.

Exaltar pilotos brasileiros sempre foi brega e pegou mal.

Parece coisa de "brasileirinho pacheco".

Oito ou oitenta.

Ah, a Argentina.

Seus campeonatos, seus times de futebol, sua torcida, a Bombonera.

E agora Senna.

Não esqueça de Fangio.

De Maradona.

Mas o Brasil tem Fittipaldi, Piquet e Pelé.

Não sei se isso diz muito.

Reutemann é um injustiçado e Emerson sempre deu muita sorte.  

Pelé não é lá essas coisas.

Talvez um pouco melhor que o alemão Beckenbauer, porém bem abaixo do
futebol de Diego.

Isso sem falar do Messi...

Não mudemos de assunto.

O importante é que Senna, exaltado em milhares de sites do planeta e chamado em
quase todas as línguas do mundo: o mito, o gênio, o mágico das pistas, pode ser elogiado
às vezes por aqui também sem pudor ou ressalvas.

Ele deixou de ser brasileiro.

Para alguns, seu maior defeito.

16 comentários:

Anônimo disse...

PQP!!

agora essa; eu pretendo ir a San Luis para cobrir a corrida da GT1 - ano passado já estive lá, um funcionário do hotel não hesitou em tirar um pequeno sarro dizendo "ah, a Copa de 14 vai ser no Brasil,não? pois é, e a Argentina vai ganhar essa!" com muita simpatia e sem falta de rspeito, diga-se, o rapaz era bom profissional, eu um hóspede.

mas imagino o mico que vou pagar agora na próxima vez...

fernando

Anônimo disse...

ah, poderá acontecer algo funesto mas benigno (a meu ver), dessa revelação: o locutor maioral da retransmissora nacional vir a ter um troço, e ficarmos livre s dele nas corridas da F1.

fernando

Anônimo disse...

por último: que bela foto neste post (as usual...); tem jeito de ser em treino de classificação, eu acho, e com certeza é na freada para a curva Mirabeau, em Monte Carlo.

fernando

Rodrigo Dias disse...

Genial, Corradi. Às vezes acho que essa birra que alguns têm com o Senna é mais por conta das relações dele com o Galvão e, por consequência, com a Globo do que qualquer outra coisa. Porque, não é possível... O mundo todo o venera, e as conquistas do cara nas pistas são incontestáveis.
Mas, quer saber? Caguei! Senna foi o maior de todos.

Ricardo Reno disse...

Mito, gênio, mágico, tanto faz o país. O sujeito é cidadão mundial.

Anônimo disse...

Tem quem que não goste dele, paciência. Mas achar que um pachecão como o Senna não era brasileiro é de lascar.

Anônimo disse...

Foda-se se era brasileiro ou argentino, o importante é q era CORINTHIANO
Leonardo

Anônimo disse...

Taí um negócio que nunca me perturbou... seja a pessoa de onde for - país, estado, cidade, bairro, etc - o que deve ser considerado são suas aitudes, seus feitos, quem de fato ela é/foi... xenofobia nunca é/foi inteligente, pra dizer o mínimo!!

Agora uma questão: o que faz alguém ser, por exemplo, brasileiro? É o local de nascimento do sujeito? Ou toda a carga de informações "culturais" que ele absorve (inclusive, vivendo onde quer que seja)?

Senna pode ser uma família com ramos hispânicos, não sei... agora Silva é (quase 100% certo) de origem portuguesa!! Como as influências mais marcantes numa pessoa - para toda sua vida - são as que absorve no primeiro grupo social que participa, a família, é lógico questionar a "nacionalidade" da família?... argentina? brasileira? portuguesa?...

Se fosse algo relevante para o Ayrton e sua família, acredito que ele próprio teria 'levantado a lebre' exaltando uma união brasileiro-argentina em seus genes, sua psique ou o que quer que seja... no entanto, Ayrton se afirmava brasileiro, paulista e paulistano...

Hoje em dia, com o nível de comunicação e troca de informações que temos, e com a crescente globalização, cada vez mais temos menos identidade nacional... nosso mundo está se tornando uma aldeia uniforme da via láctea...

Brasileiro, Argentino, Paraguaio, Uruguaio, etc se o cara é/foi bom devemos ser honestos e ressaltar os seus feitos...

Ayrton Senna da Silva foi um dos grandes da Formula 1... é inquestionável!!
Foi o MELHOR?

O que é isso? Ser "O" melhor?

um abraço,
Renato Breder

Anônimo disse...

Não importa se ele era argentino...o que importa é que ele tinha raça de brasileiro...igual o bonde sem freio....rsrsr

Anônimo disse...

Mas o que valeria, no caso, seria a filiação, não? Se os pais, ou o pai, ou a mãe; são brasileiros ele seria brasileiro nato mesmo assim, independente do local onde nasceu... Everson Abreu.

marcio jose disse...

o nome deste semanario é bem sugestivo!!!

Anônimo disse...

Ahhh não... Só pode ser pegadinha do Corradi... Rsrsrsrs. Everson Abreu.

Verde disse...

Mas o alfajor argentino é infinitamente melhor que o brasileiro, convenhamos, hehehehe.

Marques disse...

Como disse o colega, o Brasil adota o sistema misto no caso da nacionalidade, ou seja, se nasceu em território brasileiro ou se tem pais brasileiros, é considerado brasileiro nato. Quanto ao pachequismo o problema é que se criou duas classes de jornalistas. Os que defendem os brasileiros de maneira idiota como o Galvão Bueno e os que criticam a todo custo e ainda zombam daqueles que são fãs do Senna. Díficil encontrar a imparcialidade que vemos aqui.

Rafael Schelb disse...

Isso é piada, né Corradi? Porque um jornal com esse nome (Mentiroso)...
Enfim, se não for, dane-se. Senna é gênio, como são Piquet, Prost, Fittipaldi e Fangio... De qualquer forma a superlicença dele era brasileira, os títulos continuariam contando para o Brasil do mesmo jeito. O Gil de Ferran nasceu na França e é brasileiro do mesmo jeito... O Rosberg não nasceu na Finlândia, o Rindt não nasceu na Áustria... No fundo isso não quer dizer muita coisa... (mas eu acho que é pegadinha...)

Humberto Corradi disse...

Amigos

O texto, como entrega o marcador, se trata, claro, de uma ficção. Fala do constrangimento no meio automobilístico brasileiro de poder elogiar Senna.

Aqui não tem isso. Fittipaldi, Piquet, Pace e outros são saudados também da mesma forma. Basta olhar nos quase 800 posts publicados pelo Blog pra notar que gosto de automobilismo e pronto.

Obs: O Marques em seu comentário (20 de setembro de 2011 23:10) acerta na mosca.