domingo, 26 de agosto de 2012

Circo






















Ontem havia uma turma aqui em casa assistindo a Nascar.

Lá pelas tantas um amigo comentou:

"Deve ser bem legal assistir isso aí ao vivo.

Dá pra ver a pista toda e acompanhar toda a corrida.

Bem diferente da Fórmula 1..."

Alguns podem não gostar de circuito oval.

Não falo disso.

Mas os americanos adotaram um formato em que existe uma preocupação com 
o público.

As pessoas pagam e querem ver todo o show.

O reconhecimento desse direito por parte dos organizadores explica muita coisa.

Envolver as pessoas é garantia de sucesso.

Por isso vemos sempre uma festa em corridas realizadas em pistas de rua.

A torcida se sente parte da coisa.

Por outro lado testemunhamos autódromos super modernos às moscas.

Sem ninguém.

O que deveriam ser grandes estádios do automobilismo não passam de estúdios
de transmissão para a TV.

Automobilismo não deveria ser tratado como Reality Show.

Como um Big Brother.

E sim como um circo.

Que trata as pessoas como "respeitável público".

Que desfila pela cidade.

Que chama atenção das crianças.

E alegra a todos por onde passa.

8 comentários:

Fabiani C Gargioni #27 disse...

E isso mesmo Corradi, concordo com vc e acho que este é o GRANDE desafio do automobilismo como um todo(desde a F1 até o nosso automobilismo de terra aqui em Sta Catarina)nos próximos anos trazendo novos e velhos(novamente) torcedores para os autódromos do mundo na base do ENVOLVIMENTO total do público (assim como no circo) senão a coisa vai enfeiar ainda mais pro lado do nosso esporte!!!

Marcos Alvarenga disse...

Mas Spa é um show à parte.

Como veremos no Domingo.

walter disse...

Matou: o público foi mandado para casa, ver pela tv. Pela tv a corrida é chata.

Assim, o automobilismo é mais e mais um esporte em decadência, fechando autódromos.

Grande pena, mas o texto é perfeito.

Carlos Gil disse...

Eu nunca fui adepto de corridas em pistas ovais e sempre preferi a F1 e os seus circuitos, mas sempre considerei o automobilismo de velocidade nos EUA mais pragmático (por vezes mesmo básico/primário) que o que tem origem na Europa.
No entanto cada vez mais olho com mais respeito e interesse aquilo que se faz no automobilismo dos EUA, se calhar não tanto pela sua evolução mas mais pelo caminho (decadente) da F1.
Numa corrida nos EUA de modo geral um espectador pode sempre saber o que se passa em pista, qual a evolução dos carros e quais as suas possibilidades face ao seu desempenho na pista. Até aquele subterfúgio idiota de mostrarem bandeiras amarelas por tudo e por nada, para com isso voltarem a baralhar tudo, é feito à frente de todos e é perceptível sem que seja necessário frequentar um workshop ministrado por um qualquer guru do automobilismo.
Na minha opinião as fórmulas em geral, e a F1 em particular, têm afastado o público das bancadas devido a:

1- Afastarem fisicamente o público dos pilotos e equipas.
Os pilotos e equipas actuais apenas interagem com o público através dos média, sem que o público possa aceder de perto aos mesmos.

2- Eliminarem a capacidade de um piloto compensar com as suas capacidades o inferior desempenho do seu carro.
Vários pilotos de várias gerações ficaram famosos por serem mais rápidos do que os carros que pilotavam, eles conseguiam com o seu virtuosismo tirar aquele segundo que fazia a diferença, e isso era emocionante para o espectáculo.
Actualmente as diferenças entre os melhores e piores carros é tão grande, que não permite que um piloto por mais virtuoso que seja, consiga compensar o desempenho inferior do seu carro. È fácil de imaginar o quanto é emocionante para o espectáculo assistir aos desempenhos de Newey, Brawn e seus pares nos bastidores.

3- As corridas deixaram de ser decididas pelo desempenho e acções desenvolvidas em competição directa entre os binómios pilotos/carros na pista, para passarem a ser decididas pelas acções desenvolvidas por nos bastidores.
A competição directa entre os binómios piloto/carro em pista é o principal atractivo das corridas de velocidade (quem quer corridas sem competição directa pode assistir aos fantásticos ralis) e devem decidir quem as vence.
Um espectador comum que vá assistir a um GP, não irá apreciar saber que para poder saber quem é, e porquê, que está a liderar a corrida, vai precisar de dominar todo um conjunto de regras (com articulados capazes de encher vários manuais do tamanho daqueles do Windows), gadgets tecnológicos (telemetria, DRS, KERS, pneus joker), e uma infinidade de interpretações abstractas do que se pode ou não fazer.
Quem quer assistir a uma competição eminentemente estratégica, vai ver campeonato de xadrez.

Eu cada vez mais tento não perder as corridas de resistência e em especial o ALMS, e cada vez mais a F1 é para mim uma dependência em vias de desaparecimento.
Saudações.
CG

Anônimo disse...

Adiciono mais uma coisa em relação ao post: algum dirigente da F1 que trata das regras deveriam assistir pelo menos uma corrida da Nascar. Pode ser de qualquer categoria: Sprint, Nationwide ou Truck Series. E nem precisa ver a corrida inteira. Dessa forma, eles iam aprender o que fazer quando ocorre bandeira amarela em toda a pista e há a necessidade do safety car entrar na pista.

Na Nascar, o SC sempre entra na frente do primeiro colocado. Depois disso, esperam todo o pelotão ficar junto. Só assim os pits são liberabos. Depois de ocorrer o pit stop, todos os carros que saírem dos boxes ficarão atrás do último carro que ficou na pista. Ou seja, supondo que na pista tenha 30 carros e 20 entram nos boxes, então o primeiro desses 20 ficará exatamente atrás do 10º carro que ficou na pista.

Diante disso, eu me pergunto: é tão difícil fazer isso? Parece que para o pessoal da F1 é impossível.

Não entendo como pode ser tão bagunçado. Quando acontece do SC entrar na pista, ele fica andando até encontrar o primeiro colocado (o ideal seria ficar parado na saída dos pits e ESPERAR o 1º colocado). Enquanto isso não acontece, os pilotos tem que andar em velocidade menor, mas o público (tanto da TV quanto o que está no circuito) fica sem saber qual a máxima permitida. Ou seja, um piloto pode ser punido por andar acima da velocidade que o público não sabe qual é (acredito que nem mesmo os pilotos sabem). Podem reparar, leva mais de três voltas até todo o pelotão ficar junto.

Outro detalhe é que os boxes não ficam fechados quando o SC entra na pista. Assim, pode ocorrer essa situação: suponha que a placa de SC apareça quando os cinco primeiros acabaram de completar a volta. O sexto colocado (que ainda não completou a volta) fica sabendo da entrada do SC antes de completar a volta e pode aproveitar e ir pro boxes. Esse piloto com certeza ganhará posições só por causa disso: sorte! Ou seja, enquanto na Nascar é premiado com posições ganhas a equipe que fizer os melhores pits, na F1 o cara ganhar posições em bandeira amarela por estar no lugar certo e na hora certa.

Pelo menos uma coisa fizeram de bom na F1 quando o SC está na pista: aboliram o sinal vermelho dentro dos boxes. Lembram do GP do Canadá de 2008, né? Precisou ocorrer aquela bizarrice pra abolirem o sinal vermelho. Não era mais fácil determinar que os pilotos que saem dos boxes devem ficar atrás do pelotão que se manteve na pista?

David disse...

A F1 já caminhava rumo ao que é hoje na época da morte do Senna em 1994... depois ao isentar Schumacher de sua reincidente conduta antidesportiva e apoiar os mandos e desmandos da Ferrari chegou ao que é hoje... uma categoria que não se importa com o publico e por isso beira a extinção...

marcio jose disse...

aonde assino?

Rafael Schelb disse...

Muito bem colocado!