quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Projeto Verão 2 - Quarto Dia























O cara já é conhecido.

Os amigos que frequentam o F1 Corradi sabem quem é o Francis.

Dono do Poeira na Veia. (Clique aqui para conhecer)
 
Blogueiro do Grande Prêmio.

Publicitário.

Jornalista.

Fomentador do automobilismo em Santa Catarina.

Piloto.

E meu amigo também!

Em sua participação no Projeto Verão 2 queria obter sua opinião como organizador.

Tipo assim: "E se você estivesse no comando?"

Com humildade, ele reconhece as dificuldades e, com sabedoria, aponta alguns caminhos.

Coisa de quem sabe o que está falando.

Aproveitem!

A palavra (lotada de poeira) está com Francis Henrique Trennepohl.

























“O que você faria se fosse o mandachuva do automobilismo brasileiro?”

por Francis Henrique Trennepohl  

Recebi o convite do Humberto com imensa alegria e satisfação, e ao 
mesmo tempo o vi como um gigantesco desafio, pois nunca tive a 
pretensão de desempenhar qualquer tipo de cargo “político” dentro do 
automobilismo, e talvez por isso mesmo nunca parei pra pensar no que 
eu faria se “tivesse a caneta na mão”.

Parto do princípio que todo e qualquer cargo de chefia, seja numa empresa, 
num órgão de governo ou numa Confederação, onde é necessário tomar 
decisões e assumir algumas posições de risco, é um prato cheio para 
desagradar muita gente e cultivar pessoas descontentes a sua volta. 
É a velha história da “pedra e da vidraça”...

É bastante conveniente e confortável escrever ou falar estando do lado de 
fora, porém essa situação também nos permite enxergar as coisas de um 
modo diferente, e neste caso tomo a liberdade de não entrar no mérito do 
“melhor ou pior”, “mais ou menos”, apenas pautar no jeito diferente de se ver 
as coisas.

É consenso entre os automobilistas que, por uma série de circunstâncias, o 
automobilismo brasileiro viveu seu auge no período que compreende entre o 
final dos anos 1960 e início dos anos 1990, com uma infinidade de categorias, 
milhares de pilotos acelerando nas pistas pelos mais variados campeonatos e 
um excelente envolvimento de patrocinadores, sendo alguns deles empresas 
multinacionais.

Os preparadores tinham uma liberdade maior para desenvolver os carros e criar 
soluções, e nesta área dou destaque especial para os mais diversos protótipos 
que surgiram.

As categorias destinadas aos pilotos “estreantes e novatos” eram um tremendo 
sucesso e foram responsáveis por revelar alguns dos maiores talentos da história 
do “nosso” automobilismo.

Nas últimas décadas temos acompanhado este “nosso” automobilismo apenas 
sobrevivendo (e neste caso, vale uma ressalva: graças a paixão e teimosia de 
pilotos e preparadores). Muitas categorias surgem, duram 2, 3 ou 4 temporadas 
e somem. Exceto pela Fórmula Truck, praticamente não há campeonatos 
multimarcas e com envolvimento das fábricas. Categoria de Fórmula só existe 
com vigor e solidez no Rio Grande do Sul com a “Fórmula 1.6” e os regionais 
acabam cumprindo uma missão dura e árdua de manter em pé o “nosso” 
automobilismo.

Provavelmente haverá quem diga: “e o Brasileiro de Marcas que tem disputa 
entre montadoras e modelos diferentes?”. Sim, tem, mas os carros não são 
montados pelas fábricas, e no fundo, o envolvimento delas se limita ao “merchan”, 
muito diferente do que acontecia na “Copa Shell de Marcas & Pilotos”, onde as 
fábricas tinham inclusão direta no Campeonato e possuíam departamentos 
específicos voltados a competição.

Se eu fosse “manda-chuva” do automobilismo, certamente uma das primeiras 
ações que faria era alterar a forma das “Cédulas Desportivas”, as famosas 
“carteirinhas de piloto”, pois não acho justo a maneira como os pilotos são 
classificados e principalmente cobrados.

É sabido por todos que as “carteiras” tem validade para o ano corrente, então 
todo dia 31 de dezembro elas “caducam” e não valem mais. Até aí tudo bem, 
é a regra, mas o valor é exatamente o mesmo para o piloto que faz sua carteira 
em fevereiro e o que faz no dia 20 de novembro, e é o mesmo para o piloto que 
disputa um campeonato nacional e para aquele que disputa um regional.

Essa condição se repete para renovações e filiações novas. É um padrão único 
que não leva em consideração nada, apenas separa por categoria e cobra a taxa.






















Penso que a CBA deveria rever esse método e, através de valores mais acessíveis, 
incentivar que os pilotos filiem-se e disputem os campeonatos de forma regular e 
correta, contando com um incentivo por parte da entidade.

Com uma pequena ação como esta talvez aqueles pilotos “domingueiros” passem 
a ser filiados e um dos principais reflexos disso será, de forma automática e natural, 
a extinção dos ditos campeonatos “clandestinos”, que são uma ‘terra de ninguém’ 
onde vale tudo, mas quando alguém se machuca (ou morre), todos somem!

7 comentários:

Francis Henrique Trennepohl disse...

Meu amigo Humberto, foi uma grande honra receber novamente o convite para participar deste projeto.
Obrigado pelo espaço e pela amizade!
Super abraço, bem empoeirado!

Tuta Santos disse...

Acho que deveria estender esse assunto. bem objetivo, o que os outros países têm, como sustentam isso e os resultados que se consegue. Ponto, a poartir desse relatório, cria-se um modelo adequado ao aqui. Mais uma coisa, sugiro colocar uma foto do autor, vivemos em uma era em que queremos saber quem é a pessoa, talvez uma ficha bem no estilo Corradi. Para com essa frescura de férias e volta aqui pro blog, Corradi!

Ron Groo disse...

Não sei o que eu faria se mandasse no automobilismo.
Mas se eu fosse de um grande portal, já teria dado um site para o Francis.

Vander Romanini disse...

O Francis foi direto ao ponto sem rodeios!!!

Rui Amaral Jr disse...

Querido amigo, vc bem sabe de todos carinho que tenho por vc, sua família e demais alicatões que conheci por seu intermédio...desde que vc assumiu a posição de organizador/dirigente acompanho o longo caminho...mudar a estrutura do esporte é muito difícil mas como vc mesmo disse não impossível, hoje aqui em São Paulo estamos tentando, e vc bem sabe como sou um critico contumaz de toda situação e estrutura(sei que às vezes minha pena é cruel!) mas cabe à nós mesmos tentar mudar e trazer de volta toda a glória de um passado recente...e aí vc está conseguindo!

Putabração

PS: este ano vou aí acelerar sua barata e ensinar para toda alicatada o que é bom!!!!rsrsr

Francis Henrique Trennepohl disse...

Valeu pessoal, obrigado pela força e pelas palavras!
Abraços empoeirados

Fabiani C Gargioni #27 disse...

Legal Corradi esta iniciativa, pois o Francis é mais que um companheiro de pista, já se trata de um irmão que fiz através dessa nossa paixão, sempre assinei tudo o que ele escreve então assino mais essa.PS: Grande Rui, tu sabe que há muito te esperamos aqui no meio da nossa POEIRA misturada com cheiro de alcool e churrasco, um putabração e estamos te esperando!!!