quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Cascudo
O finlandês Keke Rosberg nasceu no lugar errado.
Errado pra quem queria ser piloto.
Seu país era um mercado pequeno e por isso havia muita dificuldade para conseguir
patrocinadores.
Apesar do cenário desanimador, o pai de Nico Rosberg não desistiu e explorava a
Europa com seu Fórmula V no reboque.
A sobrevivência vinha do dinheiro de aulas de pilotagem que ministrava durante o
inverno.
Não havia estações ou tempo ruim para Keke.
Não podia olhar as circunstâncias.
Só podia se concentrar no que via de dentro do seu cockpit.
Precisava.
A necessidade moldava o homem.
Experimentou de tudo.
Tasman Series, Fórmula 2 e Can-Am.
Argentina, Japão ou qualquer outro lugar.
Testes e escuderias de segunda linha na Fórmula 1.
Deve ter muitas histórias interessantes para contar.
Por dentro ele se achava uma prostituta.
Corria em qualquer coisa desde que pagassem.
Viagens infindáveis.
O macacão parecia uma colcha de retalhos de tantos patrocinadores.
"Tomava comprimidos para dormir devido ao fuso horário.
Não era fácil ser genial aos domingos nessas condições, mas era tudo
ou nada."
A dureza das palavras mostra bem como eram as coisas.
Niki Lauda o menosprezava.
Não o achava digno de tentar o título mundial.
Sua imagem também não ajudava.
O bigodão, o cigarro...
Não havia nobreza.
Era um operário no meio dos príncipes.
Aproveitou a chance na Williams e foi campeão numa temporada bem conturbada
onde nenhum piloto dominou completamente o campeonato.
Após sua aposentadoria, ele não se desligou da Fórmula 1.
Patrocinou e deu apoio para que Mika Hakkinen, outro finlandês, chegasse à
categoria.
Proporcionou boas condições para outro.
Coisa que nunca teve.
Suas atenções agora estão em seu filho.
Alguns subestimam Nico Rosberg.
O pior companheiro que Michael Schumacher já teve.
Digo pior para o heptacampeão, que vive tomando ferro nos tempos.
Precisamos esperar para ver, porém tudo leva a crer que este modelo mais novo
é uma versão aperfeiçoada dos Rosbergs.
Quem sabe?
Talvez o melhor da história desse nome ainda esteja por vir.
Postado por
Humberto Corradi
às
17:34
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9 comentários:
Há quem deteste o Nico, insinuando que é "boiola", como vocês dizem. Mas o pai Keke, eu tenho de tirar o chapéu. É um dos pilotos mais subestimados da década de 80, na minha opinião, porque ele era um tipo daqueles que não desistiam quando queria ultrapassar alguém. Era lutador em pista, mas muito leal, e a prova disso é que nunca houve polémica na sua carreira na Formula 1.
O Lauda desprezava-o? Pudera, ele é neto de banqueiro e nasceu em berço de ouro... apesar da familia nunca o ter dado um tostão para a sua carreira. Se fosse hoje, as coisas seriam diferentes, se calhar.
Un genio Keke; muy linda la foto del ATS HS1. Recuerdo su primer triunfo en la Carrera de los Campeones en 1978 con el Theodore TR1. Sólo un grande como él podía ganar con ese auto.
Abrazos!
Keke Rosberg equivalia, mais ou menos, ao que seu filho é hoje. Talvez um pouco melhor, mais obstinado como o Corradi apresentou. Não era um grande piloto, mas tinha fibra de campeão. Depois dele, outros bons finlandeses vieram, mas sem muito brilho. Alguns foram campeões. Mas a F1 vive desses campeões menos brilhantes e mais peitudos. Rosberg era um desses. Muito melhor que os eternos coadjuvantes como Berger, Patrese e Barrichello.
Acho realmente o Nico melhor que o pai dele. O Nico ainda não teve a oportunidade de andar em um carro que esteja entre os dois melhores, mas é um piloto que erra muito pouco, rápido e inteligente tenho certeza que se bota ele no lugar do Vettel tendo o Weber de companheiro ele era campeão.
O Nico sempre andou bem e rápido quem menospreza o menino não sabe ver qualidade nos pilotos...
Lauda, para variar, falando besteira. Rosberg era lutador, porém leal. Interessante que os ingleses o chamavam de "Street Fighter" naqueles reviews de temporada da década de 80 (existem até hoje esses reviews, porém naquela época a produção era mais independente e os comentaristas davam mais suas opiniões).
Eu gosto do estilo de Pilotagem do Keke, mas o Nico é uma versão mais fria do pai. ele se assemelha ao Jenson na pilotagem, não é responsável por grandes momentos, mas dificilmente erra ou comete uma barbeiragem. quando o schumacher parar, ele vai liderar a mercedes, e vamos ver até onde ele pode chegar.
Antes do Mika, Rosberg gerenciou a carreira de JJ Lehto. embora nunca tenha ido além de um pódio, até que ele causou boa impressão. Aliás, o JJ foi sugestão do prórpio Keke (ele mesmo, Keijo), para facilitar a pronúncia para os ocidentais.
KEKE FOREVER !!!
5 anos depois... Vai que Rosbarbie chegue lá.
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