segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vittorio Brambilla
























Três imagens com o "Gorila de Monza".

Vittorio Brambilla era um italiano de gestos extremos.

Principalmente nas pistas.

Descobriu o automobilismo tarde.

Já beirava os 30 anos.

Antes suas ultrapassagens eram feitas guiando motos.

Mesmo assim chegou ao título da Fórmula 3 italiana.

Possuía uma característica.

Conduzia como poucos na pista molhada.

Sua primeira e única vitória na Fórmula 1 foi em Zeltweg.

Chuva.

Em Monte Fuji, James Hunt já havia entregado os pontos.

Não tinha como deter a aproximação de Brambilla.

O italiano tirava quase um dia por volta.

Um show.

De forma exagerada, afobada, o carro da March acabou no jardim japonês.

Os extremos...

A Fórmula 1 precisa de equilíbrio.

Qualidade dos grandes.

Não basta ser rápido.

É preciso saber dosar a força.

Isso nada tinha a ver com Brambilla.

Um bronco.

Que sequer arriscava uma palavra em inglês.

Dentro de uma categoria que passava por um turbilhão de mudanças.

Nas portas dos anos 80.

Mesmo assim um talento reconhecido.

Tanto que venceu os 1000 km de Monza de 1977 e o mundial de Sportcars.

Talvez se corresse hoje, quem sabe, poderia se dar melhor nos Tilkódromos.

Longe dos muros e com as infinitas áreas de escape.

Com sua direção moldada pelas categorias de base.

O inglês não seria mais uma barreira.

Ainda mais numa Fórmula 1 povoada por russos, poloneses, chineses...

Com sua coragem, deixaria metade do grid atual com medo ao ser visto se
aproximando no retrovisor.

Ainda mais se estivesse chovendo.

12 comentários:

Anônimo disse...

Mas com tantas punições nos dias de hoje, vai saber se ele não seria até banido da F1.

Mauro Santana
Curitiba-PR

Ron Groo disse...

Nunca entendi o apelido... Sempre li que era um cara afável.
Talvez fosse o estilo de pilotagem

Marco Memoria disse...


Ehhh Brambillão, deste eu tenho saudades, começou tarde na F1, tinha 36 anos na sua estreia, nascido em Monza, apareceu nas pistas com um March inconfundivel na cor laranja patrocinado pelas ferramentas Beta, com certeza um guerreiro mas não tinha noção de limites apertava o da direita e via no que ia dar e quase sempre não dava, depois da March ainda correu de Surtees e Alfa, mas ja não tinha mais gás e nem equipamento dos seus melhores dias.
Junto do irmão Tino que tambem passou na F1, possuía uma oficina atras da curva parabolica em Monza, morreu as 63 anos de infarto fulminante
Mas um a quem rendo minhas homenagens, valeu Gorila !!!

Humberto Corradi disse...

Groo

Era o jeitão bronco.

Dizem que quando cumprimentava quase quebrava os ossos da mão do sujeito.

Valeu

zamborlini disse...

infelizmente o marco santana tem toda razão. brambilla seria punido em todas as provas das quais participasse.

Carlos Gil disse...

Marco e Zamborlini, concordo com vocês.
O Vittorio Brambilla seria penalizado muitas vezes, mas do jeito que se competia em pista nos 70's, ele não seria o único.
Afinal nesses anos, por regra, as vitórias eram conseguidas nas pistas.
E que pistas fantásticas.
Saudades de Zeltweg, Brands Hatch, Jacarepagua, Paul Ricard, Zandvoort, Zolder, Kyalami, Watkins Glen, com aqueles pilotos e carros de então.
Saudades de um tempo que tive o privilégio de presenciar.
Que chatice, está entrando uma nostalgia...

Speeder76 disse...

Vamos a ver: Brambilla era veloz e tinha um pé muito duro, mas não metia ninguém fora da pista. Metia era mais ele mesmo do que os outros, e o melhor exemplo existente foi em Zeltweg, em 1975, quando se despistou sozinho, depois de ver que tinha ganho a corrida.

Quanto à alcunha de "Gorila de Monza" ele foi ganho porque era intimidante: era forte, e o melhor exemplo era o tal aperto de mão esmagador. E não falava uma palavra de inglês, claro. E quando queria ser simpático com alguém, dava uma palmada nas costas suficientemente forte para derrubar uma pessoa...

Há grandes histórias sobre ele e o seu irmão Ernesto "Tino" Brambilla, em Monza. Que eu saiba, há um livro em Itália sobre as aventuras dos dois...

Anônimo disse...

Assim como Vittorio Brambilla, quantos outros - muitos aliás - exemplos de pilotos sui generis na F1 dos anos 70 e 80?

Essa diversidade de temperamentos, personalidades, acompanhava a diversidade nas pistas e nas garagens: circuitos com suas características próprias (quase nacionais!) e carros com soluções de engenharias diferentes entre si... à medida que o tempo passa - e eu envelheço com ele - a diversidade já quase inexistente vai ficando cada vez menor... e a F1 mais monotônica (ou seria monótona?)...

um abraço,
Renato Breder

Anônimo disse...

Coincidência. Nesse fim de semana tive o prazer de ir pra Monza e ver o GP (de graça, infiltrado no meio do parque). No caminho, de bicicleta, me deparei com isso: https://maps.google.it/maps?ie=UTF-8&q=agraria+brambilla&fb=1&gl=it&hq=agraria+brambilla&hnear=0x4786c1493f1275e7:0x3cffcd13c6740e8d,Mil%C3%A3o&cid=0,0,8603709710003630787&ei=DABPUNvFIIOztAaKmYHYDw&ved=0CIEBEPwSMAA

Uma agropecuária de nome sugestivo bem perto de Monza. Abraço.

Vicente Camara

Ituano Voador disse...

O Speeder fez uma colocação importante: Brambilla não costumava se envolver em acidentes com outros pilotos; geralmente ele se enroscava sozinho, porque estava pisando demais no pedal da direita.
E na chuva o cara era demais de bom; na Áustria/75, por exemplo, ele passou um a um (Lauda, Emerson, Hunt, Regazzoni, Reutemann) como se os outros estivessem em um F3.
Grande piloto, o Brambilla.

Anônimo disse...

Eminente blogueiro, gostaria de discordar da postagem no sentido de que, no final dos anos 70 e começo dos 80 os "broncos" não teriam mais lugar na F1. Me parece que o título de Alan Jones, em 1980, é uma prova de que os "grossos" ainda poderiam ter muito êxito, mesmo que fosse um clímax imediatamente anterior a um triste ocaso, como o próprio Jones percebeu em 1985. Ah, e ele falava inglês simplesmente por ter nascido na Austrália... caso tivesse nascido fora da Commonwealth seria, linguisticamente, um Brambilla da vida...

Juanh disse...

Grande Vittorio, hermoso el Surtees TS19.
Abrazos!