segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Chevrolet

























Não é novidade para ninguém.

O esporte mais amado do Brasil é o Futebol.

É cultural.

Desde criança somos criados assim.

Se não for o pai, aparece um tio ou um avô para doutrinar o menino.

Ensinar para que time torcer.

Passei por isso.

Em casa houve uma disputa.

Meu pai queria que eu fosse Vasco da Gama e meu irmão me apresentava
o Fluminense.

Hoje sou tricolor de coração...

Com tanto apelo é normal que as empresas queiram associar seu nome aos gramados.

Assim fez a Chevrolet.

Em 2013 a fabricante do Corsa patrocinará 20 campeonatos estaduais pelo país.

"Estamos realmente empenhados em associar duas grandes paixões dos brasileiros:
o carro e futebol"

Tudo bem?

Não.

A empresa se lascou.

A Globo, que é dona da CBF, dos clubes, da bola e da alma de todos os jogadores,
não vai citar o nome da montadora.

O motivo?

A Volkswagen comprou uma das cotas de patrocínio de Futebol.

E pagou quase 200 milhões de reais por isso.

Há um compromisso.

É o preço do amor da emissora.

Mas havia outras boas alternativas para a Chevrolet?

Sim!

Sei que a marca está associada a Stock Car e outras categorias.

Mas podia inovar.

Ou repetir boas experiências.

Que tal uma categoria com carros da montadora?

Fugindo dos circuitos tradicionais.

pistas de rua.

Em lugares sem tradição no automobilismo.

Imagine o movimento!

Quantas cidades grandes do Brasil nunca receberam uma prova?

Que tal 10 dias de marketing agressivo massacrando a cabeça dos habitantes.

Festas, exposições, jornais e TVs locais...

Culminando com o dia da corrida.

Uma verdadeira invasão.

Pense no retorno de imagem que a marca teria na região.

Isso não é novidade.

Não é nenhuma ideia mirabolante.

A Renault e a Ford já fizeram isso aqui em Vitória, minha cidade.

Mas eu não entendo nada disso.

Quem sou eu...

Porém me parece melhor que rasgar dinheiro com Futebol.

Deve haver alguma planilha do Excel que explique que eu estou delirando.

E que é melhor colocar um carro, que ninguém sabe o nome, escondido atrás
de um gol do que rasgando uma reta sob o brilho do olhar de uma criança.

Pertinho da casa dela.

Criança e futuro consumidor...

9 comentários:

marcos andre RJ disse...

concordo com vc...sempre sonhei com isso, ainda mais agora que estamos sem autódromo

Daniel I. disse...

Do ponto de vista prático, também acho que ela deveria sim investir esta cota em automobilismo (que não deve ter sido pouco); afinal nunca vi artigos para futebol fabricados pela Chevrolet.

Imagine o bem que faria para o automobilismo brasileiro se ela quisesse reviver a saudosa F-Chevrolet? Existem muitos praticamentes de automobilismo que ficariam gratos com isso.

Essa ideia de colocar carros em pistas de rua também me pareceu sensacional! Carros bem próximos da realidade, sem uma preparação mais requintada. Relativamente mais barato do que construir, homologar um circuito permanente, além de proporcionar um show "mais próximo" do público.

Alias, acho que em geral, fabricantes de automóveis deveriam investir mais em automobilismo do que em atrações de nível duvidoso e/ou outros esportes; uma opinião um tanto purista, mas acho que é assim que deveria ser.

Anônimo disse...

O pior de tudo isso é que, a montadora de automóveis que patrocina futebol (ou outro esporte que não seja automobilismo), está colocando o seu produto - carros - em segundo plano naquela competição. No futebol o importante é a bola, os times, o gol, o drible, o jogo... carro? só se for o carrinho de um ou outro jogador ou aquele que entra em campo com a maca...

Ninguém dá "bola" para um carro em campo de futebol - numa possível aparição marketeira - muito menos se apenas o nome da montadora ou de um de seus modelos aparecer...

Exemplos de sucesso em categorias monomarcas há muitos. Ultimamente, muitas foram encerradas... talvez o melhor é que tivessem o formato alterado. Regional? Talvez... Mas que tal algo nos moldes do que a Mitsubishi e a Peugeot fazem ou fizeram nos rallyes? Proprietários de carros da marca, com subsídio da fábrica, disputando provas em vários finais de semana ao longo do ano... Se em vez de rally fosse uma categoria de turismo, em circuito fechado com TV aberta transmitindo, seria bem melhor, tanto a competição quanto o retorno...

Idéias não faltam... é só botar a cabeça pra funcionar e deixar de ser preguiçoso e se "encostar" no futebol...


um abraço,
Renato Breder

José Maria disse...

Corradi, off-post:
Tentei "ene" vezes postar um comentário no post "Avulsas", aquele das fotos do TS10, 722 e da 69, porém quando comando o " Publicar" vai para o Blogger do Gmail. . .daí fica difícil. . .
Abraço do Zé Maria

Humberto Corradi disse...

Zé Maria

Peço desculpas.

Às vezes acontecem umas coisas estranhas.

Não é culpa minha. Algum erro na programaçao do Blogger.

Acontece mais com quem usa o Internet Explorer. Não sei se é seu caso.

Agradeço por avisar!

harerton disse...

Corradi,

Acho que já tivemos F-Chevrolet aqui em Vitória, não?

[ ]'s

Anônimo disse...

Lamentável essa da chevrolet patrocinar futebol.
Sinceramente, acho que a morte do automobilismo brasileiro começou naquele maldito 1o de maio de 1994 com a morte do Senna.
Infelizmente a coisa só tende a piorar.
Demolição de Jacarepaguá então nem se fala. Um autódromo onde pisaram ledas como Gilles Villeneuve, Nelson Piquet, Emerson Fitipaldi, Niki Lauda, Nigel Mansell, etc. tinha que ser sagrado, um templo. A morte de categorias de base como F3, F-renault, F-Future, Trofeo-Linea, etc. Parece que assistiremos a morte definitiva do nosso automobilismo. O surgimento de um outro talento nacional então, aí que terá mesmo que ser um verdadeiro milagre. Como ter colheita sem sementes??
Só que a política do "Pão e Circo" para a massa que sonha em ser "Ronaldinho" se sobrepõe a até mesmo a assuntos básicos como saúde e educação. Lamentável.
Nem parece o mesmo país que em 1993 retirou Ayrton Senna do carro e o carregou nos braços após sua vitória magistral na chuva e em casa.

Ricardo Reno disse...

Primeiro: quem deveria fomentar seria a CBA. Que CBA? Ninguém viu, ninguém sabe, nem ouviu falar.

Segundo:um esporte visto por milhões de pessoas contra outro visto por aficionados e simpatizantes.

Terceiro: Como aficionado acho que você tem razão, a ideia é excelente, as coisas deveriam funcionar assim. Com certeza teria o apoio de todos aqui. Mas infelizmente, para nós, não é assim que funciona.

Anônimo disse...

O pior é que estão ampliando, se não me engano ano passado patrocinavam 7 campeonatos, mas pouco se fala disso, o que se vê é placa em estádio, carro exposto atrás do gol (nos estádios que comportam isso). Se for somar essas cotas todas devem ser mesmo uma fortuna, mas não imagino qual seria o retorno. Vai entender...

Cristiano