quarta-feira, 27 de março de 2013

O Outro Lado























Sobre as ordens de equipe.

Cada uma das escuderias de ponta da Fórmula 1 investe mais de 300 milhões 
de dólares na categoria.

Acho que elas também têm o direito de querer mandar em alguma coisa, não?

15 comentários:

Vander Romanini disse...

Claro, mas não acha melhor disputar posição??
Se for assim, melhor ter um piloto por equipe.

João disse...

Lindas essas Renault

marcio jose disse...

acho que a F1 sempre foi assim.

a diferença é que em um passado distante,nós brasileiros ditávamos as ordens.

hoje apenas assistimos as ordens.

Anônimo disse...

Corradi,

eu, talvez, vá numa direção diferente da maioria das pessoas que frequenta o blog...

Sou a favor das ordens de equipe. Bom, pelo menos das 'ordens inteligentes' das equipes. E não acho que a relação com a quantidade de dinheiro envolvido seja relevante... nem mesmo com o momento em que o campeonato esteja...

Estamos falando de EQUIPE, certo? Cada uma tem 2 carros e ambos são da mesma equipe (lógica circular!). Então, nada mais correto - e justo - que a equipe determinar uma ordem... hierárquica?... entre seus pilotos.

Nos briefings pré-GPs, a equipe deveria se reunir e traçar seu plano de ação: Piloto 'A' isso, piloto 'B' aquilo; em tais e tais circunstâncias a ação da equipe será essa e essa... e coisas assim...

Uma vez que a largada foi dada, a sucessão de eventos EM PISTA - prioritariamente - devem determinar o resultado.

Numa situação como a de domingo passado, cada dupla de pilotos já saberia o que fazer, tanto quem estava mais rápido (que deveria ultrapassar) quanto quem estava em 'contenção de equipamento' (que deveria ceder sua posição)...

Acho extremamente ridícula e desnecessária a comunicação entre pit wall e pilotos... O piloto tem que ser capaz de administrar seu equipamento e não apenas apertar esse ou aquele botão, ou ajustar tal dispositivo, de acordo com a leitura de telemetria de um engenheiro fora da pista...

E se a justificativa da comunicação estar lá for 'questões de segurança', que ela seja então entre a direção de prova e os pilotos... assim não haverá desculpas dos pilotos de não terem sido comunicados de alguma punição, ou aviso de bandeira amarela, ou de acidente, ou carro de serviço na pista, etc.

As ordens de equipe como Áustria-2002, Alemanha-2010 e as duas da Malásia-2013 foram ridículas... nem tanto as ordens em si, mas a forma "dissimulada" ou até "injusta" como as coisas aconteceram. E, principalmente, o "teatrinho" dos pilotos envolvidos... vergonhoso...

Quanto às ordens de equipe, não sou gerente de nenhuma delas e creio que elas devam ter autonomia para suas decisões... gastem elas 100 milhões ou 10 mil dólares/euros/libras/reais/yenes/etc...


um abraço,
Renato Breder

Ron Groo disse...

É só mandar com transparência.
Um é o outro não. Pronto.
mas ficar na encolha e dar pano pra gente grossa e ruim de braço como o Webber reclamar é de doer.

Secastrp disse...

Corradi,

Acho que este assunto já deu o suficiente.

Para os amantes do esporte automobilismo, na pista é cada um por si, dentro da honestidade e lealdade - afinal, o campeonato mais importante é o de pilotos.

Se o campeonato de equipes for tão importante assim, que seja feito às claras, e quando houver algum acordo (o que quer dizer que os envolvidos concordam), eles devem cumprir.

De outro modo, é apenas desonestidade, em maior ou menor grau. Acho péssimo os atletas de esporte que tem posturas tipo "para ganhar vale tudo", "o que importa é apenas o resultado final". Definitivamente, isto não é exemplo para qualquer sociedade.

Estamos falando de esporte, competição sadia, não um mero vale-tudo. Aliás, tinha um pessoal que gostava muito disso na Roma antiga, no Coliseu.

É a última vez que leio um post deste assunto.

Richard disse...

Concordo!!!

Daniel Machado disse...

Bom, pode ser isso. Mas o primeiro adversário de cada 1 é o cara que está ao lado, na mesma garagem. Você vence os outros e tem que vencer o companheiro de equipe também. Claro, quando tem-se dois pilotos de ponta numa equipe. Se tiver um bom e um Kova da vida como era na McLaren, ai é outra coisa rs.

Rodrigo Felix disse...

se não houvesse campeonato de construtores, tava tudo resolvido...

Paulo Heidenreich Jr disse...

Acho que não é necessário falar o quanto há de interesses, dinheiro e disputa de poder envolvido na fórmula 1.
O que aconteceu na Malásia, foi a afronta a isso tudo. Lá foi tirada a máscara da equipe que nos ultimos 3 anos ganhou tudo na categoria, mas até então tinha uma imagem limpa, comparada as outras concorrentes ao título.
O Vettel não entendeu que a equipe dele quer a vitória, mas que desde que a sua imagem se mantenha inabalada, da equipe perfeita, do time que só vence se for pela competência.
No domingo ele teve um dia de Schumacher, não abriu a mão da vitória, assim como seu compatriota fez em 2002. Venceu a corrida passando por cima de ordens de equipe, ignorando acordos, agindo como alguns outros pilotos campeões do passado agiram. Se essa atitude foi correta eu não sei, moralmente não, mas nesse circo de interesses, onde o dinheiro manda, onde se paga para correr, a moral fica de lado. Particularmente achei ótimo para a categoria, desde Senna e Prost, Hill e Schumacher, não se tem uma rivalidade que volte os olhos de todos para a categoria, não sei se isso o fará, mas se faz necessária a figura de um vilão no circo. Existem outros pilotos com o caráter igualmente baixo, até mais baixo do que o do Vettel, mas que não encontram rivais a altura.
Agora é esperar para ver.

Admin disse...

Concordo com o Renato e com o Ron Groo!

A equipe é a empregadora dos caras, tem o direito de dar ordens sim! bolas.

Só deve fazer isso de maneira clara, fulano é A beltrano é B, não quer ser B? vá ser C,D,E.... em outra equipe e não enche.

Ituano Voador disse...

É bom lembrar que o automobilismo esportivo surgiu exatamente como campeonato entre marcas; o campeonato de pilotos veio bem depois.

Felipe Maciel disse...

Equipe manda. Piloto é funcionário, obedece. A menos que seja político e convença a equipe a seguir sua vontade. Do contrário terá de arcar com as consequências caso não siga as ordens.

É assim que funciona, querendo ou não. Paciência.

E quer saber? São essas polêmicas que impulsionam o esporte e o destacam na mídia. Nada como uma boa confusão pra elevar a audiência.

Anônimo disse...

PARTE 2

Em 1958 no temido Inferno Verde, circuito alemão de Nurburgring Collins morreria em um gravíssimo acidente. O piloto foi cuspido para fora do carro ao bater contra uma árvore, causando traumatismos graves na cabeça. Transportado de imediato para Colônia, o inglês morreria no final dessa tarde, aos 26 anos.

Acredite quem quiser, mas eu não engoli essa desculpa "Sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo", Collins recebeu ordens da equipe para ceder o carro a Fangio. Luigi Musso se recusou(Fangio tinha vários capachos?), mas Collins aceitou sem reclamar bem ao estilo Coulthard!!! Collins foi um banana essa que é a verdade, tinha chance de ser campeão, mas se rendeu aos caprichos do time que bajulava Fangio. Em 56 Stirling Moss tinha 27 anos e estava acelerando pra ser campeão!

Alguns vão lembrar que corridas em duplas ou trincas eram permitidas na década de 50. OK, mas porque Fangio era sempre o favorecido? O argentino nunca cedia seu carro, sempre ele era o piloto que pegava carro emprestado. Em alguns casos, sequer o carro quebrava, Fangio sentia que o carro não estava bem, parava no boxes e pegava carro do companheiro que estava melhor(basta lembrar os companheiros acima liderando). Oras, assim é fácil ser pentacampeão...E ainda tem gente que sataniza o Schumacher, o alemão sequer dependeu de pontos de Rubens pra ser campeão! Sem os pontos que Massa cedeu, Alonso não brigaria pelos títulos de 2010/12. O espanhol é um baita piloto, mas também precisa de ajuda pra se manter na briga. Não da pra fazer dramas já que vários campeões foram favorecidos!

Jogo de equipe nos dias de hoje é piada perto do que acontecia na década de 50. Se Fangio podia ser favorecido nas equipes Alfa e Ferrari, Schumacher e Alonso não podem em suas épocas? A equipe Ferrari é a mesma, o esporte o mesmo, a ética pelo jeito também não existia só importava a vitória. Collins quis sair pela tangente dizendo que foi camarada(foi é trouxa), mas o fato é que um piloto foi favorecido em Monza-56 e outro prejudicado...

Como podem ver, ordens na F-1 existe desde a década de 50, e Fangio não era nenhum "santinho", era até pior que Schumacher. Tirar o companheiro da liderança, e pegar seu carro emprestado pra terminar na prova, tenha dó! Parabéns a Luigi Musso, "o Vettel da época". Fangio queria só filé e deixava o osso para os outros, ele tinha vários capachos a disposição, menos Musso...

Anônimo disse...

PARTE 1

Luigui Fagioli ficou famoso por sua determinação e por seu temperamento explosivo. Em 1934 muito antes da F-1 existir, correndo uma prova pela Mercedes em pleno Nurburgring, recebeu ordens para ceder a vitória a um companheiro de equipe. Furioso, parou o carro na beira da estrada (a corrida era disputada em uma rodovia) e voltou para casa, deixando a equipe.

Em 1951 Fagioli era companheiro de equipe de Juan Manuel Fangio, e à altura do Grande Prêmio da França o argentino disputava o título com Giuseppe Farina. Durante a prova Fangio teve problemas com seu carro, e usando um artifício permitido pelo regulamento, a Alfa chamou Fagioli (líder da prova) para os boxes e entregou seu carro a Fangio(para Fagioli ceder na liderança é porque tinha algo no contrato). O argentino venceu a prova, mas de acordo com o regulamento, a vitória e os pontos foram repartidos com Fagioli. Bom lembrar, Fagioli entregou NA LIDERANÇA e terminou em 11º lugar. Era apenas a terceira prova da temporada de um total de sete, ou seja, Fangio foi favorecido muito antes da temporada terminar.

Em 1956 Peter Collins chegou à ultima prova do campeonato em Monza numa posição em que poderia ser campeão do Mundo. Fangio liderava a corrida mas teve um problema na coluna de direção indo para os boxes. A equipe ordenou a Luigi Musso para que cedesse seu carro a Fangio(de novo?), mas o italiano recusou. Contudo, o piloto argentino teve carro para prosseguir a corrida e alcançar o título. Carro cedido por... seu rival, Peter Collins. Como podem ver, a coisa era até pior que nos dias de hoje, Collins tinha chance de ser campeão, mas foi obrigado a favorecer Fangio. O ARGENTINO PEGOU DUAS VEZES CARRO NA LIDERANÇA PRA TERMINAR SUA PROVA, EM UMA DELAS PEGOU CARRO DE COLLINS QUE LIDERAVA A CORRIDA E DISPUTAVA O TÍTULO JUSTAMENTE COM FANGIO!

Mais tarde, quando a corrida terminou, Fangio celebrava o seu segundo lugar na corrida (vencida por Stirling Moss) e conseguia os pontos suficientes para ser campeão do mundo pela quarta vez. Perguntou-se a Collins o porquê deste gesto de aparente fair-play. A resposta foi simples, mas hilária:

"Sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo"

Peço licença a quem estiver lendo...kkkkk