Zandvoort, 1960.
Quarta etapa daquela temporada da Fórmula 1.
Campeonato que foi vencido por Jack Brabham.
A foto acima é do inglês Lance Reventlow.
Foi abreviado.
São seis palavras que formam seu nome todo.
Assim como seis são o número de casamentos da sua mãe, a socialite Barbara
Hutton, uma milionária de sua época.
Seu progenitor fazia parte da nobreza européia, por isso Lance herdou o título.
Conde.
Seus pais viveram um casamento conturbado e em poucos anos se separaram.
Logo o jovem conde teria como padrasto o ator Cary Grant que o arrastou
para Los Angeles.
Hollywood.
O glamour do cinema.
Não durou muito.
Rapidamente sua mãe arrumou um novo amor: o príncipe Igor Troubetzkoy.
Foi neste momento que Lance, ainda adolescente, descobriu o automobilismo.
A razão foi simples.
O tal príncipe havia vencido nada mais nada menos que a edição da Targa Florio
de 1948 a bordo de uma Ferrari.
Foi a fome com a vontade de comer.
O garoto (rico) cresceu apaixonado pela velocidade.
Tanto que por conta disso se envolveu de vez no mundo das quatro rodas
construindo sua própria equipe a Scarab.
A equipe teve um início promissor, mas tentou um passo maior que a perna
ao correr na Fórmula 1.
Apesar de seu fracasso em sua aventura na Europa, o conde não se abateu
e passou então a se concentrar nos modelos esportivos na América.
Assim participou e ganhou diversas corridas nos Estados Unidos no final
dos anos 50 e início dos 60.
Nada mau.
Entre seus amigos e incentivadores estava o ator James Dean, um outro
apaixonado pela velocidade.
Dentre as pessoas que trabalharam com Lance estão pilotos como Carroll
Shelby, que chegou a ter pelo menos uma vitória a bordo de um Scarab, e
AJ Foyt.
Como tinha muito dinheiro, Reventlow nunca precisou fazer carros para
venda.
Por esse motivo existem poucos Scarabs.
Apenas aqueles que foram utilizados em corridas.
São verdadeiras raridades.
Aos 36 anos, num acidente de avião, o Conde Lance Reventlow perdeu
sua vida nas montanhas do Colorado, próximo a Aspen.
Porém 10 anos antes, em 1962, ele já havia se desligado dos autódromos.
Essa brincadeira foi deixada de lado pelo garoto rico.
Nesse instante toda a equipe técnica e suas instalações foram assumidas por
Shelby.
Ninguém melhor.
Assim Carroll Shelby começou a criar ali seus lendários Cobras e Mustangs.
Roteiro de filme.
13 comentários:
Esse carro lembra um pouquinho um Cobra.
Legal a história!!!
Caíque Pereira.
interessante, também a mim lembrou o Shelby Cobra.
só realizei depois de saber a história do Shelby tendo participado dos Scarab.
um pouco como se tivesse encoberto as rodas nesse monoposto pra fazer o GT.
Não sabia toda essa história...
Já havia lido sobre o príncipe Troubetzkoy; nem imaginava ter sido ele uma influência para o "americano" Lance Reventlow...
Esse é até um carro bem bonito, mas que nasceu para a F1 na época errada... os motores centrais - e não os dianteiros - começavam a se impor na categoria... Sempre pensei que o motor desse carro fosse um Offenhauser customizado. Não. Era um Scarab de fabricação própria! Chuck Daigh o segundo piloto do time, era o responsável pela produção deles.
Stirling Moss, que pilotou de tudo na F1, esteve inscrito no GP de Mônaco, em 1960, como piloto do time de Lance Reventlow, mas nem chegou a utilizar o carro (nesse GP, Moss fez a pole e venceu à bordo de uma Lotus 18 da RRC Walker Racing Team).
um abraço,
Renato breder
boa história, não conhecia!
E olha que ele ainda teve como padrasto Porfirio Rubirosa, também piloto diletante e playboy internacional.
Abs
Legal.Não conhecia a história.Apenas li sobre ele em algum lugar.Mas em detalhes assim eu não sabia.Obrigado Corradi.Interessante demais.
Sensacional!
bela história msm, vlw Corradi!
;)
é por postagens como esta (e comentarios do Breder e cia) que eu acesso este blog.
obrigado Corradi!!!
Demais Corradi. Grato mais uma vez.
Bom demais
Mais uma aula de história sobre automobilismo. Fascinante.
Abraço
visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/
Postar um comentário