terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Projeto Verão - Sétimo Dia

























Bom dia a todos.

Último dia do Projeto Verão.

Fechando com chave de ouro.

Rui Amaral Jr. é uma testemunha da história do nosso automobilismo.

E Interlagos é sua casa.

Basta dar uma olhada no História que Vivemos , e você vai entender do que estou falando.

O título traduz perfeitamente o que é o seu Blog.

Um resgate da história do automobilismo brasileiro.

E ainda com a "assitência técnica" do Caranguejo!

Os dois juntos são covardia nas postagens com o resto de nós blogueiros...

Com a palavra Rui Amaral Jr.
























A Fórmula 1 em Interlagos

Por Rui Amaral Jr.

Abril de 1972, depois dos Torneios de Formula Ford, Formula 3 e 2 finalmente São Paulo
e Interlagos receberiam a Formula Um.

Seria apenas uma corrida extra campeonato, para a homologação da pista para corrida do
ano seguinte, que seria valida para o Mundial de F1.

Seria numa quinta feira, pois depois de muitas negociações, o saudoso idealizador do sonho,
Antonio Carlos Scavonne, conseguiu somente neste dia, uma brecha no calendário, para que
os pilotos pudessem vir.

Àquela altura o Templo já era meu lar, já o freqüentava desde os 8 anos, nas aventuras
automobilísticas de meu irmão mais 12 anos velho, mas neste ano já sabia o que era o sabor
da vitória naquela pista querida.


No ano anterior eu estreara e havia feito 7/8 corridas, primeiramente na D1 e as outras na D3
pela equipe De Lamare.

Alguns amigos lá estavam, os mais velhos de meu irmão, como Jayme Silva, e outros que já
podia chamar de meus amigos, como o A.C. Avallone, Expedito Marazzi e além de todos
outros o querido e inesquecível Luiz Pereira Bueno, amigo de família, que correria com um
March.

E com ele numa demonstração antes da corrida, fez algumas voltas pelo Anel Externo do Templo, quebrando o Record da pista.

Para manter o clima de euforia, a bandeirada da quebra deste recorde foi dada por ninguém menos
que nosso Chico Landi

Na época a Federação Paulista de Automobilismo dava a nós pilotos, credenciais para assistir a
corrida dos boxes.

Bons tempos!

Não lembro bem, mas assisti aos treinos, vi a quebra do recorde pelo Luiz e conversei com muita
gente. No dia da corrida, apenas lembro que saí um pouco atrasado, e ao chegar na Marginal
Pinheiros já notei a enorme quantidade de carros.

Abreviando, tive que parar na Avon, uns dois km do Autódromo, e subir tudo a pé, e passando
pela montanha de carros parados na avenida.

Ao chegar era impossível ir até o Portão 3, onde entravam as pessoas com credenciais, e entrei
aos trancos e barrancos, mesmo pelo Portão 1, e fiquei nas pontas dos pés no meio da multidão.

Mal podíamos ver a corrida, mas nossa felicidade era tanta que nada disso importava, pois o
Rato, nosso futuro, estava na ponta, mostrando a que veio no automobilismo.

Pois foi bem em minha frente que acabou sua rodada, após a quebra da suspensão traseira.

Não reclamei, nem tampouco chiei, sabia que aquele era o começo. Começo de um caminho
que nos levaria à oito títulos mundiais.

O resto é história, que um dia contamos...

Rui Amaral Jr,  com assistência técnica de meu parceiro Caranguejo.

11 comentários:

Anônimo disse...

Lindas fotos do começo de tudo.
Qual foi a posição do Luiz Pereira Bueno na corrida?

Abç,
Emerson Fernando

Ron Groo disse...

O Rui sabe tudo.
Sensacional.

Rui Amaral Jr disse...

Obrigado Humberto, me emocionei!
Escrevo e mostro o automobilismo, antes de tudo, com o coração na ponta dos dois únicos dedos com que sei teclar! As vezes lagrimas escorrem, outras as gargalhadas, principalmente quando lembro de algo impublicavel!
Desde que comecei o blog, três anos atrás, contei com a ajuda de muitos amigos, alguns que fazem parte de meu dia a dia, outros que fui amealhando pelo caminho, como você.
O Caranguejo foi chegando aos poucos, e hoje é uma parte muito importante de tudo que fazemos. Como são também o Carlos de Paula, nosso decano, a Graziela, sobrinha neta do grande Orlando Menegaz, bi Campeão das Mil Milhas Brasileiras, o Gabriel, amigo e filho de outro grande amigo, o Fabiano Guimarães, sabe tudo, e a Vanessa que no Histórias assina com o nome do grande André Brasil nosso medalhista paraolimpico.
Li os posts anteriores do Projeto Verão, do Leandro, Marcos, Ron, Paulo Alexandre, Francis Alicatão e Ingryd, e acredito que todos, à sua maneira, estamos dando nossa grande contribuição para o resgate da história do automobilismo.
É complicado e difícil para mim enumerar meus amigos, corredores, mecânicos, preparadores e outros que fazem parte de nosso mundo, que já contribuíram e continuam a contribuir no Histórias.
A você, a eles, e a todos seus, meus e nossos leitores, meu muito obrigado!

Um forte abraço a todos!


Rui

Rui Amaral Jr disse...

Duas coisinhas que esqueci, me comoveu ver a foto do Luizinho pilotando o March de lado e a referencia ao Avallone! Luiz, como sempre o chamei, e o Baixinho foram amigos queridos, muito queridos! Dois nomes a serem lembrados sempre!

André Candreva disse...

Corradi,

parabéns mais uma vez... os convidados souberam traduzir a essência do verdadeiro automobilismo... tiveram competência para redigir e expressar seus sentimentos...

parabéns a todos...

E quanto a pergunta do Emerson Fernando, o Luiz Pereira Bueno, Peroba, chegou na 6ª posição do GP Brasil de 1972 - prova de homologação...

abs...

Marcos Alvarenga disse...

Cadê o texto do Flavio Gomes? Achei que ele ia aparecer por aqui nessa semana.

Francis Henrique Trennepohl disse...

Baita texto, ALICATÃO-MESTRE! Emocionante e escrito com o coração no teclado.
Gostaria de agradecer mais uma vez o Humberto pelo espeço e parabenizar pela GENIAL IDEIA de ter feito isso.
Fiquei extremamente lisonjeado de poder participar e através desse nosso pseudo-anonimato dos blogs estamos contribuindo um pouquinho com a memória e a preservação da história do esporte que tanto amamos.
Baita abraço

Unknown disse...

Pilotou bem Rui!

Rui Amaral Jr disse...

Obrigado meus amigos!

Mauricio Morais disse...

Rapaz o que eu não daria pra ver essa March na mão do Luizinho escapando desse jeito...

fernando disse...

Muito legal, emocionante esse relato, viajei no tempo e me pus junto com o mundaréu de gente que lotou o Templo, e numa quinta-feira! dessa não sabia. por isso ninguém nem cogitou de me levar a essa corrida, mas acho que meu irmão, cinco anos mais velho queeu, foi.
eu era muito criança e só lembro de ver na TV (que não mostrou a quebra do Emerson direito). estava no início da minha 'adicção' a esse esporte, e no ano seguinte fui ver um dia dos treinos para o GP ofucial.

e fico mais ainda admirado e com mais respeito por saber que Rui disputou corridas lá, no circuito antigo e nessa época maravilhosa do automobilismo daqui. e vou tratar de conferir as histórias no site.
parabéns ao Rui e ao Caranguejo. que bom ter vocês por aqui.