sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Pequenas Passagens





Nas imagens acima aparece o inglês Alan Stacey.

Sua estréia na Fórmula 1 se deu na temporada de 1958.

Em Silverstone.

Era considerado um piloto seguro e competente.

Conservador.

Não era pouca coisa.

Já que Stacey possuía certas desvantagens em relação aos seus pares.

Acredite.

Uma de suas pernas era mecânica.

Para passar nos exames físicos exigidos em Le Mans ele contou com ajuda.

Os outros pilotos fizeram um teatro para distrair e ludibriar os médicos.

Uma verdadeira loucura!

Porém sua morte nada teve a ver com sua deficiência.

Aquele final de semana na Bélgica já dava sinais que tudo daria errado.

Spa-Francorchamps.

1960.

Stirling Moss já havia sofrido um terrível acidente nos treinos.

Logo depois foi a vez de Mike Taylor.

O outro piloto da Lotus estava apenas indo até o local do sinistro ver como
estava seu companheiro.

A barra de direção de seu carro quebrou.

Taylor nunca mais andou na Fórmula 1.

No outro dia, durante a corrida, foi a vez de Chris Bristow.

Foi quando duelava por posição com o imprevisível Willy Mairesse.

Bristow perdeu o controle do carro na mesma curva onde Moss havia se
acidentado um dia antes.

A Burnenville.

A tragédia não paralisou a prova.

A pista belga queria mais sangue.

Chegou então a vez de Alan Stacey.

Quando se aproximou do mesmo local ele perdeu o controle.

Algumas pessoas que assistiam a prova notaram que um pássaro havia 
atingido seu rosto.

Provavelmente quebrou seu pescoço.

Uma fatalidade.

Agora, imagine.

Se com toda tecnologia atual dos capacetes, mesmo assim, Felipe Massa
apagou quando a mola solta do carro de Barrichello o atingiu.

Você acredita que houve alguma chance para o pobre Stacey 50 anos atrás?

7 comentários:

Ron Groo disse...

Este ultimo carro é quase um kart!
Imagina vencer a Eau Rouge pilotando um destes.

Anônimo disse...

Em resumo, morreram vários durante o final de semana e tudo bem!
(sarcástico)

"The show must go on!"

Zé Maria

fernando disse...

eu sabia da perna mecânica, mas não sabia do episódio do exame médico em Mans. hilário, maneira típicamente inglesa, 'civilizada', de dar uma trapaceada.

a foto 1 tem uma qualidade tenebrosa eu diria, antecipando a 'escuridão' do que estava por vir.

por trágica coincidência, outro piloto britânico (escocês), também deficiente físico, Archie Scott-Brown, também sofreu acidente fatal em Spa-Francorchamps, 2 anos antes - mas, de novo, pura fatalidade, o acidente sem ter nenhuma relaçao com a deficiência, neste caso a súbita mudança de piso seco para molhado, fazendo o carro (um jaguar lister) sair da pista.

aquele GP da Bélgica foi o segundo GP da carreira de Clark, que percebeu a gravidade dos acidentes de Bristow e Stacey - além do de Moss nos treinos, que pilotava um carro igual ao seu - o que o fez correr 'cagando de medo' por toda a tarde; além do que, ficou com sangue do Bristow espirrado numa lateral de sua lotus (o acidente deste foi terrível, não entrarei em detalhes por causa da morbidez inerente e porque creio que o Corradi teria mencionado se pensasse fosse o caso de).
apesar de vir a vencer por 5 vezes no circuito das Ardenas, Clark sempre corria lá receoso dos perigos daquela pista, muito por causa do fatídico GP de 1960.

Anônimo disse...

Essa história dos médicos, aconteceu em Rouen e não em Le Mans.
Não sei ao certo o ano, nem que prova (não era de F1).
Alan, tal como os outros pilotos, tinham que passar pelos médicos. Colin Chapman tinha medo da burocracia dos franceses e pediram a Gerard Crombac (famoso jornalista) que acompanhá-se Alan Stacey. Quando o médico faz o exame do martelinho no joelho para verificar o reflexo, Alan mostra a perna boa para o primeiro teste. Logo de seguida Crombac destraiu a atençao do médico para o Alan mostrar a mesma perna para o segundo teste, estando o médico convencido que tinha inspeccionado as duas.

Paulo Marques - Portugal

Rafael Schelb disse...

Nem em sonho...

Jeferson Araujo Pereira disse...

Em uma reportagem exibida no Sportv, Massa mostrou que o capacete atingido pela mola fica ao lado dos seus troféus.A mancha de sangue ainda é visível,pois,claro, o capacete não foi limpo.

Anônimo disse...

capacete do Massa: realmente é um troféu! simboliza muito...

essa história da perna mecanica (do exame médico sim, mas também a parte do desempenho dele em relação aos outros pilotos), da corrida (mórbida), por ser em spa...

roteiro de filme!!!

aliás, a F1 é apaixonante por causa destas histórias...

Cleiton