Interessante como um país desenvolvido como a Holanda era tão tosco em relação a segurança nas competições automobilísticas. Quem não viu Roger Willimason ser morto quando seu March capotou e um tempo depois pegou fogo, procure no YouTube. É chocante a completa falta de capacidade da equipe de emergência em salvar o piloto, apesar do David Purley para no circuito e tentar, sozinho, salvar o companheiro com os fiscais de pista olhando, parados.
Agora esta foto com sacos de areia...nunca tinha visto, isto é ridículo. Duro que nem pedra, como disse Corradi, e se alguém bater espalha a areia, causando mais um monte de acidentes no mesmo local.
Secastro, nessa época a falta de segurança nos circuitos era generalizada e não um problema exclusivo dos holandeses. Quando comparados com o contexto actual, não havia circuitos com uma boa estrutura de segurança, apenas havia os maus, os muito maus e os piores. Haviam circuitos menos "assassinos" que outros, mas tal devia-se ás suas características técnicas e/ou ás provas que aí se realizavam, e não porque a sua estrutura de segurança (activa e passiva) fosse boa. Os serviços de socorro na pista eram mínimos, e os comissários de pista não estavam treinados e equipados para prestar socorro em caso de acidente. As competições motorizadas eram (e são) perigosas, realizavam-se independentemente das condições na pista, os acidentes faziam parte integrante do espectáculo e não eram motivo para o condicionar; quem não concordava com a situação não escolhia a carreira de piloto. Esta situação era a regra em todos os circuitos internacionais, na Europa ou em qualquer outro continente. Agora temos os tilkódromos, e basta que alguém urine na pista para que o safety car entre em acção.
O caso de Zandvoort /73: os fiscais de pista de Zandvoort estavam "equipados" com as suas roupas pessoais, coletes de nylon (óptimos :) para o combate ao fogo), e um extintor de pó químico seco de 6 kg. De facto os pilotos eram as pessoas mais bem equipadas para enfrentar o fogo e conseguir tentar virar o carro em chamas, e David Purley sabia disso, daí as suas tentativas para que outros pilotos parassem para o ajudar. Lamentavelmente os outros pilotos não pararam, alguns deles argumentaram que viram o March em chamas e o David Purley por perto e pensaram que ele seria o acidentado (o seu carro era também um March) e que então tudo estaria bem.
Segundo os média de então Lauda teria afirmado que era pago para correr e bater os adversários, e não para lhes prestar assistência em pista; estas afirmações voltaram á ribalta quando do seu acidente em Nurburgring, onde a intervenção de A. Merzario, H. Hertl e G.Edwards lhe salvou a vida. Um deles, penso que o G. Edwards, embateu no Ferrari e não poderia continuar, mas os outros dois pararam de prepósito para lhe prestar auxilio. A vida é sábia… e irónica.
Quanto ao enchimento dos sacos, olhando para os mesmos, pelo seu tamanho, pelo seu formato e pelas suas pregas de assentamento, não acredito que tenham areia.
o carro que se chocou com o de Lauda, em Nürburgring 1976, foi o Surtees do estadunidense Brett Lunger... Chris Amon também desistiu daquele GP devido ao acidente do austríaco.
8 comentários:
O dono da 'vendinha' de puff se deu bem nessa! hahahahahahahaha
Bom dia..
E mais atrás José Carlos Pace... pelo capacete escuro...
Sacos, muito provavelmente, preenchidos com areia de praia...
um abraço,
Renato Breder
Breder
Fiquei pensando nisso.
Bater nessa coisa devia ser igual atingir uma pedra.
Valeu
Acho que os sacos estão ali pra não estragar o guard-rail...
Interessante como um país desenvolvido como a Holanda era tão tosco em relação a segurança nas competições automobilísticas. Quem não viu Roger Willimason ser morto quando seu March capotou e um tempo depois pegou fogo, procure no YouTube. É chocante a completa falta de capacidade da equipe de emergência em salvar o piloto, apesar do David Purley para no circuito e tentar, sozinho, salvar o companheiro com os fiscais de pista olhando, parados.
Agora esta foto com sacos de areia...nunca tinha visto, isto é ridículo. Duro que nem pedra, como disse Corradi, e se alguém bater espalha a areia, causando mais um monte de acidentes no mesmo local.
Isto no final do século XX, na Europa.
Secastro, nessa época a falta de segurança nos circuitos era generalizada e não um problema exclusivo dos holandeses.
Quando comparados com o contexto actual, não havia circuitos com uma boa estrutura de segurança, apenas havia os maus, os muito maus e os piores.
Haviam circuitos menos "assassinos" que outros, mas tal devia-se ás suas características técnicas e/ou ás provas que aí se realizavam, e não porque a sua estrutura de segurança (activa e passiva) fosse boa.
Os serviços de socorro na pista eram mínimos, e os comissários de pista não estavam treinados e equipados para prestar socorro em caso de acidente.
As competições motorizadas eram (e são) perigosas, realizavam-se independentemente das condições na pista, os acidentes faziam parte integrante do espectáculo e não eram motivo para o condicionar; quem não concordava com a situação não escolhia a carreira de piloto.
Esta situação era a regra em todos os circuitos internacionais, na Europa ou em qualquer outro continente.
Agora temos os tilkódromos, e basta que alguém urine na pista para que o safety car entre em acção.
O caso de Zandvoort /73: os fiscais de pista de Zandvoort estavam "equipados" com as suas roupas pessoais, coletes de nylon (óptimos :) para o combate ao fogo), e um extintor de pó químico seco de 6 kg.
De facto os pilotos eram as pessoas mais bem equipadas para enfrentar o fogo e conseguir tentar virar o carro em chamas, e David Purley sabia disso, daí as suas tentativas para que outros pilotos parassem para o ajudar.
Lamentavelmente os outros pilotos não pararam, alguns deles argumentaram que viram o March em chamas e o David Purley por perto e pensaram que ele seria o acidentado (o seu carro era também um March) e que então tudo estaria bem.
Segundo os média de então Lauda teria afirmado que era pago para correr e bater os adversários, e não para lhes prestar assistência em pista; estas afirmações voltaram á ribalta quando do seu acidente em Nurburgring, onde a intervenção de A. Merzario, H. Hertl e G.Edwards lhe salvou a vida.
Um deles, penso que o G. Edwards, embateu no Ferrari e não poderia continuar, mas os outros dois pararam de prepósito para lhe prestar auxilio. A vida é sábia… e irónica.
Quanto ao enchimento dos sacos, olhando para os mesmos, pelo seu tamanho, pelo seu formato e pelas suas pregas de assentamento, não acredito que tenham areia.
CG
Algo impensável hoje em dia esses sacos como barreira de proteção.
Carlos Gil...
o carro que se chocou com o de Lauda, em Nürburgring 1976, foi o Surtees do estadunidense Brett Lunger... Chris Amon também desistiu daquele GP devido ao acidente do austríaco.
outro abraço,
Renato Breder
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