sexta-feira, 28 de março de 2014

Grandeza






















Olhou bem a imagem acima?

A foto foi tirada na Malásia.

É uma Ferrari, claro.

Notou os buracos em destaque?

Não sei você, mas eu fico com a impressão de improviso.

Lembrei da Red Bull, ainda nos testes, tentando resolver seus problemas de
refrigeração da mesma maneira.

Estranho.

Por princípio acho que ninguém deva fazer buracos na Ferrari.

Em nenhuma Ferrari!!!

Gosto de chamar a Fórmula 1 de categoria máxima do automobilismo.

Porque ali deveria se encontrar tudo que há de melhor sobre competição nas
pistas.

Os melhores mecânicos, projetistas, pilotos, autódromos, motores, combustíveis...

E as regras deveriam apenas se preocupar em trazer segurança e evitar qualquer
absurdo dentro desse maravilhoso ambiente.

Porém as regras estão limitando, confundindo e  atrapalhando o desenvolvimento da
categoria.

Nada contra mudanças!

No entanto acho que elas deveriam vir somente para propiciar uma evolução da indústria.

As montadoras precisam encontrar na Fórmula 1 sua maior propaganda.

Sua vitrine.

Se venceu a Renault, viva os franceses!

Teríamos que confessar que hoje eles fabricam o melhor motor do planeta!

E, no mundo ideal, o desenvolvimento alcançado nas pistas se refletiria nos carros
de rua.

Tanto nas inovações como nas vendas.

Mas quando Daniel Ricciardo é desclassificado por conta do fluxo de combustível,
percebemos que o regulamento premia a rapidez na adaptação tecnológica ou pior,
a interpretação das letras que regem o campeonato.























Afinal quem entende algo sobre o capacitor de fluxo ou algo parecido?

E quem quer saber disso?

ERS, KERS ou como funcionam as baterias de celular?

Faz alguma diferença saber que sem o Tântalo seu telefone não funcionaria?

A gente quer colocar o dedo no vidro e ver as coisas aparecerem.

Da mesma maneira na Fórmula 1.

Quem quer olhar no HD Ferraris com buracos, a Red Bull se arrastando e as mais
pobres não conseguindo nem sair de suas garagens?

Chamem isso de qualquer coisa menos de Fórmula 1.

Eu quero ver quem tem o melhor braço na chuva, quem coloca a roda mais perto
dos guard-rails de Mônaco e quem acelera mais na Eau Rouge.

Tudo no limite da segurança, claro.

Não desprezo a beleza dos aspectos técnicos.

Mesmo aquele detalhe.

O que incomoda é colocar isso no palco principal das discussões.

Cada coisa deve ter sua importância, seu lugar.

Sem improvisações grosseiras.

A Fórmula 1 é nobre,

Título conquistado com sangue de vários pilotos.

E merece o melhor de tudo.

Qualquer coisa menos que isso é inaceitável, não?


15 comentários:

Anônimo disse...

Vamos dar um tempo, só aconteceu uma corrida. Os times estão aprendendo a lidar com os carros, regulamento, etc. Na início da década de 80 aos turbos também quebravam muito. Do jeito que você colocou as coisas parece que tem de ser engenheiro pra entender a f1, mas não é verdade, qualquer pessoa minimamente inteligente entende as novas regras e o porque Ricciardo foi desclassificado. Já tá na hora de parar de subestimar a inteligência do entusiasta em automobilismo, ao menos nos blogs. Essa linha da formula1 caixinha já encheu. Pronto, falei!

Patrick Vaz disse...

Só não concordo sobre os buracos...
Não estou nem aí se o camarada tiver que cortar um pedaço de aerofólio com o serrote. Se funcionar, ótimo, na próxima corrida fazem o acabamento bonitinho.
Quanto ao resto, concordo plenamente. Até mais, acho que deveria ser tudo liberado (desde que respeitada a segurança) se a equipe quiser motor rotativo (seria o máximo) que use, se quer à diesel, que use, etc...

Arthur Simões disse...

PERFEITO!!!

Por isso que de uns anos pra cá eu fico mais interessado em ver a GP2 ou outras categorias menores do que a F1.

Eu gosto de ver quem é bom de braço,quem consegue andar no limite,quem é mais agressivo ou quem é mais cerebral.

Ver uma corrida ser decidida pelo carro que poupa mais gasolina é ridículo...

Jeferson Araújo Pereira disse...

A foto da Ferrari é impressionante e não deixa dúvidas: são dois furos e eles estão improvisando, ou melhor, estão perdidos!Infelizmente, o politicamente correto já está instalado na F1 há alguns anos, mas em 2014 a palhaçada saiu de controle.F1 ecológica é uma piada: economizar gasolina na F1 é um assunto que não deveria ser considerado nem por hipótese.E sobre a falta de barulho dos motores, estamos diante de uma unanimidade: todo o mundo odiou o som de cortador de grama.

Davi disse...

Sábias palavras! Não poderia dizer melhor!
Viemos passando por alterações na Formula 1 que tem estragado a categoria. E essas mudanças corroboraram para deixá-la chata. Torcedor comum quer ver os melhores andando no limite para vencer, sendo limpos.
E hoje, a Fórmula 1 é lugar de motorista e não de piloto, pois conservar é melhor que arriscar, isso é errado!
Regras bacanas como o reabastecimento acabaram, as equipes não podem inventar uma tecnologia nova que logo é proibida de usar.
Hoje você apenas segue regras, ninguém tem a liberdade de poder inovar com os carros para melhorá-los.

No futuro acho que a F1 melhora ou piora de vez.

Ascari disse...

Ta sofrendo ao ver o alemãozinho levar pau? Red Bull só se ferrou por ser arrogante. Quanto ao resto, carros muito mais interessantes que aquelas porcarias que estavam por aí. Muita frescura nesse começo de campeonato, curiosamente esse mimimi todo é puxado pela equipe que perdeu a hegemonia, pq será...

Rafael Schelb disse...

Lendo esse texto eu pensei em um monte de comentários, mas só consegui escrever esse: Corradi, quando que crescer, quero ser igual a você...

fabehr disse...

tem gente q gosta de + do mesmo...
Então vcs queriam q o Vettel ganhasse as 17 corridas nesse ano??

A F1 até meados dos anos 80 premiava o cerebral, aquele q conseguia ser rápido poupando o equipamento. Quem enfiava o pé o tempo todo, simplesmente não recebia a bandeira quadriculada.

as mudanças foram extremamente saudáveis, tanto é q as montadoras estão voltando. Honda em 2015 e Renault negociando a compra da Lotus pra ter um carro pra chamar de seu.

F1 tem q ser laboratório msm, e q os engenheiros tem feito atualmente não é brincadeira. This is rocket science!!!

Unknown disse...

Acho que gostoso mesmo era ficar até a temporada passada assistindo um trilho de carros sem nada acontecer, chega né já deu, deu pra ver também que Vettel quando fica atrás no grid gosta de chorar red bull é pior que a ferrari quando começa ficar para trás...

Marcos Alvarenga disse...

"A Formula 1 é nobre."

Perfeito!

Miguel F disse...

este é o melhor Corradi!

aquel dos textos que podes ler igual de cima hacio embaixo ou do reves!
o poeta da f1

que grande

Anônimo disse...

Ninguém sacou a ironia do texto... pfff

Anônimo disse...

Alguns pitacos, Corradi e "viciados"...

1) "...rapidez na adaptação tecnológica..."

Sempre foi assim com mudanças tecnológicas na categoria: motor central (Cooper se adaptou mais rapidamente), motor como parte integrante da "estrutura do carro' (Lotus introduziu e os outros tiveram que se adaptar), motor turbo (a Renault saiu na frente), carro asa (Lotus)... e assim por diante.

Também concordo que o regulamente cada vez mais vem restringindo a criatividade e, continuando nesse rumo, a F1 acabará se tronando uma categoria quase "monomarca"...

2) Buracos na Ferrari

Isso faz parte da criatividade dos engenheiros e técnicos.

Muitas vezes uma furadeira e uma broca poupam milhares de "dinheiros". A capacidade de encontrar soluções simple s de rápida execução mantém as coisas funcionando até que "a solução definitiva" seja melhor elaborada... improviso faz parte da solução, sim!

3) Fluxômetro

Por mais incrível que possa parecer, a FIA está correta na desclassificação de Ricciardo. Foi coerente.

A Red Bull não está de todo errada em sua atitude na Austrália. Utilizou um sensor qwe funcionava corretamente e assegurou que seu carro estivesse dentro do regulamento.

O problema todo é o que acontece em geral na F1. As equipew concordam ou entram em acordo quanto ao regulamento técnico; depois tentam contorná-lo, darem um jeitinho... e começam a reclamar dele...

O ideal seria es equipes se posicionarem quanto às questões técnicas a priori, inclusive vetando alguns ítens que são potencialmente polêmicos, vide o tal sensor.

Cadê a FOTA?

4) Pilotos e Carros no limite...

Para cada época houve e para cada tecnologia empregada na F1 há um limite a ser buscado. O legal é acompanhar essa busca (para as épocas passadas uma boa "pesquisada" mostra o que foi feito).

Os carro estão por demais complexos. Paciência, essa é a nova situação. Dentro dela cada um se vira como pode. E busca os limites.

Consumo de combustível, carro elétrico (ou híbrido), KERS/TERS, etc, estão sim na pauta das discussões tecnológica atuais e acho legal a F1 entrar nisso. Ela demorou a dar esse passo...

5) Som dos motores

Eu sou um dos que NÃO ODIOU o som de "cortador de grama" dos novos motores da F1.

Os motores (agora as unidades motrizes) são projetados com vistas à potência e ao melhor aproveitamento dela. Torque x Rotação é o binômio mais trabalhado. Estão aí os mapeamentos dos motores para otimizar o uso de sua potência.

Entram nessa brincadeira o emprego de novos materiais, otimização de componentes, etc. Nunca soube que um dos ítens do projeto de um motor fosse seu SOM!

O som é um bônus apenas. E cada motor tem o seu "bônus" característico... e cada um de nós é livre para gostar deste ou daquele "bônus".

Com a mudança da tecnologia, veio um "bônus" diferente...

Há tanta coisa legal - tecnologicamente falando - na F1, que não acredito que o SOM seja algo tão importante assim!

6) Cauteloso x Afobado

Até agora doram apenas 4 finais de semana e meio de F1: 3 treinos, GP da Austrália e o começo do GP da Malásia...

As mudanças foram muito grandes a abruptas para que tudo já estivesse "normal" no reino do Tio Bernie...


Deixa eu parar por aqui...

um abraço,
Renato Breder

Anônimo disse...

Não sei vocês, mas eu também não gostei do barulho dos F1 desta temporada. Seria melhor que não fizesse barulho algum do fazer aquele barulhinho de "sei lá o que".
Eu como engenheiro até concordo que a F1 deu sim um salto em termos de eficiência energética ao reduzir o consumo de combustível, adotar mecanismos regenerativos, aproveitar a energia do calor do escapamento, etc. Mas isso transformou a F1 numa coisa morna, sem sal e nem açúcar.
Não gostei.
Podem ver que até as disputas por posições estão muito mais comedidas, pra não haver "desperdício" de combustível.
Acho que o barulho de carrinho de controle remoto da Fórmula-E é bem melhor e mais empolgante que esse barulho horrível, morno e sem paixão da F1 atual.
Concordo com o Vetel em cada letra do comentário que ele fez dizendo que o barulho da F1 tá uma M..... .

Que saudade dos V10!
Ainda bem que tem youtube!

Abraço a todos

Danilo Cintra

Anônimo disse...

Corradi, assim q vi a foto lembrei de imediato de outra foto, tambem de testes da Ferrari, mas de um ano atrás , em q uma mudança de lugar da saída de escapamento foi resolvida com um recorte manual na carroceria.

interessante, faz pensar que o improviso permanece na F1, especialmente na pré-temporada.
'Antigamente' , não havia restrições à kilometragem dos testes mas também muito menos avaliação e verificações virtuais do que hoje em dia - talvez isso provoque improvisos do tipo mostrado no post.
e lembrando que os testes de pista são realizados longe das fábricas, então se uma modificação for decidida por pessoal na fábrica, poderá não haver tempo de manufatura e transporte para o local do teste - que duram muito poucos dias, como sabemos.

Fernando