Imagens avulsas.
No entanto sobre um mesmo tema.
Williams.
A campeã de 2015 do mundial de construtores.
Série B.
Achou estranho?
Explico.
Para compreendermos é preciso lembrar que a Fórmula 1 está dividida em
duas categorias.
Principal e Cliente.
Na primeira, a mais rica e importante, encontramos as equipes principais.
São aquelas que possuem uma parceria preferencial no fornecimento do
motor.
Com uma subdivisão.
Podendo ser de fábrica (Mercedes e Ferrari).
Ou cooperativas (Red Bull / Renault e McLaren / Honda).
O restante do grid é formado pelas clientes.
Ali estão Force India, Toro Rosso, Manor, Lotus, Sauber e Williams.
Dois campeonatos em um só.
Fácil de entender.
O segundo grupo, salvo um hecatombe, jamais vai enfrentar de igual para
igual suas respectivas irmãs mais poderosas.
Por que?
Porque a criação e o desenvolvimento são totalmente diferentes em cada
uma dessas categorias.
As fabricantes constroem seus carros de forma harmônica com a unidade
de força.
Já as clientes recebem o motor dentro de uma caixa fechada e precisam
descobrir como irão envelopar o troço e criar um bólido competitivo
com aquilo.
Com menos tempo e ainda sem direito a certas atualizações.
Difícil.
Não tem como encarar.
Portanto a Force India nunca irá vencer a Mercedes.
Assim como a Sauber não vai derrotar a Ferrari.
Olhando sob esse prisma, descobrimos uma competição à parte.
O campeonato mundial de construtores da Série B.
E dentro desta realidade a Williams se sagrou campeã.
Ou melhor, bicampeã!
A Force India e a Lotus ficaram com o segundo e terceiro lugares
respectivamente.
Vale a pena fazer algumas observações.
Nas últimas cinco temporadas, o time de Vijay Mallya sempre esteve entre
as três melhores clientes.
Sendo que foi campeã em 2011.
A Lotus, depois de duas conquistas (2012 e 2013), se recuperou do fraco
desempenho do ano passado e voltou a figurar entre as primeiras ao final
desta temporada.
Esse histórico aparentemente pode não significar muito, além do dinheiro
recebido pela classificação.
Porém os bons resultados mostram solidez na estrutura e viabilidade de
sobrevivência no longo prazo.
Isso torna as escuderias mais atrativas para patrocinadores, investidores e,
até mesmo, compradores.
Exemplos?
Aston Martin em tratativas com a Force India, Renault absorvendo a Lotus
e os milhões de Stroll desembarcando na Williams.
Acha que tudo isso é pensar pequeno?
Pode ser.
Mas é a realidade.
E, por enquanto, a única forma de um time menor continuar respirando neste
cenário.
Perspectivas de mudança?
Só se uma nova montadora cair do céu!
7 comentários:
Bem pensado, eu comparo a F1 com tudo, mais uma coisa para ter relação com o mundo. por mais que a F1 pareça fora da realidade, ela reflete quase tudo que existe à sua volta.
E essa BMW ao final? Desejo?
Fabrizio Salina
BMW testando seu motor em um carro da Williams.
Valeu
Corradi, boa tarde.
Você saberia informar em quais situações a FIA pode tomar decisões de mudanças de regulamento ou nos carros sem que as equipes/montadoras possam vetá-las? Seriam só nas alterações aerodinâmicas?
Abraço.
Ricardo Ferreira
Ricardo Ferreira
Acho que as mudanças no regulamento ocorrem de tempos em tempos por conta de tecnologia, segurança e competitividade.
A situação de veto é rara.
(teve uma última com a Ferrari por ela considerar uma proposta economicamente inviável).
Na maioria das vezes existe um acordo e há um período para as escuderias se adequarem ao novo regulamento.
Valeu
A Williams tem que ir em busca de uma montadora se quiser voltar a ser realmente grande, mas o problema é qual? Não há montadoras realmente interessadas em entrar na categoria com esse regulamento de motores bizarro, eis aí o grande problema da f1 e os caras não percebem isso.
É um sistema que complica demais a vida das equipes médias e pequenas na F1.
Entendo a necessidade dos negócios como tal, mas o fato é que não há nada que dê para se fazer neste caso.
A bola de neve já é maior do que a casa no pé da colina.
E se for perguntar a qualquer montadora fora da F1 se desejam entrar (por mais sedutor que seja o alcance da categoria globalmente), a resposta, enfática, é a mesma: NÃO!
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