domingo, 5 de junho de 2022

Cultura















Perto do final dos anos 80, os quatro cavaleiros fizeram um acordo.

Eles eram as estrelas.

Nenhum deles receberia menos de US$ 5 milhões de salário / temporada.

Valores da época.

Uma desordem.

Um problema.

Para Bernie Ecclestone.

O poderoso chefe comercial da Fórmula 1 viu o mercado travar e inflacionar com a ação de Ayrton Senna, Nelson Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell.

Medidas precisavam ser tomadas.

"Nunca se deve deixar que aconteça uma desordem para evitar uma guerra (...)"

Quebrar essa fortaleza das estrelas significaria manter o poder e o controle sobre a categoria máxima do automobilismo.

A primeira parte do plano de Bernie foi fazer surgir uma nova estrela.

Assim, de forma surpreendente, Michael Schumacher assumiu o controle do volante da Benetton.

Mais tarde, o mesmo piloto alemão desembarcaria na Ferrari, ouvindo Willi Weber, seu empresário, que havia ouvido Ecclestone...

Senna desapareceria.

E Piquet envelheceria.

Bernie conseguiu bloquear Prost (1996) na Scuderia Italiana com Schumacher e ao mesmo tempo incentivou Ron Dennis e a McLaren a buscar novos talentos ao invés de reviver uma aventura com o campeão francês.

Outra cartada já havia sido dada.

Ecclestone estendeu o tapete para Jacques Villeneuve.

Estrela da Indy, com um sobrenome maravilhoso e novato sem as contaminações das ideias dos antigos quatro cavaleiros.

A lição foi aprendida.

Bernie Ecclestone sabia que um campeão não deveria envelhecer no trono.

E, pior, começar a pensar por si próprio.

Um jovem deveria surgir e quebrar hegemonias.

A busca pelo novo se tornou a palavra de ordem.

Com isso vieram Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Jenson Button, Sebastian Vettel e Felipe Massa.

O brasileiro, por força do destino, único a não ser campeão.

O processo continuou com Max Verstappen.

Aí, interessante, sem qualquer imposição.

Pois a cultura já estava estabelecida.

Perceba.

Lando Norris, George Russell e Esteban Ocon são frutos dela.

Mais.

Acho graça quando Alonso, Vettel e Hamilton começam a emitir opiniões demais.

Alguém disse que a história se repete pois os homens continuam os mesmos.

Não estava errado.



 

5 comentários:

Anônimo disse...

A sordidez e a profusão dos "ácaros de vaidade" sob o tapete da F1 é sempre surpreendente...



um abraço,
Renato Breder

Humberto Corradi disse...

Cirúrgico como sempre!

Paulo Moreira disse...

A famosa foto tirado no muro das boxes no Estoril.
Penso que está na hora de tanto, Alonso, Vettel e Hamilton, começarem a pensar em dar o lugar a outros.

Abraço

visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/

Anônimo disse...

Difícil largar o osso, mesmo sabendo que depois do auge pode restar apenas opção de fazer figuração. Mas Bernie disse certa vez sobre Hamilton e me parece se aplicar a muitos com carreira longeva na F1, que em outras profissões (ou categorias) não vai ganhar tanto dinheiro.

Cristiano Buratto

LGD disse...

Apareça mais vezes rsrs