Hoje aconteceu o desligamento de Jüri Vips do programa da Red Bull.
Injúria racial.
O piloto estava na academia dos energéticos desde 2018.
Foi graças a isso que ele conseguiu sua superlicença.
Após completar um teste de 300 km pilotando o Red Bull RB8.
Em Silverstone.
Estava como reserva da Alpha Tauri e da própria Red Bull.
Chegou a andar num treino livre nesta temporada de 2022 em Barcelona.
No lugar de Sergio Perez.
Interessante.
Hoje eu estava fazendo uma pesquisa e o nome de Vips apareceu.
Ia escrever algo no Twitter.
Pausa.
Já voltamos.
Estava olhando o investimento necessário para se chegar e permanecer na Fórmula 1.
Pilotos pagantes.
Lawrence Stroll colocou 380 milhões de reais na carreira de Lance até seu filho assinar um contrato como piloto titular na categoria máxima do automobilismo.
O valor extremo reflete o cuidado na preparação que envolveram testes particulares alugando a equipe Williams.
Uma coisa extremamente cara e complicada de se fazer.
Observei outro pagante.
Sergio Perez.
O piloto mexicano sempre teve ao seu lado a América Móvil.
Empresa controladora da A1,Telcel, Infinitum e Claro.
Uma gigante das telecomunicações.
E a razão de Perez ter tido oportunidade e ainda permanecer na Fórmula 1 até hoje.
Falo isso pois a carreira dele é cinza.
Tem um título na segunda divisão da Fórmula 3 Britânica em 2007.
Quem venceu a primeira classe daquele ano foi Marko Asmer.
E um vice campeonato na antiga GP2 em 2010, sua segunda temporada.
Para você lembrar, a taça ficou com Pastor Maldonado.
Depois veio a Fórmula 1.
Sauber, McLaren, Force India/Racing Point e Red Bull.
Nenhuma equipe menor como Caterham ou Marussia.
Talento?
Ele é piloto de verdade.
Mas a culpa de obter bons contratos vem da mala com cerca de 100 milhões de reais que ele entrega anualmente para quem o contrata.
De volta.
Lembra do Marko Asmer?
O nome dele está umas linhas acima.
Ele chegou a ser segundo piloto de testes da BMW Sauber na Fórmula 1 em 2008.
Sua carreira embolou por não ter dinheiro.
Rodou Superleague e deu passos atrás.
Como a GP3.
Sem recursos, encerrou o sonho.
Continuou envolvido.
Estoniano, ele cuida da carreira de um compatriota.
Inclusive nasceram na mesma cidade, Tallinn.
Quem?
Jüri Vips!
Vips está na F2, conseguiu a superlicença e teste na Fórmula 1 porque a Red Bull fez acontecer.
Acabou.
Asmer deve estar ciente do que aguarda seu pupilo.
Ele sabe o que é automobilismo sem o apoio financeiro.
A alegria de ter visto Vips substituir Perez numa oportunidade única se transformou somente naquilo que poderia ter sido.
Mas que nunca se realizará.
Pois poucos possuem um mecenas, um pai rico ou uma escuderia que acredita em seu potencial.
Há três coisas na vida que nunca voltam atrás:
a flecha lançada,
a palavra pronunciada
e a oportunidade perdida.
Marko Asmer deve estar explicando isso para Jüri Vips.
Cl
14 comentários:
Sensacional, Corradi. É isso mesmo. Uma pena o Drugovich n ter grana, pq parece ser um bom piloto
380 milhões para o cara destruir carros.
Ótimo texto e analogia com a flecha lançada.
A verdade nua e crua.Siga o caminho do dinheiro. Não existe glamour.
Belo texto! Se puder, adoraria ler um texto seu sobre oq vc está achando das novas regras, tem futuro, ajudou a tornar as corridas melhores(na minha opinião parece que está pior que ano passado, não sei pq), guerra de conceitos etc...vlw Corradi!
Sempre uma boa reflexão.
Obrigado pelos textos!
Agradeço o incentivo. Valeu
Valeu!
Eu temo que em algum momento a F1 deixe de ser interessante tornando-se uma categoria somente para pagantes. Um tipo de clubinho.
Ótima análise, como (quase) não se vê por aí. Keep pushing, Corradi!
Texto fantástico! Por isso sou seu fã e nunca deixo de entrar no seu blog.
Abração
Texto primoroso, como sempre.
Principalmente por definir como e porque o sobrevalorizado Pérez ainda está na F2.
E tem gente que acredita que ele pode disputar o título com Verstappen.
#falasééério!
Abraço.
Zé Maria
Na minha modesta opinião, Russell é muito melhor que Norris, o tempo dirá.
Zé Maria
Meu catamilhógrafo predileto. Tu é bão, guri!
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