sexta-feira, 24 de junho de 2022

Modelo
















Há coisas que nos passam despercebidas.

Mas se aplicarmos um olhar atento notaremos que há um certo padrão.

Falo da formação de uma dupla de pilotos.

Das escolhas das equipes.

E, interessante, podemos dividir em dois grupos.

O das equipes de fábrica e o das clientes.

Vamos lançar um olhar sobre a primeira classe

Esta formada por Ferrari, Red Bull, Alpine e Mercedes.

A linha é formada geralmente por um primeiro piloto.

Principal e estrela.

Estão aí Charles Leclerc, Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Max Verstappen.

Apoiados, teoricamente, por um segundo piloto seguro, acumulador de pontos.

Ou um sucessor futuro.

Citando, Sergio Perez, Esteban Ocon, Carlos Sainz Jr. e George Russell.

Repare que Perez é o único que se apresenta como pagante.

O mexicano traz sempre algo em torno de 100 milhões de reais para suas escuderias.

Mas, o dinheiro, não é um quesito obrigatório para contratação nos times principais.

Tanto que a primeira opção da Red Bull, Valtteri Bottas, não traria tal recurso.

Entretanto, Toto Wolff acelerou o processo de contratação para que seu antigo funcionário não se juntasse às fileiras inimigas.

Destaco que apesar da ideia, nem sempre o segundo piloto aceita tal posição.

Enquanto Sainz Jr. luta contra o destino, Russell e Ocon (ambos no talento) marcam território. 

Inclusive a Alpine me parece repetir a história da Ferrari num passado recente.

Com Esteban Ocon num acordo longo (Leclerc) e seu piloto campeão, Alonso, desconhecendo seu destino (Sebastian Vettel).

Por último temos um Sergio Perez bem consciente da sua posição dentro da Red Bull.

Bem adaptado, está feliz por ter um carro que pode vencer corridas. 

Ele não vai ameaçar Verstappen.

Voltemos nossa atenção agora para a segunda classe.

As equipes que são clientes.

Aqui estão Williams, McLaren, Aston Martin, Alfa Romeo, Haas e Alpha Tauri.

Peguemos primeiramente a regra.

A linha tende a ser formada por um piloto pagante e um mais experiente ou principal.

Aston Martin: Lance Stroll (pagante) e Sebastian Vettel (experiente e principal);

Williams: Nicholas Latifi (pagante) e Alexander Albon (mais experiente);

Alfa Romeo: Guanyu Zhou (pagante) e Vatteri Bottas (experiente) e

Haas: Mick Schumacher (pagante) e Kevin Magnussen (experiente).

Notemos que a Haas por muitas temporadas perseguiu essa receita, principalmente tentando atrair Robert Kubica e a petrolífera PKN Orlen (100 milhões de reais/ano) e depois selando o acordo com Nikita Mazepin.

A primeira exceção dentro das clientes é a Alpha Tauri.

Por ser uma equipe satélite da Red Bull, o Time de Faenza respira de acordo com os comandos da casa principal de Milton Keynes.

E desta forma seus pilotos são definidos.

Mesmo assim temos algo semelhante.

Alpha Tauri: Yuki Tsunoda (fruto da parceria Honda) e Pierre Gasly (vencedor de GP).

Manter Gasly traz uma certa estabilidade e por isso há o desejo da Red Bull que ele continue na família.

Ativada sua opção para 2023, o piloto francês também recebeu aumento salarial.

Um incentivo para que permaneça.

A segunda ressalva é a McLaren.

Pois apesar da formação contar com um piloto mais jovem, Lando Norris e um vencedor de GP e mais experiente, Daniel Ricciardo, a química está longe da receita básica.

Norris não é pagante e claramente é o primeiro piloto da escuderia de Woking.

Enquanto que seu companheiro australiano não consegue contabilizar boas performances.

Mas a história mostra a McLaren tentando realizar o padrão.

Repare.

Como time de fábrica da Honda.

Fernando Alonso como principal (2015 - 2018) com Magnussen, primeiramente, e depois Stoffel Vandoorne como escudeiros.

Podemos lembrar também de Button e Perez, Hamilton e Kovaleinen ou Alonso e Hamilton.

A McLaren hoje parece estar num hiato.

Um intervalo iniciado com a saída de Fernando Alonso e se tornando cliente com o rompimento com a Honda.

Surge uma estratégia de acumular pontos com pilotos aspirantes (sem título).

Sainz Jr / Norris e Norris/Ricciardo.

Note que, com o tempo, Lando Norris se tornou a estrela.

Seu longo contrato deixa isso explícito.

O padrão de uma equipe cliente é simples, como mostramos.

Um principal (Lando Norris) e um pagante.

Duvida?

Lembra que destacamos a Haas atrás de Robert Kubica?

A comitiva da McLaren também viajou até Varsóvia, na Polônia, tentando cooptar o piloto de teste da Alfa Romeo e seus Euros.

Assim ninguém se surpreenderia com a vaga de Daniel Ricciardo indo a leilão.

Um pagante do grid (como Latifi, cujo pai é sócio da McLaren)? 

Ou um noviço, bem apoiado, subindo da Fórmula 2?

Padrão.

Quem dá mais?

4 comentários:

José Roberto disse...

Só corrigindo o brilhante artigo: o companheiro de Alonso na McLaren em 2015 e 2016 foi o Jenson Button. Vandoorne foi só em 2017/2018.

Anônimo disse...

E a vaga leiloada comportaria até uma rescisão antecipada do australiano?

Cristiano Buratto

Eduardo Sacramento disse...

Aproveitando o embalo tbm para destacar que entre 2010 e 2012 a dupla foi Hamilton e Button. A McLaren parece um padrão com foco em força, ainda que um principal, pois hj o cenário é similar, porém não como planejaram para 2021, que seria o Ricciardo como principal e o Norris ganhando experiência e andando próximo.

fabehr disse...

Ricciardo vai pra Indy. Ele curte o país e pode recuperar a alegria de pilotar.

Colton Herta é o queridinho pra ser seu substituto. Tá rolando lobby fortíssimo da Liberty!