quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Genialidade























Ninguém pode negar.

Nelson Piquet amava a Fórmula 1.

Um brasileiro que nasceu com o dom para a coisa.

Fato.

Outros lutavam com as curvas.

Piquet as apagava.

Era senhor de seu carro.

E o que mais ele apreciava eram os treinos.

Isso mesmo.

Sem ninguém para atrapalhar.

Competir.

Somente a pista livre.

E com todos os mecânicos do mundo ao seu dispor.

Apenas dando satisfações aos cronômetros.

Ninguém conseguiu domar esse gênio.

Nem mesmo Frank Williams.

"Eu telefonava para Nelson. Ele não atendia. Simplesmente não respondia..."

Era quase uma postura de desprezo.

Talvez um efeito colateral de seu talento.

A generosidade não fazia parte de suas qualidades.

Aliás não existe campeão bonzinho na Fórmula 1.

Quando a sombra de Ayrton Senna ameaçou diminuir seu brilho, Piquet extrapolou.

Com três títulos no bolso declarou: "Ele não gosta de mulher".

O piloto que encantou o mundo do automobilismo com sua condução única, estava envelhecido.

Não lidava bem com a contrariedade.

Com a oposição.

Com o questionamento.

E destilou seu veneno.

Seu final na Benetton deixa isso bem claro.

Quando o cordial Roberto Moreno deu lugar a um alemão chamado Michael Schumacher,
os números não ficaram a favor do brasileiro.

E ele deixou a categoria máxima do automobilismo.

Sua biografia é uma das mais interessantes.

Por isso não é a primeira e nem a última vez que faço um post sobre essa figura.

Sempre que pesquiso sobre Piquet fica claro que ele possuía uma imensa qualidade nas pistas.

E fico com uma interrogação.

Ele seria o melhor de todos os tempos, como afirmam alguns?

19 comentários:

Eduardo Stadulni disse...

Se não foi o melhor... está no mínimo entre os TOP 5.
O cara na F1 era sensacional.

Anônimo disse...

Interessante questão, Corradi, principalmente sendo sobre Nelson Piquet...

Não acredito que ele teve como objetivo final ser o melhor de todos os tempos (ou pelo menos até o tempo em que encerrasse sua carreira). Simplesmente fazia seu trabalho - e da melhor maneira possível - e deixava o resto para os outro. 'Resto', eu digo, seriam as avaliações e/ou comparações de sua performance com a de outros pilotos em um 'foro' diferente das pistas da F1.

Não ligava - segundo suas próprias palavras - para esse mundo de 'titulos' de maior isso ou aquilo... queria vencer aquela corrida que estivesse disputando, seja contra si mesmo, contra os cronômetros ou contra outros pilotos. Ainda de acordo com ele, após conquistar o primeiro título na F1, constatou que nada mudava por ter conseguido esse feito... continuava tudo igual (bem, quase tudo!)...

Recordes de poles, vitórias, melhores voltas, quilometragem em liderança, e outros tantos números, parece não terem exercido atração ou influência sobre ele...

Mas, quer ele queira ou não, nós 'meros mortais' o colocamos ente os maiores de todos os tempos... não sei se existe uma hierarquia para esses grande pilotos, mas é um grupo bem grande...


um abraço,
Renato Breder

Cristiano disse...

Parabéns Renato.

Excelente análise. Piquet era diferente por que tinha prazer em correr. Números, títulos, recordes... tudo isso estava em segundo plano.

Em uma entrevista, respondeu ao Flávio Gomes que seu ídolo era Jack Brabham, por tinha construído, pilotado e vencido um campeonato com seu próprio carro.

Sua personalidade pode não agradar a todos, mas fez mais história do que muito piloto marqueteiro por aí.

Abraço a todos!

Ron Groo disse...

A língua mais ferina de toda a F1.

Depois ele mesmo declarou que o que disse sobre Senna era uma tremenda bobagem.

É por isto que eu gosto tanto dele.

Paulo Heidenreich Jr disse...

Eu não gosto de classificar os pilotos como melhores ou piores, acho que deveríamos levar em conta o momento que cada um viveu. Infelizmente não pude acompanhar mais o piquet correndo, mas sem dúvidas ele é um dos gênios das pistas.

Marques disse...

Não sei bem o que pensar do Piquet. Acho brilhante piloto, mas foras das pistas acho seu comportamento "estranho". O seu modo de falar e xingar faz a alegria de muitos (minha também às vezes), porém em muitos casos foi exagerada e desrepeitosa, algumas beirando o despeito. A participação dele e de seu filho na farsa da Renault me deixou com a pulga atrás da orelha em relação a sua verdadeira índole. Mas como piloto, certamente está no seleto grupo dos grandes da F1.

Por Dentro dos Boxes disse...

Acompanhei sua trajetória na F1... com um estilo próprio, onde não negociava ultrapassagens... simplesmente passava... era "seco" pra fazer isso...

Um grande piloto e um orgulho para nós brasileiros...

Sensacional a matéria...

abs...

Blog do Júlio disse...

Camarada Corradi, deveria existir uma lei proibindo eleição de melhor piloto de todos os tempos.

É algo simplesmente impossível! Para mim (veja bem, para mim!!!), Piquet foi o piloto que mais se acertava com um carro. Numa era onde saber acertar um carro fazia diferença, ele era quase insuperável nesse ponto.

Tenho em casa uma biografia (tá, não é bem uma biografia, mas sim um livro patrocinado pelos patrocinadores do Piquet em 1985/86) do Piquet, onde se contava vários detalhes interessantes, sobre como ele se envolvia no desenvolvimento, construção e acerto dos carros.

Quando corria na Inglaterra, nas categorias de base, chegou a trocar todos os parafusos do seu carro só pra diminuir um pouco o peso do monoposto e ganhar mais alguns centésimos na pista.

No Brasil, chegou a projetar seu próprio carro de corridas e acompanhou toda a construção e desenvolvimento dele por uma empresa especializada.

Enfim, isso demonstra que ele tem seu valor. E, se não foi sensacional na pista como o foram Senna, Villeneuve e Schumacher (opa, peraí? e a ultrapassagem sobre Senna na Hungria/86? e a vitória em Monza/87? tá, ele também foi espetacular, embora menos que os citados acima...), pelo menos foi um cara que sabia como desenvolver um carro como poucos.

Foi campeão com 3 marcas de motores diferentes. E não foram muitos que fizeram isso... Gramou um ano com o número 1 estampado na carenagem pra desenvolver um motor turbo novinho em folha. Lutou contra uma equipe que queria seu companheiro como campeão. E derrotou esse companheiro com privilégios.

Talvez seu único fracasso tenha sido não conseguir acertar aquela Lotus medonha em 88. Mas, também, dizem que ali tinha umas coisas meio estranhas...

Vai saber...

Rafael Schelb disse...

É o meu preferido de todos, embora eu tenha pego a fase final de sua carreira.
Como foi dito acima, o que mais me impressiona e fascina nele é o amor incondicional que ele tinha pelas corridas. Era um automobilista pleno, sem marketing, sem heroísmos, sem a postura de bonzinho que muitos tentaram passar. Só um piloto que amava a velocidade.

Marcos Antonio disse...

Um dos melhores da F1, top10. O Problema que ele teve na Williams foi principalmente com Patrick Head, que não gostava dele e dava preferência a Nigel Mansell. por isso o título perdido em 86. Em 87, com Frank Williams voltando ao comando, a equipe foi literalmente dividida de cada um pode disputar o título. Deu Piquet.

Anônimo disse...

Esqueceu de dizer que, quem começou as provocações foi Ayrton Senna da Silva. Que o " ele não gosta de mulher " foi apenas uma primeira resposta.

Anônimo disse...

Gênio das pistas! Inteligente e estuto, construiu a sua carreira baseado no talento natural para lidar com as máquinas. Um piloto completo.

Se tivesse acertado com a McLaren para 1988, a história seria outra...


Carlos Henrique

veronista@gmail.com disse...

Mesmo fazendo parte da geração Senna, sou Piquet desde quando nasci. Esquecendo o mundo fora das pistas onde cada um fala por si e tudo é "permitido", Nelson foi sem dúvida dos melhores. O melhor desenvolvedor/acertador de carro que a F1 já viu, sem dúvida.

Anônimo disse...

Não é possivel eleger o melhor de todos. Os ícones correram com carros, adversários, tecnologias e situações diferentes.

Talvez seja possível comparar pilotos somente quando correm com o mesmo carro, em situações equivalentes... e com a mesma idade (vide Schumacher x Rosberg)

Piquet foi gênio. Meu ídolo. O primeiro título que vi ao vivo.

O tricampeão merece um reconhecimento maior do brasileiro que é leigo às corridas. Mas essa rejeição é consequência de suas próprias atitudes, Principalmente em relação à Senna.

Abç,
Emerson Fernando

Anônimo disse...

O kra é um tremendo BOTA. É só assistir o video da corrida no blog do jovino. O kra é fera.

Tazio Nuvolari

L-A. Pandini disse...

Concordo com o Julio: deveria haver uma lei proibindo eleições de "melhor de todos os tempos".

Dito isto, segue minha opinião "imparcial": Piquet foi o melhor. Piquet, Gilles, Fangio e Schumacher. "Meu" quarteto de ouro. Piquet, Prost, Senna e Mansell. "Outro" quarteto de ouro. E inesquecível.

Que importa "ser o melhor"? Aliás, o que é "ser o melhor de todos os tempos"? Por quanto tempo isso dura? Alguns anos, no máximo. Para alguns, acaba com a morte. Para outros, com o envelhecimento. Taí o Schumacher que não me deixa mentir.

Sim, o cara merece uma superbiografia. É o cara!

Luiz Alberto Pandini

Anônimo disse...

Concordo com o Pandini e cito outro grande quarteto: Emerson, Stewart, Peterson e Lauda.

Rodrigo

Unknown disse...

Muy buen Post Corradi, si Nelson tomaba el rumbo Mc Laren tendría muy fácilmente otros títulos, no lo quiso asi.
Buena Esa Panda!!!..mi comentario "imparcial" es que Nelson fue el mejor..hasta que se vio fuera de epoca.
Saludos

BBanana Joe disse...

Graaaaande Nelson.
Um dos melhores.
Se formos considerar "piloto" em uma perspectiva mais ampla de um desenvolvedor e profundo entendedor de carros de F1 provavelmente seja o melhor de todos, embora tecnicamente Schumacher e Senna me pareçam um pouco mais tenazes e sem dúvida Prost o melhor estrategista.
Teve "azar" de correr em uma geração de ouro contra Lauda, Rosberg, Prost, Senna e outros.
Se tivesse a sorte de ter seu auge nos anos 90 iria revezar uma dúzia de títulos com o Schumacher...