quinta-feira, 28 de junho de 2012

Linhagem






















A foto acima é de 1988.

Ano em que a McLaren reinou absoluta.

Não havia adversários para o time inglês.

Foram 15 vitórias em 16 corridas.

Em Mônaco aconteceu algo inesperado.

Durante a classificação Ayrton Senna colocou 1,4 segundos em Alain Prost.

Um assombro.

Para desmontar qualquer piloto.

Mas o francês não era um qualquer.

Não se abalou.

Durante a corrida o brasileiro se acidentou e Prost venceu.

E seguiu sua vida.

Não é qualquer um que sabe lidar com um companheiro acima da média.

Um fora-de-série.

Veja o caso de Fernando Alonso.

O espanhol tem a mania de esmagar a vontade de seus companheiros.

Piquet, Trulli, Villeneuve, Fisichella, Massa...

Nem Michael Schumacher tem o respeito dele.

Mas e Lewis Hamilton?

Aí sim.

Na McLaren o asturiano descobriu que havia  um que poderia ser páreo.

"Em condições iguais, ele é melhor."

Reconheceu.

E houve retorno.

Hamilton acha que Fernando Alonso "é o melhor piloto do grid."

O respeito é mútuo.

Sabem que são gigantes.

São os herdeiros.

Pertencem linhagem nobre da Fórmula 1.

A mesma de Nelson Piquet, Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, Alain Prost,
Jackie Stewart...

Daqueles que se conformam apenas com as vitórias.

Nada menos que isso.

É fácil reconhecer.

Pelas reações.

Na derrota eles descontam no volante, nas luvas, no capacete.

O sangue ferve.

Você já viu isso.

Os outros são bons pilotos.

Mas falta aquele algo mais.

Na maior parte do tempo estão se desculpando.

Eternos segundos pilotos do time.

São "azarados".

Como se a sorte perseguisse os mesmos.

Sorte...

Na verdade a genialidade atropela tudo isso.

Quando o acaso aparece, os verdadeiros campeões não se abalam.

Pois já ultrapassaram os fracos.

E estão no lugar certo para vencer.

Não é o que sempre acontece?

9 comentários:

Por Dentro dos Boxes disse...

Corradi,

mais um excelente texto de sua autoria...

e não tem como não concordar com vc...

abs...

Ricardo Reno disse...

Corradi,

É assim mesmo, desde sempre!

Marques disse...

Excelente Corradi!

Ron Groo disse...

Foi nesta corrida que Senna disse ter aprendido a não perder a concentração.
Depois desta, ele nunca mais errou desta forma.

Rodrigo Keke disse...

Excelente Corradi!! Muito bom mesmo, só resta concordar.

Sobre 1988: Um time com o melhor carro + melhor dupla de pilotos + concorrência em condições abaixo da média = domínio absoluto. Simples...

politicamente_incorreto disse...

Não tiro nem ponho nada, só assino embaixo.

Os melhores são cada vez melhores e sempre tem um algo a mais. Dizem que os cmapeões de verdade têm o gosto de sangue na boca.

A analogia perfeita - eu e minhas manias de comparar a vida real com filmes - é o filme "GLADIADOR", Os fortes também morrem, mas morrem com glória, heroicamente e apenas uma vez. Os fracos e covardes morrem todo o dia, de susto de bala ou vício como já dizia o Caetano. Principalmente de susto.....


Rubem Rodriguez Gonzalez

Anônimo disse...

Perfeito no geral o comentário do Corradi!!

Pecado que a possibilidade mais do que real de 16 vitórias em 16 provas foi para o vinagre após o strike de Senna em Schlesser em Monza, totalmente evitável se o brasileiro ao invés de forçar na chicane tivesse aguardado a reta seguinte. . .e a imprensa brasileira, como sempre, quis fritar o fígado do francês em azeite de dendê. . .
Então Ron, concordo com você, dessa forma (Mônaco/88) ele não errou mais, mas Monza/88 foi erro dele assim como Brasil/90 também, quando literalmente atropelou o Nakajima no miolo porque não soube esperar a Subida do Café. . .Prost agradece até hoje pela primazia da 1ª vitória em Interlagos após a reforma by Senna (aaargh!).

Zé Maria

Só um adendo ao Groo:

Anônimo disse...

...fritar o fígado do francês em azeite de dendê.

Que é isso Zé Maria?
foie gras com dendê?
França com Bahia?

hehehehehe,

um abraço,
Renato Breder

Rodrigo Keke disse...

Hahahahahahaha morri!! XD