sexta-feira, 3 de maio de 2013

Iguais


































Padronização.

Uma palavra importantissima no mundo dos negócios.

Facilita a vida daqueles que realmente ganham dinheiro neste mundo.

Falo de bilhões de dólares.

É fácil entender.

A coisa uniforme é bem mais tranquila.

Imagine se você tivesse que adaptar um produto ao gosto de cada região
do planeta.

Pensou nos custos da produção?

Melhor obrigar as pessoas a escolherem entre três cores apenas.

Preto, branco e prata.

Mais genial ainda seria transformar uma dessas cores em "premium".

Alguém já teve essa ideia?

Isso vale até para a alimentação.

Peça pelo número.

Se quiser pode aumentar a batata.

O fenômeno da globalização está estabelecido.

A Fórmula 1 também é assim.

Faz parte do sistema.

Os circuitos, a transmissão, os cartazes.

Tudo é controlado.

Interessante que o comportamento das pessoas que acompanham o circo
também é semelhante.

Comparo os brasileiros com os espanhóis.

A experiência que a Espanha vive com Fernando Alonso na categoria remete
minha mente a mesma que o Brasil viveu com Ayrton Senna.

Vejo alguns jornalistas espanhóis que cobrem a Fórmula 1 preocupados em
saber para onde irá o público de seu país quando o asturiano se aposentar.

Assim como a maioria dos brasileiros só se interessa quando um compatriota 
está vencendo, do outro lado do Atlântico o comportamento se repete.

Seguem o ídolo.

Não o esporte.

É fácil detectar isso.

Se em uma corrida acontece algum problema com a Ferrari de Alonso, e ele sai
da prova, as mensagens comentando o GP em espanhol no Twitter e Facebook
quase desaparecem.

Os Blogs de lá ficam preguiçosos.

Não há graça para escrever.

As poucas linhas que aparecem maldizem o carro, a equipe, seu companheiro e
até a sorte.

O ídolo é sempre preservado.

Está acima do bem e do mal.

Ofusca até mesmo uma Escuderia.

A HRT nasceu, correu e morreu.

E ninguém chorou.

Lembrei da iniciativa dos Fittipaldi nos anos 70.

Mas diferente do Brasil eles têm ainda pra quem torcer.

E por isso, em meio a uma crise gigantesca, ainda sonham com duas etapas na
mesma temporada.

Barcelona e, a saqueada, Valência.

Saqueada?

Sim.

O povo retirou (uma palavra amena) tudo que foi construído para estruturar o
circuito de rua ao lado do porto da cidade.

Ficou somente aquilo que as pessoas não conseguiram carregar.

Ou o que não havia possibilidade de vender.

Como um país assim recebe um Grande Prêmio?

Da mesma forma que Real Madri e Barcelona continuam sendo sustentados.

Pela paixão.

Porém ao contrário dos eternos clubes de futebol, Fernando Alonso vai passar.

Depois disso só restarão os aficionados.

Já experimentamos isso.

Fica claro que a humanidade é padronizada.

Apesar das culturas e formações diferentes, por dentro os homens são todos
iguais.

Se comportam da mesma forma em suas emoções.

Alguns poderão questionar e dizer que os ingleses são diferentes.

Possuem gasolina nas veias e amam a velocidade.

Então por que depois da vitória de Sebastian Vettel no Bahrein a venda de
 ingressos para a etapa de Silverstone despencou?

Seria o fato de não terem um inglês brigando pelo título?

Certos estão os italianos.

Por serem diferentes.

Uma verdadeira lição.

Não ligam para pilotos.

De forma sábia só se importam com o vermelho.

Do vinho e da Ferrari.

10 comentários:

Rafael Schelb disse...

Eu penso que os italianos tiveram que se adaptar. Eles não têm um piloto vencendo o campeonato há 60 anos. No fundo, eles não são tão diferentes assim. No dia em que a Ferrari resolver parar de brincar, aí a gente vai ver se essa paixão é assim mesmo (pessoalmente, se eu vir esse dia chegando, vai ser um dos dias mais felizes da minha vida... hehehehe). "Nós" acompanhamos quando tem um piloto "nosso" brigando por títulos, "eles" quando têm uma equipe "deles" brigando por títulos. Pra mim, é a mesma coisa..

juniorcaixote disse...

Corradi, elogiar seus posts é chover no molhado. Perfeito.

Infelizmente (eu até gostaria de saber, de entender quando é que começou essa palhaçada), manifestar torcida por um piloto brasileiro virou motivo de deboche, até de apelidos como "Pacheco" (Que diabos significa isso?), e a todo momento, existem aqueles que esculacham o povo brasileiro, que aumenta a audiência de determinado esporte só quando tem um compatriota vencendo. O post mostra claramente que a "massa popular" é assim mesmo. salvo outras diferenças culturais, somos humanos em qualquer parte do mundo. Continuei acompanhando a F1 mesmo sem ter brasileiro vencendo por tanto tempo por amor ao automobilismo.

Ike Nodari #41 disse...

Perfeito. Estou no grupo dos aficionados pelo automobilismo. Independentemente de quem esteja dominando, estou na torcida para que se tenham grandes disputas com fortes emoções e que todos voltem bem para casa. Abs

Ituano Voador disse...

Pacheco foi o tercedor-símbolo do Brasil na Copa de 82, que, independentemente da situação, torcia desbragadamente pelo Brasil.
Pacheco virou a etiqueta não de quem torce pelos pilotos brasileiros, mas sim daqueles que torcem achando que são eles sempre os melhores, e que se não vencem, é porque há sempre alguém conspirando contra seu sucesso - é o 'brasileirionho' contra o mundo, é a Ferrari acabando intencionalmente com o Massa, é o Bruno Senna sendo vítima de um golpe do Toto Wolff, e por aí afora. Esses são os 'pachecos'.

Erik Junior disse...

inevitavelmente um idolo como senna,prost e alonso sao exceçoes de tempos em tempos, e q infelizmente a saudade e o costume machucam muito. O q sustenta fortimente a f1 é o amor dos fãs pelos pilotos de seu paìs, na falta disto, o q resta é suportar o peso de nao ver sua bandeira aonde ela deve esta, hoje o BRASIL vive isto!

Billy disse...

Pois é, Alonso vai passar, e aí o público espanhol vai cair no mesmo marasmo que o brasileiro após Senna. Um dos grandes culpados é a própria imprensa espanhola, que cultiva a imagem do Alonso "samurai", contra tudo e todos. Basta assistir a uma corrida transmitida pela Antena 3 com Antonio Lobato na narração para saber do que estou falando. O drama que eles criam após um abandono do Alonso (Japão ano passado e Malásia este ano são alguns exemplos) beira o ridículo, a corrida para eles acaba ali. Podem ter certeza, esse público que hoje vibra com Alonso é o mesmo que se vai quando o espanhol, para de correr.

Anônimo disse...

Para o amigo que falou da Ferrari aí: se a Ferrari sair da F-1, a F-1 acaba!!!! Sou admirador da Ferrari mas só não torço para o Alonso. Torço pra o Kimi. Acho que foi o único piloto que realmente desafiou o Schumacher com um carro totalmente inferior (2003). Se a Mclaren não tivesse naquela fase ruim na época do Kimi, ele seria no mínimo tri-campeão. O que falta a ele é ter a mesma "gana" de ganhar de Alonso e Vettel. Abraços

Anônimo disse...

Pacheco! O Camisa 12 da Gillette com Serginho Leite
https://www.youtube.com/watch?v=nJsqxzZpNkg

O vídeo abaixo também serve para a Formula 1:

https://www.youtube.com/watch?v=xEXY0MybKw8

(RICSIMON) disse...

CONCORDO!!!

PESSOAS ASSIM NUNCA FORAM FÃS DA FÓRMULA 1 E SIM DO PILOTO.

ACABA, DE UMA FORMA DE OUTRO, O PILOTO E ACABA O AMOR (!?!?!?) PELO ESPORTE.

AI VC TEM QUE FICAR OUVINDO A LENGA-LENGA DE SEMPRE, "AS MANHÃS DE DOMINGO PERDERAM A GRAÇA DEPOIS..."

EU FUI FÃ DE PILOTO QUE MORREU, PILOTO QUE SE APOSENTOU, MAS A MINHA PAIXÃO PELA FÓRMULA 1 NUNCA ACABOU OU MUITO MENOS DIMINUIU. MUITO PELO CONTRÁRIO, A CADA TEMPORADA FICO MAIS ANSIOSO EM ASSISTI-LA E VER SE APARECE UM PILOTO DIGNO DE MINHA ADMIRAÇÃO E TORCIDA.

Ricardo Soares disse...

Parabéns pela análise...