quinta-feira, 9 de junho de 2022

Os Eleitos















Podemos afirmar que houve uma quebra.

Uma ruptura.

A mudança está diante dos olhos.

Não percebeu?

A assinatura de Sergio Perez com a Red Bull para a temporada de 2021 e, após isso, sua renovação até 2024 explicitou que a equipe austríaca confirmou que vivemos novos tempos.

O mexicano não era a primeira opção.

O alvo era Valtteri Bottas.

Sólido e acumulador de pontos.

Mas Toto Wolff não queria fortalecer as linhas inimigas.

A tinta do contrato nem secou e o finlandês já havia assinado com a Alfa Romeo.

George Russell poderia chegar com as coisas, ou Bottas, num lugar seguro.

Helmut Marko tentou atrapalhar.

Disse que, caso a Mercedes demorasse, contrataria Russell.

Uma cortina de fumaça para acelerar o processo de liberação de Bottas.

Toto foi mais sagaz.

Marko ainda queria um experiente ao lado de Max Verstappen.

Perez estava sem equipe.

E havia o dinheiro.

O piloto mexicano traz consigo 100 milhões de reais / ano através de patrocinadores.

Mesmo assim perdeu a cadeira na Aston Martin para Sebastian Vettel.

(para entender o tamanho do piloto alemão)

Aí está a quebra.

Perez nunca foi um piloto da Academia Red Bull.

Assim como a primeira escolha, Bottas, também não é.

Uma bronca.

Explico.

A alteração na linha de montagem bloqueou a promoção de pilotos ligados a marca dos energéticos.

Um programa que demanda muitos recursos.

Hoje a Red Bull possui cerca de uma dezena de pilotos juniores.

Desde o Kart até a F2.

Um investimento de 260 milhões de reais / ano amiguinhos!

É muito dinheiro na preparação de candidatos que não chegarão a lugar algum.

Qual a razão disso?

Não é difícil de entender.

Primeiro de tudo, a Red Bull não precisa de quatro pilotos. 

Contando com a Alpha Tauri.

Ela precisa de um só.

Antes era Sebastian Vettel.

Estava tudo tranquilo.

Até que o sonho de seguir os passos de Michael Schumacher na Ferrari fez Seb dizer adeus.

Detalhe.

Ele tinha 26 anos.

E poderia estar na Red Bull até hoje, com 34 anos.

A saída de Vettel trouxe um grande problema e fez a equipe procurar um substituto.

Mesmo sem idade ou rodagem para tal empreitada, um garoto chamava a atenção.

Max Verstappen foi então colocado no carro.

Incrível. 

Deu certo.

O piloto holandês é um fenômeno.

A Red Bull conseguiu seu piloto número um.

Um campeão mundial. 

E com apenas 24 anos!

Escaldados com o caso Vettel, renovaram com Max até 2028.

Verstappen ao final de seu acordo estará com 31 anos e a Red Bull espera que nesse período já terá encontrado seu substituto.

(um menino que hoje deve estar com 15 anos mais ou menos)

Perceba como seria o mesmo caminho se Vettel tivesse permanecido...

Tendo seu principal piloto, a Red Bull só precisa de um escudeiro ao lado dele.

Não é hora de incentivar jovens famintos.

Pois só há alimento para Verstappen.

Sei que você já entendeu que haverá muitos órfãos.

Percebendo a situação, Pierre Gasly se movimenta.

Helmut Marko não quer perdê-lo.

E o incentiva a permanecer na Alpha Tauri dizendo que não enxerga outra perspectiva para o francês.

Gasly está com os pés no chão e conformado de não poder disputar contra o dinheiro de Perez.

E reconhece os predicados do mexicano:

"Ele (Perez) preenche todos os requisitos de segundo piloto. Está se saindo bem, é rápido, tem APOIO FINANCEIRO, experiência e traz bons feedback para a equipe (...)"

Pierre olha a McLaren (Ricciardo) e a Alfa Romeo (se Zhou não trouxer o dinheiro combinado).

Se for embora da Alpha Tauri, Alexander Albon seria a escolha lógica para ocupar seu espaço.

Abrindo vaga para um noviço da academia Red Bull alcançar a Fórmula 1.

Agora, olhando o cenário como um todo.

A situação da Red Bull / Max Verstappen pode se repetir. 

Na Ferrari com Charles Leclerc (24 anos).

Na Mercedes com George Russell (24 anos)

E na Alpine com Esteban Ocon (25 anos) / Oscar Piastri (21 anos)

Podendo estabilizar o mercado de pilotos por muitas temporadas.

Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso estão finalizando suas passagens pela categoria máxima do automobilismo.

A hora da nova geração parece ter chegado finalmente.

Os jovens ocuparão os espaços dos antigos campeões.

Nem todos os jovens, claro.

Já que muitos são chamados e poucos são escolhidos.





6 comentários:

Andre Rocha disse...

Bela análise de mercado... Está ruim para o Drugovich furar essa bolha.

maxwellman disse...

Então aquela história de a Red Bull querer transformar a Alpha tauri em uma equipe de ponta no grid, igualando a equipe principal, era balela?

Humberto Corradi disse...

A Red Bull gasta algo em torno de 250 milhões de reais com a Alpha Tauri. Tá bom! O mundo está em crise ainda.

Anônimo disse...

Perez era do programa da Ferrari até queimar etapa e ir para McLaren, e Verstappen foi ser da Red Bull só nas 3 últimas rodadas da F3 Euro de 2014, então nenhum dos pilotos principais da equipe hoje tiveram a "formação" do programa da Red Bull. As sucessões do Weber e do Ricciardo também foram complicadas, Precisaram até resgatar Albon e Hartley para o programa. Fora o Vettel, não sei até onde gastar essa fortuna compensou.

Cristiano Buratto

Davi de Oliveira disse...

Não sei se comentei aqui, mas já disse anteriormente. A Red Bull queimou muitas opções e perdeu peças que poderiam ser usadas até em suas fileiras.
Após 2011 com as demissões de Buemi e Alguersuari, que pra mim foram justas, a Red Bull colocou o Ricciardo, e podia ter colocado o Barrichello, pra fazer sua desejada temporada de despedida, e já ir preparando o Vergne que merecia entrar, mas precisava de mais cancha. Aí em 2013 ficava Ricciardo e Vergne na Toro Rosso. Qdo o Webber se aposentou, o Ricciardo subiu, e o próximo da fila pra entrar era o Antonio Felix da Costa, descartado para entrada do Kvyat. E dps q o Vettel saiu a opção podia ser o Vergne, mas ele foi descartado, o Kvyat foi pra matriz, o Felix da Costa e o Sainz Jr foram deixados de lado pq o Max Verstappen foi passado na frente.
Qdo então o Carlos Sainz pai começou a criticar o Helmut Marko foi confirmada a saída do Vergne, a dispensa do Felix da Costa do programa e a entrada do Sainz Jr. E com isso a Red Bull ficou sem opções pra subir, levando o time a ficar voltando pro Kvyat, buscando gnt de fora como o Brendon Hartley, e apressando o amadurecimento do Gasly e do Albon. E até buscando de volta o Sette Câmara pra ser observado.

Como hj ela percebeu q ngm seria capaz de entrar no carro e ir bem sem tanta atenção excessiva do time, pois td na equipe está estão voltado pro Verstappen, seria necessário buscar alguém mais rodado, daí explicada a opção do Pérez, bom piloto e tbm um cara não tão bonzinho, que não seria submisso, como Gasly e Albon.

Hj a Red Bull tem o Tsunoda, vindo por influência da Honda, e os grandes talentos da F2 ainda não viraram, como Vips ou Daruvala. Então a manutenção do Pérez acaba se explicando tbm pra dar tempo da maturação aos novo pupilos, como esses citados e tbm o Dennis Hauger.

Abração Corradi.

Paulo Moreira disse...

Pena é que quase sempre o dinheiro fala mais alto.
Um exemplo: Quando o Daniil Kvyat se estreou na F1, ele foi escolhido em detrimento do António Felix da Costa pela simples razão de que tinha mais patrocínios, apesar do talento dos dois pilotos ser mais favorável ao português.
atualmente nem um nem outro estão na F1, mas o António já foi campeão da Formula E e hoje ganhou as 24 Horas de Le Mans na categoria LMP2.

Abraço
visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/