quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Distrações

































Acho que a última conquista relevante do automobilismo brasileiro foi a de Tony Kanaan
na Indy em 2004.

De lá pra cá pouca coisa aconteceu, além do quase de Felipe Massa em 2008 na Fórmula 1.

E a perspectiva não é boa.

Não vejo nenhum piloto hoje com postura competitiva para ganhar um título importante.

Quem acompanhou as carreiras de Nelson Piquet e Ayrton Senna sabe que os dois
sempre foram pessoas bem diferentes.

Porém possuíam concentração.

Almejavam as vitórias nas corridas.

Não só isso.

Queriam sempre, mais do que tudo, vencer o campeonato.

Diferente do que acontece atualmente com os brasileiros.

No site da ESPN Magazine, está lá o Hélio Castroneves, que tem tido um desempenho
pífio na temporada da Indy.

O sujeito foi fotografado pendurado dentro de um balanço feito de pneu.

Pelado.

Quer coisa mais ridícula?  

Dario Franchitti e Will Power, que estão brigando pelo título da categoria americana
deste ano, agradecem.

Cabe a pergunta: será que eles são tão melhores assim que Castroneves?

Nossos pilotos, das principais categorias, estão preocupados em ganhar concursos de dança,
posar para fotos de péssimo gosto e contar piadinhas no Twitter.

Literalmente foram engolidos pela mídia.

E o que deveria ser o alvo principal vai ficando de lado.

Parece não haver disciplina alguma.

Faz falta o tempo em que o piloto era criticado quando respondia sem paciência as 
perguntas de um jornalista ou deixava de dar um autógrafo.

Pequenas coisas.

Detalhes que mostravam que eles não se deixavam levar por distrações.

Quando nossos campeões só tinham olhos para o asfalto.

10 comentários:

TW disse...

Que é o que o piloto tem que ter em mente apenas: os treinos e as corridas. Nada mais que isso!

Infelizmente, os brasileiros estão mais preocupados hoje com suas imagens perante à mídia. E assim acontece também com os jogadores de futebol!

Sei não, espero que surja alguém para provar que estamos errados Humberto!

abs

Rui Amaral Jr disse...

"Em boca fechada não entra mosca" e "quem muito fala dá bom dia a burro"
é isso meu amigo Humberto...

Marcos Antonio disse...

texto na mosca, Humberto. A maioria não consegue patrocínio pelas vitórias, tenta-se pela imagem...

Carlao disse...

Olha, eu tendo a acreditar nisso que o Corradi falou. Senna e Piquet vivivam enfurnados dentro da equipe, Piquetão ajudava a parafusar motor da Brabham de F1 para entender, ajudou a montar e desmontar turbo pra entender onde quebrava, onde podia ajudar. Senna tem várias histórias dele segurar engenheiro até depois da meia noite, relatando em detalhes o que aconteceu num treino acontecido 8 horas antes.

Ai voce compara com esses caras de hoje em dia.

Falta foco, falta gana, falta passar fome. Falta hipotecar a casa feito o Mansell fez. Falta ser filhinho de papai como o Ayrton, e depois se foder sozinho na Europa, pra engrossar o couro. Falta dormir 8 meses num trailer como o Piquet. Falta dormir dentro de um Fiat 127 com o carro de F-Ford no bagageiro como o Roberto Moreno.

Falta gana. Falta essa vontade de matar, para não ser morto.

Bianchini disse...

Carlão disse tudo. Falta empenho, falta gana, falta vontade de vencer. O esporte virou trampolim para as colunas sociais.

Ike Nodari #41 disse...

Falaram tudo. O pior é ver os nossos narradores dizendo que fulano de tal está num ótimo décimo lugar. Oras bolas, tenha paciência. O cara tem que entrar focado em ganhar e não fazer número no grid. Pior, no caso do Rubinho e cara fica falando que ele leva vantagem sobre o comapanheiro de equipe, o magnífico Pastor Maldonado. Dizer mais o quê?

politicamente_incorreto disse...

Tudo se sintetiza no mal contemporâneo: O MEDO DE PERDER E ÂNSIA DE GANHAR - GRANA, FIQUE BEM ENTENDIDO - MAIS E MAIS.

Hoje os amestradinhos vão para a entrevista amestrados pelos patrocinadores e seus "personal qualquer porra" aonde o importante é mostrarem as suas caras de marionetes apatetadas respondendo tudo como um robozinho "made in Taiwan", são na realidade uma continuação de suas carroças cibernéticas indestrutíveis, automatizadas e a prova de erros.
Seus discursos vazios me dão saudades até do Balestre!!!! nunca pensei que sentiria saudades do Balestre, mas esse pessoal de hoje é tão ruim e mesquinho que conseguiram despertar esse sentimento em mim....

Queria ver o Emerson, o Senna ou o Piquet aceitar serem capachos de alguém. Sempre disse que o dinheiro fez muito mal ao Piquet, mas por outro lado sei que jamais ele venderia o seu ideal por grana alguma. Ficaram milionarios mas como consequencia de suas carreiras, o objetivo maior dos três foi serem campeões e vencedores,o dinheiro veio depois. Como digo sempre para amigos sócios e clientes:
Dinheiro existe muito no mundo e continuam imprimindo mais, já conquistas e vitórias pessoais são únicas e ou você as possui ou não. Simples assim.....

Rubem Rodriguez Gonzalez

Ricardo Reno disse...

Dizer mais o que? Se no passado tinhamos categorias que formavam homens e pilotos hoje a primeira coisa que o menino leva para a pista é o manager ou assessor de imprensa. Preocupam-se mais com o preparo físico, pintura do capacete do que entender como funciona o conjunto.

As federações em vez de preocuparem-se em buscar o equilíbrio aumentam os lucros. Não temos categorias fortes de base, temos categorias de topo, topo da pirâmide social.

Só por milagre para aparecer alguém de nível numa estrutura dessas. O melhor dizendo o automobilismo brasileiro não está acreditando em milagres está baseando-se neles.

Carlos R disse...

Perfeito Corradi!O 'Mundo'esta ficando muito chato com esse 'politicamente correto'exigido em todas declarações e opiniões das pessoas.O empenho na profissão mudou o foco,vide essas fotos ridiculas do Helio Castroneves.O cara tem que passar uma imagem de'bonzinho'para atrair novos 'clientes'.

Verde disse...

Helio Castroneves é o André Ribeiro da atual geração.

Pena. Ao contrário do sócio do Roger Penske, Castroneves é um piloto que podia fazer muito mais do que tem feito.