Bom dia a todos.
Foi difícil escolher quem eu iria convidar para esta semana especial.
Porque a decisão é que seriam apenas sete nomes.
E havia muitos legais.
Alguns certos...
O Paulo Alexandre Teixeira do Continental Circus era um deles.
Por muitas razões.
Pra começar ele é capixaba, assim como eu.
É um excelente jornalista (seu Blog já virou até livro!).
E foi um dos primeiros a incentivar e dar apoio ao F1 Corradi.
Considero um amigo.
Sempre foi solícito e educado nas vezes que lhe pedí ajuda para alguma postagem.
Em seus textos oferece uma visão original da Fórmula 1.
Em suas próprias palavras: (possui uma) "tendência para escrever compulsivamente
quando o assunto é automobilismo."
E é fácil perceber que o "Speeder76" faz isso por ser apaixonado pelo esporte
a motor.
De Portugal, com a palavra: Paulo Alexandre Teixeira.
Scheckter - Argentina. 1977.
Por Paulo Alexandre "Speeder76" Teixeira
Bom dia a todos.
Primeiro, quer agradecer ao Humberto pelo convite de escrever aqui no seu blog. De fato,
ao longo dos meus anos na Blogosfera, e entre dezenas de blogs em português que já vi
aparecer e desaparecer, o F1 Corradi deve ser a minha mais recente descoberta a entrar
no meu Olimpo pessoal, daqueles que vou lá todos os dias, devido ao bom gosto do seu
autor.
Nesta oportunidade
que tenho para andar por aqui, lembrei-me de algo que faz agora 35
anos, e é provavelmente um dos momentos mais chocantes da história da Formula 1: a
vitória de Jody Scheckter no seu Wolf, no GP da Argentina de 1977.
anos, e é provavelmente um dos momentos mais chocantes da história da Formula 1: a
vitória de Jody Scheckter no seu Wolf, no GP da Argentina de 1977.
Walter Wolf era um
austríaco de origem eslovena.
Viveu na Iugoslávia nos primeiros anos, mas a adolescência foi passada em Wuppertal, na
Alemanha. Emigrou para o Canadá em 1958 e aos 35 anos já era milionário, desenvolvendo
brocas de perfuração para a indústria petrolífera.
Viveu na Iugoslávia nos primeiros anos, mas a adolescência foi passada em Wuppertal, na
Alemanha. Emigrou para o Canadá em 1958 e aos 35 anos já era milionário, desenvolvendo
brocas de perfuração para a indústria petrolífera.
Em 1976, achou que
seria bom se metesse no automobilismo. Primeiro, financiou a compra
de parte da equipa de Frank Williams, chamando-o de Wolf-Williams. Mas a meio do ano,
despediu Williams, que decidiu retirar-se temporariamente de cena, levando consigo um grupo
de projetistas, entre os quais um jovem chamado Patrick Head, e refundar a sua equipa.
de parte da equipa de Frank Williams, chamando-o de Wolf-Williams. Mas a meio do ano,
despediu Williams, que decidiu retirar-se temporariamente de cena, levando consigo um grupo
de projetistas, entre os quais um jovem chamado Patrick Head, e refundar a sua equipa.
Walter Wolf tinha
ambições. Contratou Jody Scheckter, vindo da Tyrrell, foi buscar
Peter Warr, da Lotus, e contratou também o projetista Harvey Postlethwaithe, que tinha
dado cartas na Hesketh. Era uma equipa de um só carro, mas apesar das expectativas,
poucos adivinhavam os eventos de Buenos Aires.
Peter Warr, da Lotus, e contratou também o projetista Harvey Postlethwaithe, que tinha
dado cartas na Hesketh. Era uma equipa de um só carro, mas apesar das expectativas,
poucos adivinhavam os eventos de Buenos Aires.
No inicio de
Janeiro de 1977, poucas eram as marcas que tinham um chassis pronto, dado o
pouco tempo de duração entre duas temporadas. A Wolf era uma delas, e Scheckter mostrou
ao que vinha, ficando com o décimo tempo. Parecia que iriam ficar bem classificados, mas a
sorte e o extremo calor fizeram o resto: com quatro dos potenciais vencedores a desistirem
devido a quebras mecânicas, e com Scheckter a conseguir apanhar um exausto Carlos Pace,
o sul-africano comemorou um dos resultados mais surpreendentes na Formula 1.
pouco tempo de duração entre duas temporadas. A Wolf era uma delas, e Scheckter mostrou
ao que vinha, ficando com o décimo tempo. Parecia que iriam ficar bem classificados, mas a
sorte e o extremo calor fizeram o resto: com quatro dos potenciais vencedores a desistirem
devido a quebras mecânicas, e com Scheckter a conseguir apanhar um exausto Carlos Pace,
o sul-africano comemorou um dos resultados mais surpreendentes na Formula 1.
Assim, a Wolf iria
entrar no restrito lote de equipas que venceram na sua primeira corrida, a
par da Mercedes e Alfa Romeo. E depois da Wolf, somente a Brawn GP repetiu o feito, em
2009. E não ficariam por aqui. Scheckter venceria no Mônaco e no Canadá, acabando com
55 pontos e o vice-campeonato, com a Wolf a ser quarta nos Construtores. Scheckter ainda
conseguiu mais alguns bons resultados em 1978, mas sem vitórias.
par da Mercedes e Alfa Romeo. E depois da Wolf, somente a Brawn GP repetiu o feito, em
2009. E não ficariam por aqui. Scheckter venceria no Mônaco e no Canadá, acabando com
55 pontos e o vice-campeonato, com a Wolf a ser quarta nos Construtores. Scheckter ainda
conseguiu mais alguns bons resultados em 1978, mas sem vitórias.
Wolf pensava que as
coisas mudariam em 1979, com a contratação de James Hunt. Mas
apanhara um piloto na sua fase descendente, desmotivado e já afetado pelas suas adições.
Após o GP do Mónaco, Hunt largou a F1 de vez e foi substituído pelo jovem e rápido
piloto finlandês, Keke Rosberg. Mas já por esta altura, Walter Wolf desinteressara-se da
Formula 1 e vende tudo ao primeiro comprador. A saída de Wolf, ironicamente, coincide
com a ascensão de Frank Williams ao topo da grelha de partida. Se não é a “vingança do
chinês”, fica a parecer…
apanhara um piloto na sua fase descendente, desmotivado e já afetado pelas suas adições.
Após o GP do Mónaco, Hunt largou a F1 de vez e foi substituído pelo jovem e rápido
piloto finlandês, Keke Rosberg. Mas já por esta altura, Walter Wolf desinteressara-se da
Formula 1 e vende tudo ao primeiro comprador. A saída de Wolf, ironicamente, coincide
com a ascensão de Frank Williams ao topo da grelha de partida. Se não é a “vingança do
chinês”, fica a parecer…
Os herdeiros do
património da Wolf foram a Copersucar-Fittipaldi, que em 1980 tinha um
património incrível: Postlethwaithe como projetista, Warr como diretor desportivo,
Rosberg como piloto. E conseguiram dois pódios nessa temporada, num dos seus últimos
“hurras” antes do inevitável fim, dois anos depois.
património incrível: Postlethwaithe como projetista, Warr como diretor desportivo,
Rosberg como piloto. E conseguiram dois pódios nessa temporada, num dos seus últimos
“hurras” antes do inevitável fim, dois anos depois.
Depois a aventura
da Formula 1, Wolf foi ouvido em muitos empreendimentos.
Pelas boas… e más razões. Em 2008 esteve envolvido num caso de suborno a membros
do governo esloveno à construtora de tanques finlandesa Patria, do qual o governo finlandês
chegou a emitir um mandato de captura internacional.
Pelas boas… e más razões. Em 2008 esteve envolvido num caso de suborno a membros
do governo esloveno à construtora de tanques finlandesa Patria, do qual o governo finlandês
chegou a emitir um mandato de captura internacional.
8 comentários:
Corradi, parabéns pelo projeto esta muito bom!
O texto de Ron Groo é fantático como ele próprio.O trabalho do Paulo Alexandre "Speeder76" não tem preço.
Parabéns a todos!
Mais um bom (e instrutivo) texto! Parabéns ao "Speeder76"!
A propósito, Corradi, será que veremos algum texto do camarada Flavio Gomes neste projeto?
Carlos Henrique
Grande historia da wolf,hoje em dia chega a ser ridiculo equipes com 1 carro e usando carros do outro ano por não ter terminado de fazer o daquele ano,bons tempos,velhos tempos da formula 1
O Paulo é um grande historiador do automobilismo. Um dos melhores que já vi em ação.
Corradi,
Esta equipa esta excelente!
Parabens pelo texeto Paulo, conciso e preciso como sempre.
Obrigados a todos por terem gostado da minha participação. E fiz o meu melhor para honrar este blog, que já faz parte, não só dos meus imprescindíveis, mas o de toda a gente.
Agora vamos ver o resto!
Falar sobre o trabalho de Paulo - que a título de nota, foi um dos maiores colaboradores para o "nascimento" do Athena GP, participando desde a programação do blog, à escolha do nome - é o mesmo que enxugar gelo: nunca chega a um fim. Excelente post, como sempre.
Posso dizer, sem medo de errar: o Continental Circus foi o blog que me inspirou a escrever detalhadamente sobre a história do automobilismo. Evidente que ele não poderia ficar de fora desta seleção.
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