sábado, 26 de outubro de 2019

Turbinando




Não se pode negar que os franceses protagonizaram um papel importante
na história da Fórmula 1.

E num projeto que pouca gente achava que traria bons frutos.

A Renault tinha um plano ousado.

E para sua execução convocou um piloto sério.

Um técnico.

Que diferente de seu amigo (e compatriota) Jacques Laffite, não ligava para
os prazeres do paddock.

Seu nome: Jean-Pierre Jabouille.

O sonho da equipe francesa, caso se realizasse, seria um revolução.

O motor turbo.

Quase ninguém acreditava naquela sandice.

A exceção era Jabouille e os engenheiros da Renault.

As humilhações não tardaram em chegar.

Os franceses foram motivo de chacota.

Os ingleses chamavam o carro de chaleira amarela.

Primeiro porque era amarelo, claro.

Segundo pela fumaça que soltava...

A coisa não foi fácil.

Um exemplo de persistência.

Até a histórica vitória em Dijon, foram 23 abandonos em 24 provas.

Histórica porque inaugurou uma nova era para a Fórmula 1.

Dependendo da sua idade você já sabe como esse mundo pode ser mau.

Não existe justiça.

Por isso Jabouille não conseguiu desfrutar daquilo que ajudou a criar.

A Renault resolveu entregar o carro lapidado para um tal de Alain Prost.

E apostou seus aerofólios nele.

Jabouille?

Encontrou abrigo na Ligier ao lado do amigo Laffite.

Mas após um acidente em Montreal,  a carreira de Jean-Pierre acabou na F1.

Suas pernas haviam se quebrado.

Talvez guarde uma mágoa da Renault.

Porém como era um técnico, deve lembrar com carinho do turbo.

Da realização.

Do esforço e trabalho bem feito.

Sempre mancando...

18 comentários:

Anônimo disse...

Na minha opinião, um dos carros clássicos da F1.
René Arnoux era temido ao volante do amarelão.

Abç,
Emerson Fernando

Ricardo Reno disse...

Incrível, como algumas pessoas tendem para o lado trágico da vida e outras para a glória. São coisas que nós pobres mortais que somos não entenderemos jamais. Os deuses das pistas não dão a menor bola para a justiça, o que prevalece, sempre é a vontade deles.

Anônimo disse...

O curioso é qie a primeira (e histórica) vitóría da Renault, e de um carro turbo, na F1, foi eclipsada bela fantástica 'batalha' entre Gilles Villeneuve (Ferrari) e René Arnoux (Renault)... quando se pensa e se fala em Dijon-Prenois 1979, a primeira coisa que vem à cabeça é exatamente este duelo...

Toda a 'Era Turbo' da Formula 1 deve muito ao trabalho de Jean-Pierre Jabouille.

Um pouquinho mais dele:
http://www.grandprix.com/gpe/drv-jabjea.html

um abraço,
Renato Breder

fernando disse...

putz, outro par de pernas fraturadas em corridas na ilha de Notre Dame. Panis também sofreu o mesmo destino - acidente, fraturas e fimda carreira na F1.
não à toa o HH Frentzen detestava a pista de Montreal e seus perigos não muito visíveis (ele também se acidentou mas teve a sorte de não quebrar nada, que eu me lembre).

Anônimo disse...

Uma duvida.... quem ganhou aqui no Brasil em 80 ou 81?? Laffite? Prost?
Lembro de estar lá mas tô com preguiça de consultar o google.
Deixo pro Renato Breder que manda bem nisso.


abs
Edu.

Anônimo disse...

Ainda...

* Foto 1
1978 GP da África do Sul - Renault RS01, motor Renault-Gordini

* Foto 2
1977 GP da Itália? - Renault RS01, motor Renault-Gordini

* Foto 3
1980 GP da França - Renault RS10, motor Renault-Gordini


Além da introdução do motor turbo à 'categoria máxima', a Renault trouxe a reboque os pneus Michelin...
O motor chamava-se 'Renault-Gordini' e, salvo pequenas evoluções, foi o mesmo de 1977 a 1984 (inclusive a mesma especificação: 'EF1')...

Entre 1977 e 1982. apenas a equipe de fábrica usou o motor.
Nos anos seguintes, uma nova equipe era 'agregada' a cada ano, aos usuários do motor francês.
Em 1983 a Lotus aderiu à Renault.
Em 1984 a Ligier uniu-se à Renault e à Lotus.
Em 1985 a Tyrrell passou a integrar o time.
Em 1986 a equipe de fábrica saiu da F1 e apenas os motores permaneceram na Lotus, Ligier e Tyrrell.
Em 1987 a Renault saiu totalmente da F1. A Lotus mudou para o motor Honda, a Ligier queria (e testou!) um motor Alfa Romeo mas acabou com um Megatron (um BMW rebatizado) e a Tyrrell voltou para o sempre presente Ford Cosworth.
No ano seguinte, 1988, a Formula 1 teve sua última temporada 'turbo'... por enquanto...

Os motores Renault voltaram em 1989, na Williams.
A Equipe deu os primeiros passos para a volta em 2001, ao 'bancar' (e comprar) a Benetton.
Em 2002 foi a volta oficial da Equipe Renault.
Em 2009 começou a segunda retirada da Renault da F1.
Em 2010 numa relação 'promíscua' com a Geni, foi-se embora totalmente da equipe, mantendo apenas o motor por lá...
Em 2012 aquilo que sobrou não é Renault, nem é Lotus... Embora se auto-intitule Lotus, prefiro chama-la 'Lotus-Renault'. Tem os 2 nomes mas não é nem um, nem outro...

outro abraço,
Renato Breder

Ituano Voador disse...

É bem verdade que Jabouille era melhor técnico do que piloto; vide em 1980 o couro que ele levou do Arnoux. E Prost já era um piloto promissor. Não me parece que Jabouille teria feito o mesmo que Prost em 81.

Anônimo disse...

Maravilhosa chaleira amarela!

Anônimo disse...

Breder, como sempre, disse TUDO!!

Principalmente no assunto "Lotus", que poderia bem se "Lutus", fake total!!

Ao Edu, que perguntou: nem um, nem outro, quem venceu em 80 foi Arnoux. . .também frances!! rsrsrs

Zé Maria

Rodrigo Keke disse...

Leio o blog há uns meses, e ultimamente entro diariamente, pra 'roubar' fotos pro meu acervo pessoal haha, e também por causa das histórias, anedotas, reflexões do Humberto. Nunca comentei, mas hoje não resisti ao trechinho final desse post: "Talvez guarde uma mágoa da Renault. Porém como era um técnico, deve lembrar com carinho do turbo. Sempre mancando..."

Cara, parabéns pela verve certeira. Teu blog é um (ótimo) exemplo. Abraço!

Humberto Corradi disse...

Rodrigo Keke

Agradeço pelas palavras.

São um incentivo.

Valeu

Rodrigo Keke disse...

Uia! Quase 4 anos atrás eu fui o último a comentar nessa postagem, e agora cá estou novamente. Imagino que tenha repostado essa devido a volta (mais uma) da Renault à F1 como equipe de fábrica.

A pergunta que fica é: quando será que os franceses pedirão o boné dessa vez? Em 2, 4 ou 6 anos? Pra quem preferir números ímpares, a pergunta pode ser 1, 3 ou 5...

Abraço!

Raimundo disse...

Olha que a Renault tive a sorte de ser campeã... Mais prost falheu e levou tudo Nelsaõ... Nessa época onde a Brabham fazia tudo ao fio do regulamento, nessa relaçao exquisita de o bernie com o Ballestre, com tudos os caras da Brabham na fia... Motor Fora do regulamento e tudo isso... Se nao, pregunte ao Alan Jones ... Por qué Piquet nao tirou o carro reserva na largada da Montreal 1980??? Porque o carro que largaba ficaba Fora do regulamento e o reserva viraba un segundo mais lento!!!

Abraço Corradi!!!
Raimundo... Do Santiago, Chile

Tuta disse...

Histórias passadas e quase esquecidas ganham vida e pulsam intensamente quando jogas a luz de tua memória sobre elas. Obrigado, Corradi.

Anônimo disse...

O mais incrivel em Jabouille é que ele tem um palmarés digno de um azarado.
Em 3 anos e meio na Renault, mais ou menos 50 GPs, ele só terminou 3 GPs nos pontos, e duas vezes delas como vitória. Em 1979 e 1980 tem 9 pontos em cada campeonato correspondente a uma vitória.
desistências era com ele...

Já agora a outra pontuação foi 3 pontos em 1978.

Paulo Alexandre Marques

Rodrigo Keke disse...

Corradi, se não me engano havia comentado nesse post durante a semana, mas a postagem não apareceu. O que aconteceu?

Abraço!
Rodrigo Keke

Humberto Corradi disse...

Rodrigo Keke

O comentário caiu na caixa de Spam! Mas já está publicado.

Valeu

Tuta disse...

Obrigado pelo trepost, leio como se fosse zero km