segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Clay Regazzoni




































Ele pilotou em diversas categorias.

Como era comum na sua época.

Assim é preciso destacar que Clay Regazzoni teve uma passagem vitoriosa pelo
Endurance.

Piloto de Enzo Ferrari, venceu nos 500 km de Ímola, nas 9 horas de Kyalami
e nos 1000 km de Monza.

Que fique claro.

Não estamos falando de um talento.

Clay era limitado.

Vivia um dia de cada vez.

E vencia pelo esforço.

A força (às vezes) vinha em demasia.

Por isso aconteciam acidentes.

Sua oportunidade na Fórmula 1 veio em 1970.

A Suderia Italiana queria experimentar novos valores.

Regazzoni venceu a batalha contra o italiano Ignazio Giunti.

Na mesma temporada viria um feito.

A vitória em Monza.

Impressionante.

Naquele mesmo final de semana da morte de Jochen Rindt.

Em 1974, após um ano na BRM, ele retornou à Ferrari.

Por pouco não chegou ao título.

Na batalha com Emerson Fittipaldi tudo conspirou a favor do brasileiro.

Já em 1977 ele se mudou para a Ensign.

Havia também um convite da Brabham.

Mas Clay não gostava do que via quando olhava nos olhos de Bernie Ecclestone.

Participou das 500 milhas de Indianápolis, foi para Shadow e depois se mudou
para a Williams.

Na equipe de Frank, já em 1979, encontrou a vitória novamente em Silverstone.

A primeira da história do time.

De volta à Ensign, no ano seguinte, sofreu o terrível acidente em Long Beach.

"Não achei o freio..."

Mesmo sem o movimento das pernas ainda participou do Rally Dakar, da Indy
e de provas de Endurance.

Um guerreiro.

Forte mesmo na adversidade.

Realista, nunca sonhou com títulos.

Mesmo quando esteve perto.

Diferente de outros obcecados como seu ex-companheiro Niki Lauda.

Para Clay bastava a ele estar na pista.

Sua felicidade era essa.

12 comentários:

Secastro disse...

Corradi,

Não concordo com seu julgamento ("Clay era limitado"). Temos pontos de vista diferentes, o que é bom - viva a diversidade de opiniões!

Para mim o importante é ser feliz, e não o sucesso ao custo da felicidade. Por isso sou mais admirador do Raikkonnen ("leave me alone", o melhor momento da F1 em 2012), Kubica, Zanardi, Villeneuve, Mansell, etc, etc...e Regazzoni.

Estes caras tratam o automobilismo como esporte, e dentre eles Regga foi um destaque. Fittipaldi dizia que ele era um dos ossos mais duros de roer - ultrapassá-lo era quase impossível, mesmo quando ele era um retardatário. Apesar de todas rusgas nas pistas, seu enterro teve a presença de muitos dos seus "inimigos", que na verdade o admiravam.

Seu prazer era pilotar - vencer era apenas uma consequencia eventual.

Humberto Corradi disse...

Secastro

Quando chamo de "limitado" falo comparando om outros talentos naturais.

Não é desmerecendo o piloto.

Só quis dizer que sua maior caraterística era a determinação, a força.

Valeu

Tomate disse...

A primeira foto é fantástica. Parabéns!

Podemos considerar o Massa uma espécie de Regazzoni?

Abraços!

Peter

Humberto Corradi disse...

Peter

Acho o Felipe Massa de uma outra geração.

Voltada para os resultados e focada na F1.

Valeu

Ituano Voador disse...

Regazzoni era muito bom piloto - basta ver que no ano de estreia, em 70, disputou só metade da temporada e ainda assim terminou o campeonato em 3º -, mas competiu em uma era em que 'gigantes andavam, sobre a Terra', como diz o chavão. Rindt, Stewart, Emerson, Peterson, Lauda... muito talento junto.
Em uma entrevista, Clay disse que se ele tinha algum defeito como piloto, era o de não ter sido ambicioso (http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/1537186/Clay-Regazzoni.html). É exatamente o que escreveu o Corradi, para ele o prazer da coisa era estar em um carro, acelerando. O resto era secundário.
E ele carrega um detalhe interessante: muito embora o pessoal demonize a Ferrari por conta dos casos envolvendo Schumacher e Alonso, Regazzoni perdeu o título de 74 porque a Ferrari não ordenou o jogo de equipe; bastaria uma inversão de posições na Espanha e na Holanda, provas em que Lauda foi o 1º e Clay o 2º, e o suíço teria sido campeão.

Anônimo disse...

Sempre admirei o Gianclaudio 'Clay' Regazzoni, mesmo não tendo acompanhado de perto sua carreira na F1...

Quanto às fotos...

** FOTO 1 **
GP da Holanda, 1971
Regazzoni numa Ferrari 312B2 (motor: Ferrari 001/1 3,0 F12 - pneus: Firestone)
Largou em 4o e chegou em 3o.


** FOTO 2 **
GP da Alemanha, 1975
Regazzoni numa Ferrari 312T (motor: Ferrari 015 3,0 F12 - pneus: GoodYear)
Largou em 5o e abandonou com problemas no motor.


** FOTO 3 **
GP de Mônaco, 1976
Regazzoni numa Ferrari 312T2 (motor: Ferrari 015 3,0 F12 - pneus: GoodYear) seguido por Alan Jones numa Surtees TS19 (motor: Ford Cosworth DFV 3,0 V8 - pneus: GoodYear)

Regazzoni largou em 2o e se acidentou a 5 voltas do fim, mas ainda classificou-se em 14o.
Já Jones colidiu com Carlos Reutemann na segunda volta do GP e abandonou a prova.

um abraço,
Renato Breder

Unknown disse...

Fui só eu ou alguém mais reparou que na 3ª foto tem um adesivo praticamente tapando toda a viseira do Regazzoni????

Anônimo disse...

Marcelo, curioso mesmo o adesivo na viseira - olhando a foto ampliada no browser, bem, tira um bocado da definição, mas mostra algo estranho que é o fato do adesivo ser rigorosamente retangular, quando deveria mostrar alguma curvatura pois está colado sobre superficie curva - parece como se tivesse sido acrescentado na foto original impressa em papel; muito esquisito.

de todo modo a visão lateral do capacete não está impedida, e sendo monaco, o mais importante estava aparentemente preservado, que é a visão das rodas dianteiras - que hoje em dia na F1, é a unica parte possível de se ver sem nenhum impedimento, pelo piloto dentro do cockpit - com o bico alto, não serve muito olhar exatamente å frente do carro…
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quatro lembranças de Regazzoni nos filmes das temporadas de F1 dos anos 70 (Brunswick Films, há trechos de todos eles no youtube):
* GP da Alemanha 1972, na ultima volta Regazzoni se defende de uma ultrapassagem de Stewart, duelo pelo segundo ou terceiro lugar, bem, mais do se defender ele fez Stewart sair da pista, bater e anadonar a corrida.
há o registro em filme do escocês saindo do carro quebrado e xingando Regazzoni com um gesto de braço - rara cena de Stewart p. da vida com outro piloto.

* fim da temporada de1974: pódio do GP dp canadá , vencido por Emerson - q tinha marcado a pole, perdeu a lideranca na largada pra Lauda, q bateu depois de 3/4 liderando a distancia da prova, e com Rega sempre atreas desses dois mas nunca os alcançando.
no precário pódio desse GP, - q nem cerimônia propriamente tinha, Emerson está já lá agradecendo os aplausos , aí a camera vira e mostra Regazzoni chegando, sorrindo e mostrando , de modo discreto, o dedo do meio para Emerson, e todo mundo na risada, joranlistas e publico ao redor, e Emerson também; eu acho impagável a cena.
ficaram empatados em 52 pontos e foram pra ultima prova, decisiva, da temporada, Watkins Glen.
o filme mostra a largada e en seguida a cena do pelotão na segunda curva, e Regazzoni e Emerson lado a lado entrando para a terceira curva - eu acho muito bacana, o registro em si e o fato de que ninguém empurrou outro pra fora, o campeonato se decidiu por durante todo o percurso da corrida, Regazzoni sofrendo algum problema de suspensão ou de pneus, q o forçou a realizar uma parada imprevista nos pits, e Emerson 'just cruising to the line' em 4o lugar pra ficar com o titulo.
outros tempos.

FErnando

Unknown disse...

Tao sensacional o blog quanto os comentarios.. sensacional... parabens a todos!!

Anônimo disse...

Existem várias fotos na internet, mostrando Rega no GP de Monaco de 1976 e ele realmente correu com esse adesivo na parte de baixo da viseira

Marcelo Saldanha da Silva disse...

Lindo texto. Regazzoni era um dos meus ídolos da era de ouro da F1.

Jefferson disse...

Fantástico!
Eu infelizmente nao vivi nesses anos.
Nasci em 77 e me lembro de assistir a f1 a partir de 83.
E como eu gosto da f1 daqueles anos.
Esses comentários nos fazem viajar no tempo.
Obrigado!!!