sexta-feira, 29 de março de 2013

Máquinas Burras


























Bom dia a todos.

A temporada de 2013 da Fórmula 1 começou agora.

E novamente com uma certeza.

Os homens continuam a vencer as máquinas.

A velocidade do pensamento continua imbatível.

E apontando soluções brilhantes.

As provas estão aí.

Não é preciso buscar extremos.

Nem exemplos óbvios como Adrian Newey.

Peguemos o caso da Sauber.

James Key trocou a equipe de Monisha Kaltenborn pela Toro Rosso.

Um talento que não podia passar em branco.

O engenheiro britânico é uma aposta da Red Bull para o futuro.

Está sendo preparado.

Lapidado.

É uma garantia caso Newey decida explorar novos horizontes.

Key foi responsável direto pelo interessante carro da Sauber de 2012.

Retirada a humanidade, o que sobrou?

Nico Hulkenberg já percebeu que tem um bólido problemático nas mãos.

Parece indomável com esses pneus da Pirelli que dissolvem na pista.

Outra amostra interessante vem da McLaren.

Aquela que viu o melhor de sua mão-de-obra sair pela porta.

A Mercedes, sem pena, pilhou e saqueou Woking.

Nem o filho mais querido eles pouparam.

Agora colhe os frutos.

O salto dado pelos alemães é gritante.

Havia o recurso.

O dinheiro nunca faltou.

Niki Lauda e Toto Wolff descobriram que as máquinas só precisavam receber
ordens.

Das pessoas certas, claro.

A tecnologia da McLaren ainda está lá.

Sem coração.

Fria.

Belos instrumentos.

Porém longe dos que sabem tocar.

Máquinas burras.

Sem cérebro.

Se tornou um time perdido.

Num ano que deveria ser especial para Jenson Button.

Os homens ainda estão vencendo.
 
Telemetria, simuladores de ponta, testes e mais testes.

Mas de que vale tudo isso,

Se você não está aqui?

8 comentários:

TW disse...

Como sempre foi e sempre deverá ser!

Rodrigo Keke disse...

Arrasou Corradi!

Olhando para o passado, lembro de um caso análogo a esse da Mclaren, que foi a debandada dos jovens talentos da equipe técnica da Jordan entre 2000 e 2001. Em dois anos, um time que se candidatava a entrar no rol das grandes mergulhou rumo ao ocaso das pequenas. Com o sumiço dos resultados, os patrocinadores caíram fora, e o fim foi inevitável, alguns anos depois. Não creio que acontecerá o mesmo com a Mclaren, mas a lição está aí. O capital humano é o mais importante...

Rodrigo Keke disse...

Em tempo: James Key foi revelado naquela Jordan vibrante do final da década de 90. Assim como vários outros nomes de sucesso na década passada.

Anônimo disse...

excelente texto corradi.
e foto tb.

Lucas P. de Lucca

Anônimo disse...

Belo texto, Corradi...

Parece que o fator humano é mais importante na fábrica e no pit wall que no cockpit...


um abraço,
Renato Breder

Mauricio Morais disse...

Maravilha de texto. Isso mesmo.

Anônimo disse...

Bela análise, Corradi. Correta e lúcida. Ainda estamos distantes do mundo idealizado por Aldous Huxley.
Acrescento ainda nomes como Colin Chapman e Jonh Barnard.

A propósito, o trecho da canção citada ("Mas de que vale tudo isso se você não está aqui") eu uso para fazer troça com um amigo muito barbudo, porém careca.

Carlos Henrique

Jefferson disse...

Realmente fantástico o texto Corradi! Eu à época não li. Impressão minha ou só eu entendi a analogia?! Bom, talvez não mencionaram nos comentários. Realmente ele faz muita falta! Mas segundo suas palavras, criticava o fato de que chegaria o momento em que macacos conseguiriam guiar um f1. Será que ele não preferiria carros feitos para homens?!

Abraço!