segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Hulme
Ele chegou à Europa vindo da longínqua Nova Zelândia.
Denny Hulme não conhecia os costumes do Velho Continente.
Menos ainda nas pistas.
Isso ficou claro em sua primeira corrida.
Por isso as pessoas riram em Silverstone quando ele foi para o Grid de meias.
"Em casa eu sempre dirigi descalço..."
Porém ele entendia do riscado.
Chegou ali por ser o melhor piloto se seu país.
Já na Europa com um Ford rebocava seu Fórmula Júnior para os circuitos.
Ford que a noite era sua cama.
Apenas um novato.
Enganado, pelas raposas que rondam os paddocks da vida, acabou cheio de dívidas.
Arrumou abrigo na garagem de Jack Brabham.
Trabalhava e morava lá.
Sem direito de sonhar.
Estava rotulado.
"Grande demais. Preguiçoso demais. Não serve pra Fórmula 1." Palavras de Ken Tyrrell.
Até que um piloto de Brabham da F Júnior sofre um acidente e Hulme é chamado.
7 vitórias em 14 provas.
Depois veio a F2.
Até que chegou a Fórmula 1.
Em 1967 se sagra campeão mundial.
No ano seguinte se juntou a Bruce McLaren.
Uma boa dupla.
McLaren era o construtor e Hulme o piloto.
O título na Can-Am foi questão de tempo.
Nada mau.
A morte de seu compatriota Bruce trouxe a dúvida se a escuderia iria continuar.
Mas Hulme a manteve viva.
E quando Fittipaldi se sagrou campeão com a McLaren, Hulme se despediu em paz da
categoria.
Sua missão estava cumprida.
Postado por
Humberto Corradi
às
17:30
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10 comentários:
Corradi,
Hulme foi fabuloso em sua passagem na F1...
excelente post...
abs...
o 'velho urso', dentre muitas frases de efeito, disse certa vez, já aposentado, sobre os novos circuitos: - é melhor pistas ensosas a ter que ir a um enterro toda segunda-feira.
Tenho a maior simpatia pelo Hulme.
Era um bom cara e nao ameacava o Emerson!
Belas fotos...
* Foto 1
Juntando 'as curvas' da McLaren à frente do cockpit, os decalques da 'Gulf' e da 'Reynolds' (retangulo laranja com bordas brancas), o espelho retrovisor com a haste de sustenção alongada, e o aspecto do pitlane, dá pra dizer que a foto é do GP da Grã-Bretanha de 1969, em Silverstone, e o modelo do carro é o M7A, com o clássico motor Ford Cosworth DFV e 'calçado' com pneus Goodyears.
* Foto 2
Nova Zelândia 100%... Denny Hulme (Brabham BT24 Repco) e Chris Amon (Ferrari 312F1-67), no GP da França de 1967, em Le Mans (Circuit Bugatti).
Denny Hulme 'passou a perna' no patrão e foi campeão esse ano...
um abraço,
Renato Breder
E pensar que a morte dele foi tão em paz quanto a despedida da F1...
A bordo de uma BMW M3 Grupo A, no 1000 km de Bathurst de 1994, de ataque no coração... no meio da reta, teve um ataque fulminante, e ainda assim conseguiu encostar o carro com certa paz, no acostamento.
Linda foto com a viseira combinando com o carro.
Ué, cadê meu comentário, Corradi?
dia 9 lá pelas 22 horas (+-)...
abraço,
Renato Breder
Breder
O google acha (de vez em quando acontece) que vc é Spam.
Grato pelo alerta.
Valeu, Corradi..
só preciso acertar meu relógio!
Foi hoje à 1:30 e não ontem às 22 horas, como havia dito...
outro abraço,
Renato 'Spam' Breder
Texto primoroso, já não é o primeiro que cometes,daqui a pouco vo te recomendar (Corradi) para a ABL. . .não que você precise disto para qualificar o seu trabalho, ok. . .e a foto 1 então, de tirar o chapéu!!
Dizer o que do Hulme?
Veni Vidi Vinci. . .acho que é assim, e ainda se foi em paz, fazendo o que mais amava, cravando o da direita lá no fundo e mandando ver. . .última vitória na F1 justamente Argentina/74, estréia do Emerson na equipe, acho até que ia ser um 1/2 mas o Rato esbarrou nas chave-geral da M 23, o resto vocês já sabem. . .
Zé Maria
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