sábado, 8 de maio de 2021

Adaptação















Quem acompanha o Blog ou nossos comentários no twitter há mais tempo sabe que muitas vezes pedimos calma nos julgamentos.

Pois o primeiro impulso pode trazer uma visão turva.

E isso é bem comum na Fórmula 1 entre os milhares de fãs.

Calma.

Até porque a categoria máxima do automobilismo, apesar de sua absurda velocidade, é mais do que tudo calma.

Ou você acha que um afobado conseguiria ficar naquele invólucro apertado colocando o pneu no mesmo lugar nas curvas de forma repetida?

E sem direito a erros.

Tudo isso para tratarmos do assunto deste post.

Adaptação.

Que, segundo o dicionário, é o ajuste de uma coisa a outra.

No nosso caso, o ajuste de um piloto a sua nova equipe.

E ainda, a chegada de um estreante na F1.

O tempo tem mostrado que existe um período necessário de adaptação.

De ajuste.

Vamos exemplificar.

Lewis Hamilton desembarcou na Fórmula 1 em 2007.

Ao lado do já duas vezes campeão, Fernando Alonso.

Difícil, não?

Mas houve uma cuidadosa preparação para que o piloto inglês sentisse o mínimo no impacto da mudança da GP2.

Hamilton executou um programa brutal com a McLaren.

Testes e mais testes.

Na época podia.

Lewis rodou o equivalente a 24 GPs nas mais diversas pistas durante seis meses em 2006.

Por pouco Sebastian Vettel não faturou o título de 2009.

Acho que duas coisas pesaram também para que Button vencesse.

A primeira briga de verdade da Red Bull pelo título.

O que exige um minucioso planejamento.

E o fato de Vettel ser um novato no time principal.

Mais experiente, o time do energético passou a colecionar títulos nos anos seguinte com seu piloto mais ajustado.

Sabendo lidar melhor com os desafios, principalmente em 2010 e 2012.

Penso que o tempo de adaptação pode ser de uma ou duas temporadas.

Dependendo das circunstâncias.

Lembremos de Valtteri Bottas.

Pego no laço pela Mercedes após a saída abrupta de Nico Rosberg.

Foram duas temporadas complicadas.

Depois, mais ajustado, dois vice-campeonatos.

Michael Schumacher fez um retorno para a mesma Mercedes.

E sofreu para se encaixar.

E ainda tendo como referência um subestimado (na época) Rosberg. 

Tenso.

A história parece se repetir na Alpine com Alonso e, o mal avaliado, Esteban Ocon.

Vettel pena na Aston Martin.

Sergio Perez na Red Bull.

Carlos Sainz Jr. na Ferrari.

E Daniel Ricciardo na McLaren.

Todos os citados com momentos impressionantes na Fórmula 1.

Entretanto a coisa exige trabalho.

Repetição.

Pense em Mick Schumacher, Tsunoda e Mazepin.

Ou em alguns erros primários de Russell.

Não se guie por comentaristas afobados.

O tempo é cruel.

Sim.

Porém o tempo não apaga o que o talento já gravou.

Mais.

No caso, o tempo deverá aclarar.

E tende a nos lembrar do que é verdadeiro.

Um comentário:

Eduardo Casola Filho disse...

A internet é uma terra sem lei! O pessoal já sai fritando por duas ou três corridas ruins. Já vi grupos de Whatsapp condenando a carreira do Tsunoda, por exemplo...

E, dentro do meio, há também aqueles que não tem muito paciência (cof, cof, Helmut Marko)

Por mais que a F1 seja uma síntese de velocidade, todo o processo exige tempo e preparo. A própria história da Mercedes na categoria é um exemplo de determinação e oportunidade. Coisa que outras montadoras não tiveram