quarta-feira, 28 de março de 2012

Piers Courage























A cervejaria Courage foi fundada no final do Século XVIII na Inglaterra.

E se tornou uma potência do ramo.

Nos anos 60 possuía 15.000 empregados.

Piers Courage era o herdeiro de tudo isso.

Ainda na escola descobriu o mundo das corridas.

Logo seu pai lhe comprou um carro para que fosse para as pistas também.

No início tudo não passava de mais uma farra com os amigos.

Quando a coisa começou a ficar séria sua família o abandonou.

Piers então passou a dividir um apartamento com vários colegas.

Innes Ireland e Frank Williams estavam entre eles.

Os malucos da época... Clica aqui

Courage passou a década de 60 quebrado.

Havia deixado para trás toda a sua riqueza.

Usava um Jaguar caindo aos pedaços para rebocar seu F3 para as pistas.

Sarah, sua namorada, ajudava cronometrando suas voltas.

Seus resultados despertaram a atenção de Colin Chapman e também da BRM.

Essa última o levou até a Tasman Series em 1967.

Mas o ano foi desastroso e cheio de erros.

Sua carreira quase acabou.

Mas no ano seguinte Piers comprou um McLaren e voltou a Tasman.

Muito rápido, obteve resultados significativos contra Graham Hill, Jim Clark e
Chris Amon.

As portas da Fórmula 1 estavam abertas.

Quando Jim Clark morreu, a Lotus lhe ofereceu o lugar.

Tarde demais.

Courage já havia se acertado Reg Parnell para correr com o motor BRM.

Não só isso.

Ele e Frank Williams dividiam sonhos ousados.

Juntos em 1969 os dois conseguiram resultados surpreendentes.

Courage se tornou um sonho de consumo de várias equipes.

Em especial de Maranello.

A Ferrari então veio com todas as armas para seduzí-lo.

No entanto a fidelidade ao seu amigo Frank falou mais alto.

O que decretou seu fim.

Em 1970 Williams construiu seu primeiro Fórmula 1 com ajuda da De Tomaso.

Um erro.

Que explodiu na Holanda.

A bomba incendiária sobre rodas foi muito bem feita.

Tanto que em Zandvoort nenhum bombeiro conseguiu controlar o fogo.

7 comentários:

politicamente_incorreto disse...

A gasolina verde de aviação era a padrão para a época. o problema é que o nome já dizia tudo: era gasolina de aviação!!!!!
Altissima octanagem, uma volatilidade altissima - era preparada para queimar na estratosfera com pouquissimo oxigênio, imagina ao nivel do mar. E sem ironias Zandvoort está abaixo do nivel do mar - e o que é pior: acondicionada em tanques sem nenhum tratamento especial. eram latões vazios feitos de aluminio cheios de gasolina - que tecnicamente é considerada gás líquido - altamente volátil e e um ponto de fulgor baixissimo **.
Na realidade a velocidade aumentou, os riscos aumentaram , a gasolina era cada vez mais perigosa de se manipular e a segurança passiva continuou no mesmo nível da década passada, ou seja: quase nenhuma.

Na realidade não era a Williams que er auma bomba sobre rodas, TODOS os carros do grid eram bombas sobre rodas, o incêndio era cvonsequenência de ângulo e força da porrada que o cara dava.

Realmente nesse momkento de transição aonde ainda não eram adotados os tanques de material sintéticos de deformação progressiva e sistema de inertização foi aonde aconteceram os acidentes mais pavorosos da categoria.

** Ninguém é obrigado a saber o que é ponto de fulgor. é a menor "alta" temperatura aonde os liquidos inflamaveis - uns 40 °C negativos no caso da gasosa- começam a liberar os seus gases e podem se inflamar com uma fonte qualquer de ignição - uma faísca de metal roçando o asfalto , por exemplo - após isso existe o ponto de auto ignição, que terá uma temperatura tão mais baixa quanto for o ponto de fulgor.depois disso entra em cena a reação em cadeia ou quadrilátero do fogo, aonde até material anti chamas entra em combustão, foi nessa fase que entraram os carros de Courage e Jo Schelesser na França em 68, este ultimo com a inestimável colaboração das peças em magnésio que compunham o seu Honda.

Outra explicação que se faz cabível é sobre octanagem. dá a impressão que quanto maior a octanagem de um combustivel mais inflamavel ele é. nada a ver..... a octanagem e a maior ou menor capacidade que um combustivel resiste ao compreensão - e consequente aumento de temperatura - sem entrar exatamente na faixa de auto ignição.

As gasolinas de alta octanagem são perigosas porque tem o seu ponto de auto ignição alterado quimicamente, na maioria das vezes com a adição de chumbo tetra etila, mas aí a história é outra... fica para a próxima....
acordei bem didático hoje...

Portanto expostos os fatos declaro que Tio Frank Williams é inocente no caso de ter feito um crematório ambulante para o seu melhor amigo, o carro realmente era uma bomba incendiária.... mas todos da época também eram.... e também estão inocentados os despreparados bombeiros da época, pois de uma reação em cadeia do fogo só resta sentar e esperar a bagaça toda se auto comsumir....

Rubem Rodriguez Gonzalez

Danilo Candido disse...

Prezado Humberto,

Esta cervejaria seria a mesma do patrocínio da Lotus no final dos anos 70 ?

http://imageshack.us/f/16/8112mansell88cosbri01.jpg/

Um abraço,
Danilo Candido.

zamborlini disse...

grande comentário do rubem.
o blog, definitivamente, é cultura!!!

Anônimo disse...

A terceira foto parece ser do GP da Holanda de 1970, o último fim-de-semana de Piers Courage...

Obrigado pela aula, Rubem!
Gosto de automobilismo de vários ângulos: esportivo, técnico, fotográfico, histórico (até estatístico!)... é sempre bom aprender um pouco mais!

um abraço,
Renato Breder

Humberto Corradi disse...

Rubem

Um detalhe em relação ao incêndio: De Tomaso teve a ideia de utilizar Magnésio para tornar o bólido mais leve.

Uma bomba...

Valeu

politicamente_incorreto disse...

Então Corradi está estabelecido o parâmetro definitivo entre o incendio de Schelesser e Courage, não sabia deste detalhe. não é à toa que foram os incêndios mais pavorosos que já existiram na categoria. o de Willianson em Zandvoort 1973 foi total ineficácia e impérícia dos bombeiros mesmos e também a inestimável colaboração do diretor de prova que afirmou que ao ver o David Purley da torre de observação perto do carro incendiado minimizou o fato achando que o piloto teria escapado ileso.
Por ironia do destino esse argumento macabro foi também citado por vários pilotos que quando passavam pelo local e viam o Purley em´pé ao lado do carro e ileso e se diziam aliviados e nenhum fez menção de parar. Realmente é trágico que parece que o único herói do dia inadvertidamente contribuiu para o desfecho da tragédia....

Rubem Rodriguez Gonzalez

TW disse...

História impressionante!
Por isso gosto tanto do blog, sempre descubro novas histórias aqui.
Valeu!