Quem acompanha o Blog ou nossos comentários no twitter há mais tempo sabe que muitas vezes pedimos calma nos julgamentos.
Pois o primeiro impulso pode trazer uma visão turva.
E isso é bem comum na Fórmula 1 entre os milhares de fãs.
Calma.
Até porque a categoria máxima do automobilismo, apesar de sua absurda velocidade, é mais do que tudo calma.
Ou você acha que um afobado conseguiria ficar naquele invólucro apertado colocando o pneu no mesmo lugar nas curvas de forma repetida?
E sem direito a erros.
Tudo isso para tratarmos do assunto deste post.
Adaptação.
Que, segundo o dicionário, é o ajuste de uma coisa a outra.
No nosso caso, o ajuste de um piloto a sua nova equipe.
E ainda, a chegada de um estreante na F1.
O tempo tem mostrado que existe um período necessário de adaptação.
De ajuste.
Vamos exemplificar.
Lewis Hamilton desembarcou na Fórmula 1 em 2007.
Ao lado do já duas vezes campeão, Fernando Alonso.
Difícil, não?
Mas houve uma cuidadosa preparação para que o piloto inglês sentisse o mínimo no impacto da mudança da GP2.
Hamilton executou um programa brutal com a McLaren.
Testes e mais testes.
Na época podia.
Lewis rodou o equivalente a 24 GPs nas mais diversas pistas durante seis meses em 2006.
Por pouco Sebastian Vettel não faturou o título de 2009.
Acho que duas coisas pesaram também para que Button vencesse.
A primeira briga de verdade da Red Bull pelo título.
O que exige um minucioso planejamento.
E o fato de Vettel ser um novato no time principal.
Mais experiente, o time do energético passou a colecionar títulos nos anos seguinte com seu piloto mais ajustado.
Sabendo lidar melhor com os desafios, principalmente em 2010 e 2012.
Penso que o tempo de adaptação pode ser de uma ou duas temporadas.
Dependendo das circunstâncias.
Lembremos de Valtteri Bottas.
Pego no laço pela Mercedes após a saída abrupta de Nico Rosberg.
Foram duas temporadas complicadas.
Depois, mais ajustado, dois vice-campeonatos.
Michael Schumacher fez um retorno para a mesma Mercedes.
E sofreu para se encaixar.
E ainda tendo como referência um subestimado (na época) Rosberg.
Tenso.
A história parece se repetir na Alpine com Alonso e, o mal avaliado, Esteban Ocon.
Vettel pena na Aston Martin.
Sergio Perez na Red Bull.
Carlos Sainz Jr. na Ferrari.
E Daniel Ricciardo na McLaren.
Todos os citados com momentos impressionantes na Fórmula 1.
Entretanto a coisa exige trabalho.
Repetição.
Pense em Mick Schumacher, Tsunoda e Mazepin.
Ou em alguns erros primários de Russell.
Não se guie por comentaristas afobados.
O tempo é cruel.
Sim.
Porém o tempo não apaga o que o talento já gravou.
Mais.
No caso, o tempo deverá aclarar.
E tende a nos lembrar do que é verdadeiro.
Um comentário:
A internet é uma terra sem lei! O pessoal já sai fritando por duas ou três corridas ruins. Já vi grupos de Whatsapp condenando a carreira do Tsunoda, por exemplo...
E, dentro do meio, há também aqueles que não tem muito paciência (cof, cof, Helmut Marko)
Por mais que a F1 seja uma síntese de velocidade, todo o processo exige tempo e preparo. A própria história da Mercedes na categoria é um exemplo de determinação e oportunidade. Coisa que outras montadoras não tiveram
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