sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Meio



























Nico Hulkenberg está com dificuldade de encontrar um cockpit na Fórmula 1.

Por isso seu nome se tornou motivo de debate.

O piloto alemão não é novinho.

E hoje possui um salário respeitável na Renault.

Valor?

8 milhões de euros.

Daniel Ricciardo, seu companheiro, recebe 20 milhões de euros.

Alain Prost declarou que Hulk é um pessimista.

Um pessimista caro...

A motivação aqui é orçamento.

Não se engane.

Esteban Ocon vai ser bem mais barato.

Basta saber que Charles Leclerc ganha 3 milhões de euros na Scuderia
Italiana.

Mais.

Nico não possui sequer um pódio na categoria máxima do automobilismo.

O salário (o mesmo de Bottas!) e a idade (tempo de contrato) atrapalham
um acordo com outra escuderia.

Fiquei pensando como Nico chegou nessa situação.

Matutando sobre a questão.

Principalmente mirando os resultados.

Fui rever os dados.

Mais especificamente as últimas três temporadas.

E acho que ele não foi mal.

Vem comigo.

Tirando os pilotos das três principais equipes (Red Bull, Mercedes e Ferrari),
repare a classificação do sétimo ao décimo lugar.

Com destaques.

Na ordem.

2016 - Sergio Perez, Valtteri Bottas (ainda na Williams), Hulkenberg
            e Fernando Alonso.

2017 - Sergio Perez, Esteban Ocon, Carlos Sainz Jr. e Hulkenberg.

2018 - Hulkenberg, Sergio Perez, Kevin Magnussen e Carlos Sainz Jr.

Convido você a retornar para a foto que se encontra no topo do post.

Viu esses caras que iniciam todas as provas no miolo?

Escapar ileso na primeira curva em cada GP já seria um feito, não?

Perceba que são sobreviventes.

Assista a qualquer vídeo onboard de largada de um piloto na miuca
do grid.

Tá doido!

Não tem moleza.

A vida de Hulkenberg na Fórmula 1 foi essa.

"Ah, mas outros chegaram entre os três primeiros."

Sim.

Eventos pontuais.

Exceções.

Quebraram 200 lá na frente e o cara chegou.

Porém o normal é sexto, sétimo...

Se tudo funcionar 100%.

Quero dizer que Hulkenberg nunca teve uma chance real.

E o tempo passou.

É isso.

Peço clemência.

Outro nome que chama atenção nos resultados é o de Sergio Perez.

O mexicano é constante.

E também não teve oportunidade numa grande equipe.

A McLaren?

Carro apenas mediano.

Perez tinha um bólido melhor na Sauber no ano anterior a sua mudança.

O tempo está correndo contra o piloto da Racing Point.

A história se repete.

Enfim.

Se o piloto não estiver dentro das três maiores equipes, estará no meio.

Onde chegar em sétimo é vitória.

Pulando para a elite, a coisa muda de figura.

A meta é sair na primeira posição.

Ou nunca será campeão.

Veja os números de poles de Sebastian Vettel em comparação com
Mark Webber.

Nico Rosberg só alcançou o topo quando disputou a primeira fila
a tapa com Lewis Hamilton.

O que também explica parte do fracasso de Fernando na Ferrari.

Alonso nunca foi um poleman.

O espanhol se meteu em muitas enrascadas e acidentes por largar
um pouco mais atrás.

E deixou pontos preciosos pelo caminho.

Mesmo defeito que noto em Max Verstappen.

Por outro lado, Leclerc nasceu para colecionar poles.

Vai ser monstro.

Escapar do meio, largar na frente fugindo da confusão e sair ileso na
primeira curva não é tudo.

Mas sem isso ninguém chega a qualquer lugar.

Pior.

Ficará esquecido pelo caminho.


11 comentários:

LGD disse...

Bom te ler

Victor Nunes disse...

Corradi, Corradi, Corradi...

Por mais artigos como esse meu amigo.

Estávamos sentindo falta.

Queremos mais, mais e mais...

Nosso muito obrigado =D.

Tuta disse...

E o pega pra capar no pelotão do meio tem sido uma beleza! Bom voltar a ler o amigo.

Carlos Colangelo disse...

Não acho que o Alonso era tão ruim em classificação quanto o texto da a entender... é só fazer um comparativo da performance dele em relação ao seu companheiro e equipe, e comparar com outros pilotos que tem mais pole que ele (Vettel por exemplo)... ficaria surpreso se os números dos 2 fossem muito divergentes nesse aspecto... acho que o motivo do fracasso do Alonso na Ferrari foi a falta de um carro dominante, mesmo caso do Vettel na Red Bull em 2014 e na Ferrari em 2015/2016

Ednardo Vilela disse...

Como Hulkenberg não teve chance se ele correu por 3 temporadas com o Perez e o Perez fez 4 pódios nesse período?

Nicholas disse...

Voltaaaa corradi

Daniel Chagas disse...

Acho que comentei anos atrás aqui no blog que se eu tivesse uma equipe minha dupla seria Ricciardo e Hulkenberg. Nico é melhor que muitos pilotos do grid, inclusive acho melhor que o Bottas, porém o destino não quis que ele tivesse mais sorte na F 1. Uma pena.

Társio disse...

Corradi,

Bom voltar a ver suas postagens :)

Essas mudanças na Renault e o fato da Mclaren ter assinado com os motores Mercedes para 2021 nao te dá a impressao que alguem irá abandonar em breve a F1 como time de fábrica?

abraço
Tarsio

Anônimo disse...

Respeitando a opinião do escriba mas. . .
Pérez só está na F1 por conta da grana do Carlos Slim.
Pérez foi chutado da McLaren por ser um desagregador dentro do grupo, e só continuou na F1 porque o Martin Witmarsh cavou uma vaguinha para ele como prêmio de consolação pelo pé-na-bunda que levou da McLaren.

Cleber Sebastião Fabbri disse...

Que bom que voltou a escrever!

😡 disse...

Corradi, dá agonia ler sua coluna.