Coppa Acerbo.
1928.
Tazio Nuvolari e a Bugatti.
Não consigo imaginar como seriam as pré-temporadas naquela época.
Sei que em nossos dias predominam as especulações.
Qual piloto estará naquela escuderia?
Cabe uma explicação.
Pelo menos de como as coisas funcionam aqui no Blog.
Existem fontes e fontes.
Algumas mais confiáveis que outras.
Por uma razão simples.
Possuem ligações com certas escuderias.
E assim conseguem informações privilegiadas.
Exemplos?
O
Tordo está muito próximo da Ferrari.
Como a Scuderia Italiana fornece unidades de força para a Haas e Sauber,
acaba sabendo de uma coisa ou outra desses times também.
Outra boa fonte não costuma errar sobre a Renault.
Por consequência, sempre gera conhecimento a respeito da Toro Rosso
e Red Bull.
Estamos falando de mais da metade do grid da Fórmula 1.
Claro.
Sempre que eu posso, procuro entender certas decisões que parecem
sem sentido.
Esteban Gutierrez na Renault tem lógica?
Tem.
Explico.
Vem comigo.
Quem decide sobre a parte técnica no time é Frederic Vasseur.
O homem que junto com Nicolas Todt colecionou títulos e revelou
diversos talentos na Art GP.
Por suas mãos passaram Lewis Hamilton, Nico Rosberg e Sebastian
Vettel.
Vasseur possui suas crenças.
E confia em seus instintos.
Foi Vasseur quem trocou Pastor Maldonado por Kevin Magnussen ao
chegar em Viry-Chatillon.
A primeira opção era Stoffel Vandoorne que havia trabalhado diretamente
com ele na GP2 em 2015.
Magnussen (que havia derrotado o belga na World Series by Renault) foi
a opção de mercado por ser jovem e ainda ter tido uma experiência com a
McLaren.
Jolyon Palmer ocupou o espaço que naturalmente seria de outro conhecido
por Vasseur, Romain Grosjean.
(que saiu seduzido pelo sonho de guiar pela Ferrari)
Para 2017, Vasseur continuou seguindo seu faro.
Listou jovens talentos e nomes que já haviam passado por ele nas categorias
de base.
Assim apareceram como candidatos: Nico Hulkenberg (GP2), Carlos Sainz Jr.
(promissor e na alça de mira da McLaren), Valtteri Bottas (GP3) e Esteban
Ocon (GP3).
Sainz Jr. e Bottas foram bloqueados por contrato.
Ocon é considerado um diamante bruto no paddock.
Seu passe está muito valorizado e ligado a Mercedes.
Já Hulkenberg foi facilmente liberado pela Force India.
O alemão será substituído por um outro piloto melhor.
Melhor para as finanças do time de Vijay Mallya.
Casou tudo.
E onde entra Gutierrez nessa conta?
O mexicano é velho conhecido de Vasseur.
Foram campeões juntos na GP3 em 2010.
Esteban chegaria para ser o escudeiro de Hulk.
Repare no sistema de escolha do dirigente da Renault.
São sempre pilotos que ele conhece ou jovens promissores.
Em último caso ele buscará uma opção desconhecida.
Interessante esse formato de pensamento.
Pois a Renault deverá ter uma evolução rápida por ser uma fabricante.
E a tendência é que passe a brigar cada vez mais por vitórias num futuro
próximo.
Seria o natural.
Olhando para este cenário, podemos vislumbrar um nome mais agressivo
comandando seu bólido número um.
Não será nenhum espanto que um dos "conhecidos" como Rosberg, Vettel
ou Hamilton ocupe esse papel.
Ainda mais pelo
modus operandi de Vasseur.
Interessante, não?