As imagens acima mostram pedaços da carreira de
Luigi Villoresi.
Piloto que faz parte da linhagem histórica dos nobres da Fórmula 1.
Se dividíssemos por categoria, a foto desse italiano poderia ser colocada
facilmente ao lado de figuras como
Mike Hawthorn e Alfonso de Portago.
Os nascidos em berço de ouro.
Não existia preocupações com o dinheiro.
Com apenas 22 anos ele já participava de corridas usando seus carros
particulares.
Seu maior companheiro era seu irmão:
Emílio.
Estamos falando da louca década de 30.
Coppa Acerbo, Trípoli, Mille Miglia, Coppa Ciano...
A rica dupla de irmãos acelerou em todas.
Em 1938, veio a separação.
Emílio despertou o interesse de Enzo Ferrari.
Luigi seguiu para a
Maserati.
Veio então a sombra da morte.
Numa demonstração em Monza, Emílio perdeu a vida.
Luigi (que já havia perdido os outros irmãos por doença, suicídio e acidente)
ficou transtornado.
Quis respostas sobre
a causa do acidente.
O
Commendatore foi seco.
"Ele comeu demais no almoço.
Deve ter tido uma indigestão enquanto pilotava."
Se deu o intervalo.
O hiato da
Segunda Guerra Mundial cessou quase todas as corridas.
Ah, nada melhor que o tempo para curar feridas.
Cicatrizar.
Com a paz, Luigi Villoresi ressurgiu.
Dessa vez com um novo amigo e companheiro nas pistas.
Alberto Ascari.
1947, 1948...
A dupla da
Scuderia Ambrosiana destruiu os adversários com seus Maseratis.
E se alternaram colecionando vitórias.
Estavam impossíveis.
Até no Brasil.
A prova é que em 1949 Villoresi venceu o
Grande Prêmio do Rio de Janeiro.
No mesmo ano um jornalista se aproximou de Villoresi para lhe entregar um recado.
Enzo Ferrari queria tê-lo na sua Scuderia.
Carregado de sentimentos, Villoresi foi conversar com o Commendatore.
Havia muita carga.
Uma vida havia sido perdida.
Porém o passado acabou sendo resolvido.
E deixado para trás.
Depois da conversa, Villoresi deixou a Ferrari com um
contrato.
E levou mais dois.
Um para Alberto Ascari e outro para Nino Farina.
A
Era da Fórmula 1 não trouxe vitórias em corridas oficiais para Villoresi.
Sua carreira nos novos tempos foi pontuada por graves acidentes.
Mesmo assim ele conquistou alguns triunfos em provas extras.
Fora da maior categoria, Villoresi faturou a
Mille Miglia e o Rally da Acrópole.
Esse último já no final de carreira.
Fica claro que esse italiano foi um dos grandes pilotos do seu tempo.
Penso que a guerra tenha lhe tirado seus melhores anos.
Talvez por isso as grandes vitórias na Fórmula 1 tenham ido para o jovem Ascari.
Villoresi viu seu amigo ser bicampeão mundial.
Viu também sua
morte prematura.
Luigi morreu bem mais tarde.
Já com 88 anos.
Em Modena.
Mas a Maserati nunca esqueceu seus feitos.
E o cobriu de
homenagens durante toda a sua vida.
Justas
E, sem dúvidas, mais do que merecidas.